Burkina Faso/ Governo militar autoriza envio de contingente militar para o vizinho Níger
Bissau, 20 Set 23 (ANG) - A Assembleia Legislativa de transição do Burkina Faso aprovou terça-feira uma lei que autoriza o envio de um contingente militar por "três meses,
renováveis" para o vizinho Níger, ameaçado de intervenção armada após um golpe de Estado.Proposta pelo Governo de transição, a lei
foi aprovada por unanimidade pelos 71 membros da assembleia e prevê o envio de
um contingente militar por "três meses renováveis".
A lei "estabelece um quadro jurídico
para o envio de um contingente militar do Burkina Faso para o Níger, cuja
missão é prestar assistência militar à República do Níger em caso de agressão
ou desestabilização por parte de um exército externo, mas também para lutar
contra o terrorismo", declarou o ministro da Defesa do Burkina Faso, o
coronel major Kassoum Coulibaly.
A adopção da lei permitirá ao Burkina Faso
"dispor de pontos de apoio" no Níger "para lutar contra os
grupos terroristas que muitas vezes se refugiam no país, depois de terem
cometido ataques no nosso território", explicou Coulibaly.
O Burkina Faso, o Níger e o Mali partilham
a chamada zona das "três fronteiras", onde os grupos extremistas
realizam frequentemente ataques.
Os três países, governados por regimes
militares, assinaram uma carta em Bamako, no sábado, estabelecendo uma aliança
de "defesa coletiva e assistência mútua" - a Aliança dos Estados do
Sahel (AES).
O Níger, onde um golpe de Estado derrubou o
Presidente eleito Mohamed Bazoum a 26 de Julho, está ameaçado de intervenção
militar pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que
pretende ver restaurada a ordem constitucional.
No final de Agosto, o novo homem forte do
Níger, o general Abdourahamane Tiani, assinou um decreto que autoriza as forças
armadas do Burkina Faso e do Mali a intervir em solo nigerino "em caso de
agressão ou de desestabilização por um exército externo".
Estes dois países vizinhos não tardaram a manifestar a sua solidariedade para com as novas autoridades nigerinas. Avisaram a CEDEAO contra qualquer intervenção no Níger, que consideraram ser uma "declaração de guerra". ANG/Angop
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