sexta-feira, 24 de julho de 2020

Cabo Verde/Comunidade guineense solicita apoio da UE para “salvar” a democracia na Guiné-Bissau

 

Bissau, 24 Jul 20 (ANG)  – Uma faixa com a frase “União Europeia salva a democracia da Guiné-Bissau” marcou quinta-feira a entrega de uma massiva à delegação da União Europeia em Cabo Verde por parte de uma representação da comunidade guineense no país.

A entrega feita às 10H30 ao encarregado de negócios da UE, aconteceu, segundo o porta-voz da representação dos guineenses na cidade da Praia, Paulo Nancassa, em simultâneo com a entrega da massiva na sede da delegação da União Europeia, em Bruxelas, e manifestação da diáspora daquele país na Europa.

“Esta massiva tem como propósito manifestar a preocupação e o descontentamento dos guineenses face à crise política que se vive na Guiné-Bissau, após a posse de Umaro Sissoco Embaló como Presidente do país”, disse.

Segundo Paulo Nancassa, depois das eleições e da posse do presidente, Guiné-Bissau continua a viver “num impasse” que tem piorado a situação no país, deixando os “filhos da Guiné” sem acesso à democracia e a direitos globais como qualquer outro povo.

A carta entregue à representação da União Europeia no arquipélago e cujo teor que já tinha sido entregue às Nações Unidas, de acordo com Paulo Nancassa, solicita intervenção das organizações internacionais no sentido de exigirem ordem e cumprimento dos direitos na Guiné-Bissau.

A massiva foi recebida pelo encarregado do negócio da UE em cabo Verde, que prometeu fazer chegar as preocupações dos guineenses a Bruxelas.

Umaro Sissoco Embaló autoproclamou-se Presidente da Guiné-Bissau em Fevereiro e acabou por ser reconhecido como vencedor das eleições pela CEDEAO, que tem mediado a crise política no país, e restantes parceiros internacionais.

Após ter tomado posse, o chefe de Estado demitiu o Governo liderado por Aristides Gomes, saído das eleições legislativas de 2019, ganhas pelo PAIGC, e nomeou um outro executivo, liderado por Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que assumiu o poder com o apoio das Forças Armadas do país, que ocuparam as instituições do Estado.

O PAIGC venceu as legislativas de Março de 2019, sem maioria, e fez um acordo de incidência parlamentar com a APU-PDGB, Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no Parlamento.

Logo no início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, incompatibilizou-se com o PAIGC e aliou-se ao Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), segunda força política do país, com 27 deputados, e o Partido da Renovação Social, que elegeu 21 deputados. ANG/Inforpress

Sem comentários:

Enviar um comentário