Covid-19/Guineenses se divergem quanto a proposta de renovação do estado de emergência
no país
Bissau, 24 Jul 20 (ANG) - Os
cidadãos guineenses se divergiram sobre a proposta da renovação de Estado de
Emergência solicitado pelo governo na última reunião de Conselho de Ministros, devido
o aumento de número dos casos de covid-19 no país.
Na auscultação feita hoje
pela ANG sobre a proposta do governo, que vai na sua sexta-vez, no país, o
contabilista Ricardo Pereira defendeu a necessidade de pôr fim ao Estado de
Emergência, e fundamenta que a medida não tem conseguido impedir as pessoas de
se aglomerarem em diferentes localidades.
“O importante é fazer com que as pessoas cumprem com as me
didas preventivas, porque só isso pode evitar mais casos de Covid-19. De momento, vimos que já foram liberadas algumas actividades que possam ser motivo de contração de mais infecções. Assim sendo, não faz sentido continuar com o Estado de Emergência”, disse Ricardo Pereira.Acrescentou que os
sucessivos Estados de Emergência refletem negativamente na população guineense,
por motivo de muitos ficarem sem trabalho e sem sustento para a família.
A vendedeira de sanduiches,
Marcia Gomes da Silva defendeu a continuidade do estado de emergência, para
isso que é o aumento de casos de contaminação.
Sublinhou que, para praticar qualquer que seja actividade é necessário ter saúde e que por isso, a questão de Covid-19 deve merecer maior atenção por parte do Povo em geral, porque toca com a vida humana.
Para o estudante do 11º,
Armando Soares, é necessário acabar com Estado de Emergência, porque não tem
evitado aglomerações e muito menos novos casos de infecções por Covid-19. Diz
que a medida está a prejudicar aos estudantes.
“Dizem que não existem condições para retoma de aulas, mas liberaram
eventos nos quais as pessoas podem aglomerar.Também não está sendo verificado a
rigorosidade de cumprimento das medidas preventivas para evitar a contracção do
virus. Portanto, tudo isso não faz sentido para mim”, considerou Armando
Soares.
O professor do Ensino Básico,
Jenese Mendonça disse que se deve renovar
o Estado de Emegência de modo a salvaguardar a vida do Povo em geral, “porque a
Covid-19 é uma doença bastante perigosa”.
Mendonça disse que a retoma
do ano lectivo não será fácil porque não existem condições para tal, tendo
sublinhado que as aulas exigem aglomerações das pessoas por horas e que isso
poderá aumentar ainda mais o número de casos na Guiné-Bissau.
A funcionária público, Elisa
Sanhá considera que o Estado de
Emergência está a prejudicar a vida das pessoas,alegando que muitas famílias
passam fome devido ao bloqueio das suas actividades diárias.
“Não devem renovar o Estado
de Emergência, porque as pessoas precisam procurar dinheiro para o sustento da
família e para resolução de outras necessidades. Sabemos que o salário é miserável
na Função Pública, não dá para resolver os nossos problemas, temos que procurar
algo por outras vias”, disse Sanhá.
A funcionária da Federação
de Futebol da Guiné-Bissau, Marcelina da Silva disse que os sucessivos Estados
de Emergência têm impacto negativo no país, porque além de provocar perda de
emprego para algumas pessoas, também provocou aumento dos preços do produto nos
mercados.
Marcelina da Silva disse que
é anormal que os preços dos produtos aumentem quando se trata de um momento em
que as pessoas estão a enfrentar
dificuldades económicas e financeira. “Na minha opinião não vale a pena
continuar com o Estado de Emergência”, disse.
O Governo decidiu
quinta-feira, em Conselho de Ministros, propor ao Presidente da República, o
prolongamento, por mais um mês, do estado de emergência.
A quinta fase de estado de emergência termina no sábado, mas os últimos dados sobre a situação sanitária do país indicam que os casos de contaminação estão a aumentar com o perigo de ocorrer a propagação da doença ao nível das diferentes regiões do país. ANG/AALS/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário