Libéria/ Segunda volta das presidenciais apertada entre
Boakai e Weah
Bissau, 14 Nov 23 (ANG)
– Os Liberianos
começaram a votar esta terça-feira 14 de Novembro na segunda volta das eleições
presidenciais, as primeiras que o país organiza de forma autónoma desde que a
Missão das Nações Unidas se retirou pacificamente do país em 2018.
Um duelo político
protagonizado por um veterano da política, Joseph Boakai, e um antigo craque do
futebol internacional, George Weah.
Os liberianos
são chamados às urnas para escolher entre o Presidente atual, George
Weah, 57 anos, antigo jogador internacional de futebol e Joseph Boakai,
antigo vice-presidente, função que exerceu durante 12 anos e que, com
78 anos de idade, poderá estar a viver a sua última candidatura política.
Os dois
candidatos já se enfrentaram em 2017, quando Weah venceu com 61% dos votos.
Desta vez, na primeira volta, o atual Presidente foi o mais votado com uma
margem de apenas 1 %.
Joseph Boakai
ocupou várias funções no governo e na indústria petrolífera e promete
"salvar o país", um discurso que tem eco junto das populações mais
frustradas e desiludidas com o atual sistema. A Libéria, pequeno país
da África Ocidental, viveu anos de guerra civil, até 2003, e
conheceu a epidemia de ébola entre 2014 e 2016, dificultando a
situação económica de uma população em que uma em cada cinco pessoas vive
com menos de 3 dólares por dia, segundo o Banco Mundial.
Quanto
a George Weah, o atual Presidente, ex-jogador de futebol,
tendo passado pelo Paris Saint-Germain e pelo AC Milan e único
jogador africano que obteve o título de Bola de Ouro (a mais prestigiosa
recompensa individual no futebol) é, segundo as estatísticas, o candidato
favorito e alcançou 7.000 votos a mais do que o seu rival na primeira volta, a
10 de Outubro de 2023.
Nascido na
periferia pobre da capital Monróvia, George Weah beneficia da imagem de um
político popular e pacífico num país que sofreu guerras civis entre 1989 e 2003
e promete continuar as suas políticas de desenvolvimento de infraestruturas,
sistema de saúde e gratuidade do ensino.
Estas são as
primeiras eleições presidenciais organizadas sem a intervenção de organismos
internacionais, a Missão das Nações Unidas tendo-se retirado pacificamente do
país em 2018, e o quarto escrutínio desde o fim da guerra civil em 2003.
As mesas de voto
estão abertas até às 18 horas locais e os resultados definitivos devem ser
anunciados nos próximos 15 dias. Na primeira volta que decorreu no mês de
Outubro, os observadores internacionais elogiaram o bom desenrolar do
escrutínio, numa região que tem sofrido vários golpes de estado.
ANG/RFI
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