Brasil/ Indígenas vencem processo crucial sobre as suas terras
Bissau, 22 Set 23 (ANG) - O
Supremo Tribunal Federal do Brasil votou a favor do direito dos povos indígenas,
num processo crucial sobre as terras que historicamente ocupam. Esta
quinta-feira, nove dos onze juízes do Supremo votaram contra o chamado
"marco temporal".
Esta quinta-feira, nove dos onze juízes do
Supremo Tribunal Federal do Brasil votaram contra o chamado "marco
temporal", que propõe limitar esses direitos às terras que os povos
indígenas ocupavam em 05 de Outubro de 1988, quando foi promulgada a atual
Constituição brasileira. Um processo crucial para a defesa do direito dos povos
indígenas.
“É
um dia de festa” declarou Joenia Wapichana, presidente da
Fundação dos Povos Indígenas, depois de dois anos de
debate sobre a questão.
Segundo a tese do “marco temporal”, o
registo das terras indígenas é feito com base das reservas que ocupavam
oficialmente aquando da promulgação da Constituição de 1988. Porém, os
indígenas insistem no facto de que uma parte das comunidades foi expulsa das
suas terras durante a ditadura militar, entre 1964 e 1985.
“Trata-se
de repor a dignidade de um povo que foi dizimado e oprimido durante cinco
séculos” afirmou a juíza brasileira Carmen Lúcia, que votou
pela não fixação de data na Constituição brasileira.
Dinamam
Tuxá, coordenador do Grupo dos Povos Autóctones do Brasil, saúda a
decisão mas lembra que ainda há muitos desafios pela frente, como é o caso da “indemnização prévia”.
Nós estamos bastante realizados por se
tratar de uma matéria tão importante para os povos indígenas no Brasil.
Agora vamos continuar lutando para que o
Governo brasileiro siga a política de demarcação, como está previsto no nosso
texto constitucional.
Temos outros desafios: como a questão da
indemnização prévia e atividade económica dentro de terras indígenas”.ANG/RFI
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