Covid-19/
Directora da OMS
não quer África no fim da fila para futura vacina
Bissau, 10 Jul 20
(ANG) – A directora para África da Organização Mundial de Saúde (OMS) defendeu
quinta-feira acesso equitativo a uma futura vacina para a covid-19, lembrando
que “com demasiada frequência”, os países africanos ficam “no fim da fila”.
“É evidente que à medida que a comunidade internacional se reúne para desenvolver vacinas e terapêuticas seguras e eficazes para a covid-19, a igualdade deve
ser um foco central destes esforços”, disse Matshidiso Moeti.A responsável, que
falava hoje numa conferência sobre a covid-19 e o desenvolvimento de uma vacina
em África, incentivou, por isso, a comunidade internacional e os países
africanos a tomarem medidas concretas para assegurar o acesso em igualdade de
circunstâncias.
“Com demasiada
frequência, os países africanos acabam no fim da fila para novas tecnologias,
incluindo vacinas. Estes produtos que salvam vidas devem estar disponíveis para
todos e não apenas para aqueles que podem pagar”, sustentou.
A OMS e os seus
parceiros lançaram o Acelerador de Acesso a Ferramentas Covid-19 (ACT, na sigla
em inglês) para acelerar o desenvolvimento, produção e acesso equitativo a
diagnósticos, terapêuticas e vacinas para a covid-19.
A organização está
também a trabalhar com a Aliança para as Vacinas (GAVI) e outras organizações
para assegurar “uma distribuição justa” de vacinas a todos os países, com o
objectivo de fornecer dois mil milhões de doses a nível mundial para populações
de alto risco, incluindo mil milhões para países de rendimento médio e baixo.
A nível mundial,
existem quase 150 candidatos à vacina Covid-19 e actualmente 19 estão em
ensaios clínicos.
A África do Sul é o
primeiro país do continente a participar num ensaio clínico, com a Universidade
de Witwatersrand, em Joanesburgo, a testar uma vacina desenvolvida pelo Oxford
Jenner Institute, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Espera-se que a
vacina sul-africana Ox1Cov-19 VIDA-Trial envolva 2000 voluntários com idades
entre os 18-65 anos e inclua algumas pessoas que vivem com VIH.
A vacina já está a
ser testada no Reino Unido e no Brasil com milhares de participantes.
“Encorajo mais
países da região a juntarem-se a estes ensaios, para que os contextos e a
resposta imunitária das populações em África sejam tidos em conta nos estudos”,
disse Moeti.
África “tem os
conhecimentos científicos necessários para contribuir amplamente para a procura
de uma vacina eficaz. Os nossos investigadores ajudaram a desenvolver vacinas
contra doenças transmissíveis como a meningite, ébola, febre-amarela e uma
série de outras ameaças comuns à saúde na região”, acrescentou.
O número de mortos
em África devido à covid-19 subiu hoje para 12.206, mais 251 nas últimas 24
horas, em cerca de 522 mil casos, segundo os dados mais recentes sobre a
pandemia no continente.
De acordo com o
Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), o
número de infectados subiu para 522.104, mais 14.018 nas últimas 24 horas,
enquanto o número de recuperados é hoje de 254.361, mais 9.293.
Com mais de 220 mil casos e 3.600 mortes, a África do Sul representa mais de 43% do total de infecções no continente. ANG/Inforpress/Lusa
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