Sudão/Propagação de dengue está a ser “catastrófica” e causa centenas de mortes no país
Bissau,26 Set 23(ANG) – A dengue e a diarreia aguda estão a aumentar “a um ritmo alarmante”, causando “centenas de mortes”, no Sudão, onde a guerra forçou o encerramento de 100 hospitais, alertaram, segunda-feira, médicos que pedem que se contenha a propagação.
O estado mais afetado é Gedaref, na
fronteira com a Etiópia, onde “a velocidade de propagação da dengue é
catastrófica” e já provocou “centenas de mortes e milhares de casos de
contaminação”, alertou o Sindicato dos Médicos do Sudão.
A estação das chuvas no Sudão, marcada
todos os anos pela propagação de epidemias de malária e de dengue, é ainda mais
devastadora este ano, após mais de cinco meses de guerra entre os dois generais
no poder em Cartum.
“A situação é particularmente
complicada para as crianças doentes, porque enquanto algumas são
hospitalizadas, a maioria é tratada em casa”, declarou um médico da região.
Amal Hussein, um residente de Gedaref,
disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) que, “em cada casa, há pelo menos
três pessoas doentes com dengue”, uma doença transmitida por mosquitos que
provoca febres altas e hemorragias, que podem ser fatais se não forem
devidamente tratadas.
Em El-Facher, a capital do Darfur do
Norte, “foram registados 13 casos de malária numa semana”, de acordo com o
Ministério da Saúde.
Em Cartum, “três pessoas morreram de
diarreia aguda” entre as “14 hospitalizadas só no domingo” no bairro de Hajj
Youssef, no leste da capital, afirmou o comité de resistência do bairro.
“Tomem precauções para evitar o
contágio”, apelou o comité que organiza a entreajuda entre os habitantes desde
que os dois generais no poder entraram em guerra, a 15 de abril.
O conflito causou a morte de 7.500
pessoas, segundo uma estimativa, milhões de deslocados e refugiados, e pôs fim
a um sistema de saúde que já era insuficiente há décadas num dos países mais
pobres do mundo.
Dezenas de hospitais foram
bombardeados ou ocupados por combatentes, e os stocks das instalações ainda em
funcionamento estão agora esgotados ou foram saqueados.
Mesmo antes do início da guerra, um em
cada três sudaneses tinha de caminhar, em média, mais de uma hora para
encontrar um centro de saúde e apenas 30% dos medicamentos essenciais estavam
disponíveis.
ANG/Inforpress/Lusa
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