sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Berlim/Moscovo


                     Assassinato de georgiano gera crise diplomática
Bissau. 06 dez 19 (ANG) - A Alemanha expulsou  quarta-feira (4) dois diplomatas russos, acusados de não ter "cooperado suficientemente" na investigação sobre o assassinato, em Berlim, de um georgiano e devem deixar o país imediatamente.
A Rússia promete represálias contra a decisão “inamistosa e sem fundamento”.
A expulsão dos dois diplomatas russos foi feita depois que o Ministério Público Federal alemão, competente em matéria de espionagem, resolveu conduzir a investigação sobre o assassinato, referindo-se a um "contexto político".
A justiça alemã considera que a morte do georgiano, integrante da minoria chechena do país, foi premeditada. A vítima, identificado como Tornike K., de 40 anos, foi morta a tiros em plena luz do dia, e no centro da capital alemã, em 23 de de agosto.
A testemunhas falam em uma "execução". O principal suspeito, preso imediatamente após o crime, nas imediações do local do tiroteio, é um russo de 54 anos que possuía, no momento da detenção, documentos falsos.
Preso desde então, ele foi identificado como Vadim Krasikov, 54 anos, e seria alvo de um mandado de prisão internacional de Moscou pelo assassinato de um empresário russo em 2013, informa a imprensa alemã.
Segundo o Ministério Público alemão, o assassinato de Tornike K. foi cometido "ou em nome de entidades estatais da Federação russa ou em nome da República Autônoma da Chechênia".
A justiça alemã lembra que a vítima, radicada na Alemanha há alguns anos, era considerada “terrorista” por Moscou. O georgiano participou da segunda guerra da Chechênia contra a Rússia, antes de integrar uma unidade antiterrorista do ministério do Interior da Geórgia. Ele tinha ligações com setores islâmicos e foi alvo de várias tentativas de assassinato.

Berlim afirma ter tentado repetidamente, sem sucesso, obter explicações sobre este crime da parte da Rússia, como recentemente em novembro, durante um encontro entre o secretário de Estado alemão Andreas Michaelis e o embaixador russo em na Alemanha, Serguei Netchaiev. As expulsões podem ser seguidas de "outras medidas", dependendo do andamento da investigação, alertaram as autoridades alemãs.
Moscou negou formalmente estar envolvido neste caso e anunciou que tomará medidas de retaliação. “Uma análise politizada na investigação é inadmissível. Somos obrigados a tomar medidas de retorsão”, ameaçou um porta-voz da diplomacia russa.
O caso abre uma nova crise diplomática entre a Rússia e um país europeu. Moscou foi apontado como responsável pelo envenenamento de Serguei Skripal, um ex-agente duplo russo na Inglaterra, em março de 2018. ANG/RFI/AFP



quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Ensino público


           Sindicatos do sector anunciam entrega de  pré-aviso de greve   

Bissau, 5 dez 19 (ANG) – Os Sindicatos do sector educativo do país, nomeadamente o Sinaprof, Sindeprof, Siese e Frenaprof, ameaçam entregar um pré-aviso de greve na segunda-feira por “incumprimento do acordo assinado pelo Governo”.

Bungoma Duarte Sanhá porta voz dos sindicatos, em conferência de imprensa, disse que vão entregar um pré-aviso de greve na segunda-feira para iniciar uma paralisação laboral de 5 dias com o início na quinta-feira.

Informou que, se as suas exigência não forem satisfeitas, irão voltar a carga com uma nova greve de 60 dias com o início no dia 6 de Janeiro do próximo ano.

Declarou que a reacção dos sindicatos é uma resposta  à cortes  de subsídios de carga horária dos professores e do incumprimento de acordos assinados pelo governo.   

Instado a falar  sobre como irão para a greve se a data de conclusão do ano lectivo 2018/19 foi marcada para , sexta-feira, aquele sindicalista respondeu  que não estão a fazer greve por período ou ano lectivo.

“Estamos  a reivindicar os nossos direitos e não estamos a agir com  má fé, o que nos interessa é o nosso direito, porque disse para os professores entregarem todos as fichas, porque as notas que vão ser publicadas não têm qualidade. É uma oferta aos alunos," considerou Duarte Sanhá.

Disse que a greve vai ter efeito, porque vai impedir o  preenchimento das pautas, a realização de  matrículas automáticas, provas extra e de segundo época que ocorrem  depois de publicações dos resultados finais.

"Não temos confiança no governo, porque pediram-nos 25 dias para  fazer um mapa similar para nos entregar e, de repente  fomos surpreendidos com a corte de subsídios de carga horária, cuja autorização foi  publicado no Boletim Oficial, com assinatura do  primeiro-ministro , Aristides Gomes, visando acabar   com professores contratos que estavam a reivindicar na altura”, explicou. ANG/MI/ÂC//SG

Presidenciais 2019


Líder de PUN diz  que campanha eleitoral foi marcada por demonstração de poder económico e discursos tribalistas

Bissau,05 Dez 19(ANG) – O líder do Partido de Unidade Nacional(PUN), afirmou que as eleições legislativas e a primeira volta das presidenciais, puseram  em evidência dois “cancros”, que representam um perigo para a segurança do país como nação.

