Caso 1 de fevereiro/Justiça guineense liberta dois dos detidos
acusados de golpe de Estado em 2022
Bissau, 14 Jun 24(ANG) - A Justiça guineense restituiu , quinta-feira.
à liberdade dois dos detidos acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022, noticiou
a Lusa que cita o advogado Rivaldo Cá,
que representa o empresário Armindo Gomes "Djoto", um dos libertados.
Além de "Djoto"
saiu em liberdade Wilson Barbosa. Os dois civis foram detidos em fevereiro de
2022, acusados de participação na tentativa de golpe ocorrido no dia 01 do
mesmo mês.
De acordo com o advogado, o
empresário "Djoto" saiu em liberdade definitiva em cumprimento do
despacho de um Juiz de Instrução Criminal (JIC), que em junho de 2022 ordenou
que assim fosse.
Rivaldo Cá afirmou que o
despacho "nunca tinha sido cumprido até aqui". "Quatro meses
depois da detenção do meu constituinte ele foi absolvido pelo JIC. Provámos a
sua inocência, mas o despacho da sua soltura não foi observado", declarou
Rivaldo Cá.
Segundo a Lusa, o advogado
adiantou que vai entrar com um processo
contra o Estado guineense para pedir indemnizações "por danos
causados" ao empresário a nível pessoal, devido à deterioração de estado
de saúde, e ao seu negócio. "A empresa dele afundou", sublinhou
Rivaldo Cá.
Embora não seja seu
constituinte, o advogado notou que Wilson Barbosa saiu em liberdade provisória
por questões de saúde, mediante Termo de Identidade e Residência (TIR).
O Tribunal Militar Regional
de Bissau começou o processo de julgamento de 25 pessoas, entre civis e
militares, mas desde dia 04 deste mês que tem vindo a suspender as sessões e,
neste momento, não existe uma data para a retoma dos trabalhos.
A equipa de advogados de
defesa dos detidos exige ao tribunal, em questões prévias, uma tomada de
posição sobre 17 pessoas ainda presas, embora com ordens de soltura emitidas
pelo JIC.
A defesa avançou com
recursos a exigir, entre outras questões, o cumprimento da ordem de soltura
daquelas pessoas como condição para prosseguir com o julgamento, que deverá
decorrer na Base Aérea de Bissalanca, arredores de Bissau.
Entre os detidos, figura o
ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto,
acusado de ser o cabecilha da tentativa de golpe.
Segundo a acusação, no dia 1
de fevereiro de 2022, homens armados irromperam na sala do Conselho de
Ministros, no palácio do Governo, em Bissau, e dispararam sobre os presentes,
entre os quais o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, que presidia à reunião.
O Governo alegou tratar-se
de uma tentativa de golpe de Estado, na qual morreram 11 pessoas, na sua
maioria elementos do corpo de segurança dos governantes, e cerca de 50 outras
foram detidas.
Alguns dos detidos deveriam
ser julgados em dezembro de 2022, por um tribunal civil, mas, à última da hora,
o processo foi adiado "para uma nova data", alegadamente devido às
obras de reabilitação da zona da baixa de Bissau, onde se situa o tribunal. ANG/Lusa
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