quarta-feira, 27 de setembro de 2023

50 anos de independência/Líder do parlamento qualificou de “desadequada e inaceitável”, referências feitas pelo Presidente da República sobre  as comemorações em Boé

Bissau,27 Set 23(ANG) -   O Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP), qualificou de “desadequada e inaceitável”, as referências feitas pelo Presidente da República, segundo as quais  as comemorações dos 50 anos da independência, cujo ato central foi realizado em Lugadjol(Madina Boé),pelo parlamento tratou-se  de uma “manifestação de um partido político e manobras para enganar o povo”.


Em conferência de imprensa realizada hoje, Domingos Simões Pereira disse que, em Lugadjol, esteve reunida na sessão especial do parlamento alusiva aos 50 anos de independência, 62 deputados, seis dos quais, foram empossados no ato de abertura.

A Assembleia Nacional Popular(parlamento) é constituida de 102 deputados, 54 dos quais da Coligação PAI-Terra Ranca, que integra cinco formações políticas.

“Registanos infelizmente, a ausência de uma Bancada, por razões desconhecidas mas  que não mereceu particular enfoque”, salientou.

Nas redes sociais, a dirigente do Madem G-15, Adja Satú Camará justificou o que alguns analistas chamaram de” boicote do Madem G-15”, que o partido não tomou parte nas comemorações dos 50 anos de independência devido ao fato de a cerimónia ter sido monopolizada por um partido, neste caso o PAIGC.

O líder do parlamento e do PAIGC, coordenador da Coligação PAI-Terra Ranca,vencedora das legislativas de Junho passado afirmou que, foi um momento histórico em Ludjadjol, repleto de simbolismo e que serviu de homenagem a heroica população de Boé e também para a reafirmação do compromisso dos deputados de servir os interesses do povo.

“Agora, as referências do Presidente da República de que o evento tratou-se de uma manifestação de um partido político e de manobras para enganar o povo, foi desadequada e inaceitável”, disse Domingos Simões Pereira.

Simões Pereira sublinhou que, da mesma forma, as considerações que se seguiram,  do Presidente da República, tanto em relação a data das eleições, como ao facto de que já é vencedor antecipado e em primeira volta das próximas presidenciais, são afirmações mal enquadradas e que a ANP não aceita.

O  Presidente da ANP referiu que a Guiné-Bissau vive um momento importante e que ainda precisa de ser corrigido, acrescentando que para consolidar a paz e a tranqulidade, necessita-se do concurso de todos, e especialmente dos órgãos da soberania com o Presidente da República no topo da hierarquia.

“Ainda vamos à tempo de controlar impulsos e consolidar o entendimento entre todos os atores da vida política nacional”, aconselhou.

Domingos Simões Pereira afirmou que a democracia se rege particularmente pelo limite e interdependência dos poderes e pela imprevisiblidade dos pleitos e não se vai as eleições, já conhecendo os vencedores declarados do escrutínio.

“Não nos propomos questionar os mandatos de outros órgãos, mas não admitiremos, em nenhuma circunstância, que se ponha em causa o mandato, que resulta da vontade livremente expressa do povo guineense, de ser este o quadro de governação escolhido para os próximos quatro anos”, salientou.

O líder da ANP disse que, em Novembro, irão comemorar o aniversário das Forças Armadas com toda a admiração e disntição, mas já não poderá haver a festa da independência, porque esta aconteceu em 24 de Setembro.

O Presidente da República, anunciou a sua recandidatura para as próximas eleições presidenciais de 2025, assumindo que será o vencedor das mesmas logo na primeira volta.

Umaro Sissoco Embaló que falava aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, ao regressar da 78a sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que decorreu em Nova Iorque, disse que as festividades do Dia da Independência foram proteladas para dia 16 de Novembro, dia das Forças Armadas, porque “não se pode festejar a efeméride debaixo da chuva”. ANG/ÂC//SG

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