Covid-19/OMS e Unicef alertam para perturbações na vacinação das crianças
Bissau,16 Jul 20(ANG) - - A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Unicef
alertaram quarta-feira que as perturbações na distribuição de vacinas causadas
pela pandemia de covid-19 arriscam a um retrocesso na taxa de vacinação, que
está nos 85% há uma década.
"A OMS e o Unicef apelam a esforços
imediatas para vacinar todas as crianças, já que os novos dados mostram que,
antes da pandemia de covid-19, a cobertura de crianças vacinadas estava parada
nos 85% há quase uma década, com 14 milhões de crianças não vacinadas todos os
anos", lê-se numa nota distribuída hoje em Genebra.
No comunicado, a OMS e o Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) avisam que com as perturbações nas
cadeias de distribuição globais causadas pelas medidas de confinamento para
combater a propagação do novo coronavírus, o cenário pode piorar.
"Há um declínio alarmante no número
de crianças a receber vacinas que salvam vidas em todo o mundo, devido a
perturbações na entrega e na toma dos serviços de imunização causados pela
pandemia, estas perturbações ameaçam reverter o progresso árduo feito para
chegar a mais crianças e adolescentes com uma ampla gama de vacinas, que já foi
prejudicado por uma década de estagnação na cobertura", aponta a nota.
Os últimos dados, que analisam os
primeiros quatro meses deste ano, "apontam para uma queda substancial no
número de crianças que completam as três doses de vacina contra a difteria,
tétano e tosse convulsa (DTP3), sendo a primeira vez em 28 anos que o mundo
pode assistir a uma redução na cobertura da DTP3".
As vacinas, diz o chefe da OMS, Tedros
Ghebreyesus, "são uma das mais poderosas ferramentas na história da saúde
pública, e há mais crianças imunizadas do que nunca, mas a pandemia colocou
estes ganhos em risco, já que a dor e as mortes evitáveis devido à falta de
administração rotineira de vacinas pode ser muito maior do que a própria
covid-19".
O responsável máximo da OMS apela, por
isso, "aos países que garantem que estes programas essenciais para salvar
vidas continuem e que as vacinas sejam entregues de forma segura mesmo durante
a pandemia de covid-19".
De acordo com os dados citados no comunicado, três quartos dos 82 países que responderam a um inquérito reportaram perturbações nos programas de imunização em maio e pelo menos 30 campanhas de vacinação contra o sarampo foram ou estavam em risco de ser canceladas, "o que pode resultado em mais surtos neste e nos próximos anos".ANG/Angop
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