Países Baixos/Novo
Governo tem número recorde de mulheres
Bissau, 03 Jan 22(ANG) – O novo Governo do primeiro-ministro neerlandês Mark Rutte integra um número recorde de mulheres, 14 de um total de 29 ministros e secretários de estado, segundo uma lista publicada domingo, mais de nove meses após as eleições legislativas.
A
lista foi comunicada pelos quatro partidos políticos que chegaram a um acordo
em meados de Dezembro com o objectivo de formar uma coligação governamental que
permitirá a Rutte um quarto mandato.
O
primeiro-ministro dos Países Baixos receberá cada um dos governantes na próxima
semana, antes de fechar oficialmente a composição do seu Governo, que conta com
20 ministros, dos quais 10 são mulheres.
De
acordo com as propostas da coligação, o actual ministro das Finanças, Wopke
Hoekstra, líder do Apelo Democrata-Cristão (CDA), de centro-direita, e defensor
da ortodoxia orçamental, torna-se ministro dos Negócios Estrangeiros.
Uma
ex-chefe da diplomacia, Sigrid Kaag, será a nova ministra das Finanças dos
Países Baixos, que é um dos quatro países ditos “frugais” (a par da Áustria,
Dinamarca e Suécia), defensores do rigor orçamental na Europa e que frequentemente
entram em confronto com os Estados do sul da Europa nas questões orçamentais.
Para
o Ministério da Saúde, a coligação indicou o nome de Ernst Kuipers, presidente
do conselho de administração do hospital de Roterdão e responsável pela
distribuição de pacientes com covid-19 no país.
Kuipers,
de 62 anos, sucede a Hugo de Jonge – que por sua vez se tornará ministro da
Habitação, Planeamento Regional e Ambiente – na linha de frente desde o início
da crise da covid-19.
O
parlamento neerlandês recebeu em 15 de Dezembro o acordo entre quatro partidos
de centro-direita para o Governo de coligação dos Países Baixos, liderado pelo
liberal Mark Rutte pela quarta vez consecutiva desde 2010.
Os
temas principais que ocupam as 50 páginas do acordo são a habitação, as
alterações climáticas, a crise do nitrogénio, o investimento na educação e, em
especial, as consequências que ainda sofrem mais de 47.000 famílias e as suas
97.000 crianças devido ao escândalo das ajudas aos pais, que foram
infundadamente acusados de fraude fiscal e perseguidos até à ruína desde 2013.
“Cometeu-se
uma grande injustiça para os pais afectados e seus filhos, com graves
consequências em todas as áreas das suas vidas. Para lhes fazer justiça, é
essencial uma compensação generosa e uma cicatrização emocional”, sublinha o
acordo.
A
perseguição das Finanças a famílias inteiras é o pior escândalo administrativo,
institucional e político da história recente dos Países Baixos, e que causou a
queda do Governo em Janeiro passado.
O
futuro executivo abolirá, portanto, o actual sistema e financiará as creches em
até 95%, para que os pais só paguem uma pequena contribuição, e os subsídios
não serão pagos em forma de ajudas, mas directamente às instituições de cuidado
infantil, para evitar que as famílias “se percam em regras complicadas”, como
aconteceu desde 2013.
O
partido liberal VVD, o progressista D66, o Apelo Democrata-Cristão (CDA) e a
União Cristã (CU), que governaram em coligação de 2017 a Janeiro deste ano
(quando se demitiram em bloco e ficaram em gestão corrente), demoraram nove
meses a atenuar as divergências surgidas após as eleições de Março e recuperar
a unidade com que governaram antes.
Do acordo, destacam-se o aumento gradual do salário mínimo em 7%, que se baseará numa semana laboral de 36 horas (como propunha a esquerda, na oposição), e a prioridade dada à resolução de desafios sociais como as alterações climáticas e a crise do nitrogénio, com 35.000 milhões e 25.000 milhões de euros adicionais, respectivamente.ANG/Inforpress/Lusa
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