ONU/África
não está disposta a pagar o desenvolvimento do norte – Cyril Ramaphosa
Bissau, 20 Set 23(ANG) – O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse hoje que os africanos já não estão disponíveis para suportar o custo do desenvolvimento dos países ocidentais, salientando que o continente aquece mais rapidamente que os outros.
“África
aquece mais do que qualquer outro continente, 17 dos 20 piores pontos em termos
de aquecimento global estão em África; somos os menos responsáveis pelo
aquecimento global, mas somos os que carregamos o maior fardo”, disse o chefe
de Estado sul-africano na 78.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorre
esta semana em Nova Iorque.
“Séculos
depois dos escravos, décadas depois da exploração colonial, as pessoas do
continente africano continuam a suportar o custo da industrialização do norte e
do desenvolvimento das nações mais ricas, mas esse é um preço que os africanos
já não estão disponíveis para pagar”, disse Ramaphosa, o líder da nação mais
industrializada da África subsaariana.
Na
intervenção, lamentou que muitas nações do norte contem entre os seus ativos a
riqueza mineral que está debaixo do solo africano, e garantiu que esta riqueza
“deve beneficiar os africanos”.
Ramaphosa
defendeu também os direitos das mulheres e, salientando a maioria de homens
presentes na assembleia, exclamou: “Onde estão as mulheres do mundo? Elas
deviam estar aqui, nesta sala, numa posição de liderança”.
Na
parte do discurso dedicada ao aquecimento global, um dos principais problemas
enfrentados no continente, o chefe de Estado sul-africano vincou, ainda, que é
preciso “mais apoio financeiro” e defendeu a necessidade de investir anualmente
500 mil milhões de dólares, quase 470 mil milhões de euros, na mitigação e
adaptação às alterações climáticas no continente, sob pena de o mundo falhar os
compromissos globais relativos ao ambiente.
ANG/Inforpress/Lusa
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