ONU/Mais de 2.500 migrantes mortos ou desaparecidos no Mediterrâneo em 2023
Bissau, 29 Set 23(ANG) – Mais de 2.500 pessoas morreram ou foram dadas com desaparecidas depois de tentarem cruzar o Mediterrâneo para a Europa desde o início do ano, disse hoje o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) no Conselho de Segurança.
“Até 24 de setembro, mais de 2.500 pessoas, só em 2023, foram dadas como mortas ou desaparecidas. Este número representa um aumento de dois terços, em comparação com 1.680 pessoas no mesmo período de 2022”, disse Ruven Menikdiwela, diretora do Escritório do ACNUR em Nova Iorque, numa reunião do Conselho de Segurança convocada pela Rússia.
Menikdiwela reiterou os apelos
do ACNUR para a criação de um mecanismo regional de desembarque e
redistribuição para refugiados e migrantes que cheguem à Europa por mar, “num
espírito de partilha de responsabilidades e solidariedade com os Estados da
linha da frente”.
O ACNUR estima que, entre janeiro e
agosto deste ano, mais de 102 mil refugiados e migrantes tentaram
atravessar o Mar Mediterrâneo Central para a Europa a partir da Tunísia – um
aumento de 260% em comparação com o ano passado – e mais de 45 mil a partir da
Líbia.
Além disso, 31 mil pessoas foram
resgatadas no mar ou interceptadas e desembarcaram na Tunísia, e 10.600 na
Líbia.
“As partidas da Argélia permanecem
limitadas, com quase 4.700 chegadas a Espanha até agosto de 2023, um aumento de
18% em relação a 2022. Além disso, um total de 3.700 pessoas foram resgatadas
ou interceptadas pelas autoridades argelinas durante o mesmo período, um
aumento de 68%”, apontou o ACNUR.
No total, de janeiro a 24 de
setembro, cerca de 186.000 pessoas chegaram por via marítima ao sul
da Europa – Itália, Grécia, Espanha, Chipre e Malta -, tendo a maioria – mais
de 130.000 pessoas – chegado a Itália, num aumento de 83% em comparação
com o mesmo período de 2022.
Ruven Menikdiwela alertou ainda que
vidas também são perdidas em terra, longe da atenção pública.
“A viagem da África Ocidental ou do
Leste e Corno de África até à Líbia e daí até aos pontos de partida na costa
continua a ser uma das mais perigosas do mundo”, frisou. ANG/Inforpress/Lusa
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