50 anos da independência/ Analista político considera conquista da independência “maior ganho” para o país
Bissau, 21 Set 23 (ANG) – O analista
político apontou hoje a conquista da independência como “maior ganho” do povo guineense, perante o incumprimento do Programa Maior.
Diamantino Domingos
Lópes, falava em entrevista exclusiva à ANG sobre o balanço dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau, que
se assinala no próximo dia 24 de Setembro .
Disse que as
espectativas são enormes uma vez que o país vai celebrar no próximo dia 24 de
Setembro, meio século da sua existência como Nação livre e independente.
Segundo Domingos
Lópes, foi uma etapa longa e a data é esperada com muita pompa e circunstância, uma
vez que é o maior ganho da Guiné-Bissau até a data presente. “É natural que as
espectativas sejam altas” .
Domingos Lopes
salientou que apesar de a liberdade ser o Programa Menor, valeu a pena, porque as pessoas viviam numa
situação de dominação e exploração e o componente cultural tem a ver com o realce
da identidade guineense.
Questionado sobre o
que deve ser corrigido para a satisfação do desejo de ter uma Guiné melhor, em
termos de desenvolvimento e bem-estar social, Lopes disse que nada precisa ser
corrigido, uma vez que nada foi feito ainda ou seja o Programa Maior nunca
chegou de ser iniciado, salientando que volvidos 50 anos , o “Programa Maior
está como está”.
“Quando falamos do Programa
Maior estamos a falar de desenvolvimento da Guiné-Bissau e nenhum guineense
sente o país nesta prespetiva, e todos sabem que podíamos fazer muito mais
durante este tempo todo, mas nada foi
feito, ou seja, a desigualdade social ainda é enorme, o nível de vida das
populações é muito baixo, há pobreza extrema, a educação de qualidade e muito
baixa, quase inexistente, há problema de acesso à saúde, de infraestrutura e
muitos outros”,salientou.
Para Lopes, nem para
dar continuidade à estratégia da administracção colonial o país não foi capaz, e
o povo passa por uma situação muito complicada e pode até pôr em causa as
celebrações dos 50 anos, daí que, diz,
muitos advogam que seria melhor continuar com a administracção colonial, porque,
dizem , tudo de bom que havia não foi conservado e nada de melhor ou igual foi
feito depois da independência.
“Digo isso porque
ainda existe um pequeno grupo de pessoas neocolonialistas e pequenos burgueses
pertencentes à classe política e empresial que tomou conta das riquezas do país
e estão a fazer pior do que os colonialistas portugueses fizeram. A torturar as
pessoas, seja fisica ou psicologicamente, a prender, entre outros abusos, e é
por isso que o Programa Maior está comprometido “,disse.
O analista político
disse que a liberdade de expressão está à imagem do que foi o comprimento do Programa
Maior, que endossa tudo e que, até ao momento, segundo diz, o país não sabe lidar com estes desafios que
são componentes da democracia, pois assistiu -se, num passado recente, a invasão à
um orgão de comunicação social, por parte das autoridades nacionais com armas
do fogo, que podiam tirar vida aos jornalistas .
Lopes disse que isso
e mais outros atos demonstram o que foi
a liberdade de imprensa e de expressão, e
os direitos humanos ao longo destes 50
anos de independência .
Apesar dessa
carateriazação negativa dos 50 anos, Domingos Lopes diz que ainda é possivel
resgatar o país e dar-lhe o rumo ao desenvolvimento.
“Para isso, o povo
precisa ser orientado sobre o caminho que deve andar e essa responsabilidade é
de quem governa o país. Ele é que define o modelo de cidadão que quer e isso se
faz através da escola, com uma verdadeira educação, com foco em formar homens
de verdade integro, com capacidade de lidar com multiplas adversidades e que
vê no proximo a sua imagem. Isso é um
modelo que se define”explicou Lopes.
Acrescentou
defendendo que o Estado deve investir nas famílias como alicerce de
tudo e diz que, “se a familia
desestabilizar a sociedade também se desestabiliza”.
“ O Estado que tem de
saber em que condições vivem os seus cidadãos ,deve promover o emprego e repartir
as riquezas do país para cada familia. Mas se manter o modelo económico vigente
será dificil chegar ao desenvolvimento, tanto almejado”, disse o analista
político, Diamantino Lopes, professor universitário e jornalista . ANG/MSC//SG
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