segunda-feira, 9 de janeiro de 2023


Brasil
/ Bolsonaristas atacam instituições democráticas mas são condenados pela  comunidade internacional

Bissau, 09 Jan 23 (ANG) - Centenas de apoiantes do ex-Presidente Jair Bolsonaro invadiram no domingo, 8 de Janeiro, o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e o Palácio do Planalto, em Brasília, um semana após a tomada de posse de Lula da Silva.

A comunidade internacional já veio condenar a invasão aos três poderes da democracia brasileira.

Os manifestantes avançaram e furaram as barreiras montadas pela polícia, que foi obrigada a recorrer a gás lacrimogéneo para tentar travar os manifestantes. Foram detidas mais de 400 pessoas.

O presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Arthur Lira, condenou a “destruição e vandalismo”, garantindo que serão preservadas a liberdade, a democracia e o respeito à Constituição. O responsável referiu ainda que “o Congresso Nacional jamais negou voz a quem queira manifestar-se pacificamente” mas que “nunca dará espaço para a baderna, a destruição e vandalismo”.

O Presidente do Brasil Lula da Silva prometeu levar à justiça os responsáveis pelas invasões e designou-os de terroristas e fascistas fanáticos.

Por seu lado Jair Bolsonaro, ausente na Flórida, nos Estados Unidos, já veio repudiar as acusações feitas pelo actual chefe de Estado. Bolsonaro alega ter sempre defendido a constituição, as leis, a democracia, a transparência e a liberdade, admitindo que invasões de prédios públicos fogem às regras da democracia.

A comunidade internacional já veio condenar a invasão aos três poderes da democracia brasileira. Nas redes socias e antes de partir para o México, o Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou “escandalosas” as manifestações dos “bolsonaristas”, condenando este ataque “contra a democracia e transferência pacíficas de poder no Brasil”.

O chefe de Estado mexicano, Andres Manuel Lopez Obrador, mostrou-se solidário com o homólogo brasileiro, sublinhando que “Lula não está sozinho, ele tem o apoio das forças progressistas do seu país, do México, continente americano e do Mundo”.

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau,  escreveu num tweet que «o respeito das pessoas pelo direito democrático é primordial em todas as democracias, incluindo no Brasil”, reafirmado o apoio do Canadá ao Presidente Lula.

O Presidente da Argentina, Alberto Fernandez, insistiu nas redes sociais no apoio “incondicional” da Argentina com o homólogo brasileiro, face ao que considerou ser “uma tentativa de golpe de Estado”.

De Cuba também chegaram as condenações do Presidente Miguel Diaz-Canel, referindo que estes actos viram gerar caos e que “os bolsonaristas estão a imitar os trumpistas”, durante o ataque ao capitólio em Washington.

O Governo de Cabo Verde condenou “veementemente os violentos ataques” perpetrados contra as instituições democráticas da República Federativa do Brasil.

De acordo com um comunicado de imprensa publicado na página oficial da rede social Facebook do Ministério dos Negocios Estrangeiros, o Governo manifestou a sua “total solidariedade” para com a Presidência da República, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal do Brasil, e apela ao “rápido regresso à normalidade, no estrito respeito pela ordem constitucional”.

Da mesma forma, o Presidente da República, José Maria Neves, através da mesma rede social, indicou que acompanha com “enorme preocupação” os acontecimentos em Brasília.

“Condeno veementemente os actos antidemocráticos e manifesto a minha solidariedade e apoio ao Presidente Lula da Silva e às autoridades legítimas da República Federativa do Brasil”, escreveu José Maria Neves.

Em Bruxelas  a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou  que o assalto ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto do Brasil constituiu um "ataque à democracia" e sublinhou o seu apoio ao Presidente.

O ataque aos órgãos de soberania do Brasil "é uma grande preocupação para todos nós, defensores da democracia", afirmou  Ursula von der Leyen, numa mensagem divulgada através da rede social Twitter.

Von der Leyen expressou o seu "total apoio" ao Presidente do Brasil, lembrando que Luís Inácio Lula da Silva "foi eleito de forma livre e justa". ANG/RFI/Angop

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