“Os dois cancros representam, o dinheiro e com os recursos aos discursos demagógicos, tribalista, religioso etc, utilizados pelos líderes políticos durante a campanha eleitoral”, revelou hoje Idriça Djaló em conferencia de imprensa.

Aquele político disse que, desde a abertura democrática no país, o dinheiro sempre esteve presente no coração desse sistema, para a compra da consciência dos eleitores, de forma a induzir as pessoas a votarem num determinado partido ou candidato.

“Todos os partidos o fizeram sem excepção. Aliás todos os partidos ou candidatos que têm meios de mobilizar dinheiros, utilizaram-no nas campanhas eleitorais”, afirmou.

Idriça Djaló sublinhou que chegou a altura de se interrogar das consequências desses dinheiros na política.

“Os referidos dinheiros têm origens bem claras. Primeiro, uma parte provem do tesouro público, ou seja o dinheiro de todos nós é apoderado por um grupo de pessoas para fazer a  política. E isso se verifica desde a abertura democrática em 1994”, disse.

A fonte do mesmo dinheiro, de acordo com o líder do PUN, pode advir de um grupo de pessoas com  poder de distribuir as florestas do pais, vendendo as madeiras e revertendo os fundos para os seus bolsos para meter na política.

“Ou ainda vendem as licenças de pescas nas zonas proibidas, através de autorização da faina para os navios que hoje em dia são proibidos de pescar em toda a parte do mundo porque têm redes que arrastam todas as espécies de peixes”, disse.

Idriça Djaló explicou que outra fonte de dinheiro tem a ver com o tráfico de drogas, acrescentando que em todos os países do mundo, tanto os mais grandes como pequenos, existem traficantes que decidem que vão viver na marginalidade das leis.

“Levam a cabo actividades perigosas como negócios de drogas e em contrapartida ganham muito dinheiro. Já ouvimos falar de grandes Cartêis e que têm redes espalhadas até as pequenas escalas”, afirmou.

O líder do PUN frisou, a título de exemplo, que a quantidade de drogas aprendidas ultimamente na Guiné-Bissau, já não é a obra de um pequeno traficante do país.

“Quando  falamos de centenas de milhões de euros provenientes de droga é porque existe a cumplicidade da alta esfera do Estado, porque os narcotraficantes não são pessoas loucas, têm responsabilidades como qualquer um”, disse.

Declarou que, quando os traficantes trouxem elevadas quantidades de drogas para o país é porque têm alguma contrapartida, salientando que essa garantia não são dadas por um zé povinho da Guiné-Bissau.

O político sublinhou que o último fonte de dinheiro pode advir de chefes de Estados estrangeiros que pretendem controlar o país e os seus recursos, e podem injectar dinheiro, apostar nas pessoas para chegarem ao poder.

O Líder do PUN afirmou que as consequências de tudo isso leva a classe política dirigente a perder a autoridade de representar, condignamente, o Povo que o elegeu.

“Esses dinheiros investidos na compra da consciência dos eleitores para votarem num determinado partido ou candidato é um perigo sério para a Guiné-Bissau”, disse. ANG/ÂC//SG

Justiça


     Inaugurado  novo portal do Gabinete de Informação de Consulta Jurídica

Bissau 05 dez 19(ANG) – O Ministério da Justiça através do Gabinete de Informação de Consulta Jurídica (GICJU) procedeu hoje numa unidade hoteleira de Bissau, ao lançamento oficial do seu portal na internet que pode ser acessado no  endereço WWW.Gicju-gb.org.

O acto de lançamento teve lugar durante a abertura do seminario de dois dias, sobre a validação de Diplomas  do GICJU e de  Estratégia de Género para Centro de Acesso à Justiça e apresentação do Site.

De acordo com programa do seminário, os participantes vão debater hoje e amanhã Decretos –leis  número 11/2010, bem como 11/ 2011 de 3 de Fevereiro e  o relatório, estratégia do género para Centro de Acesso à Justiça  respectivamente.

 Em representação da ministra da Justiça, Gabriel Umabano indicou que os custos de acesso aos tribunais constituem um dos constrangimentos da justiça na Guiné Bissau, por isso o executivo assumiu a criação do Centro de Acesso à Justiça, para ajudar aos cidadãos que não têm possibilidades económicas para suportar esses custos, com a coordenação do GICJU. 

“Após uma década, todos nós, sobretudo aqueles   cuja actividade profissional se insere no sector da justiça e não só, mas também a nossa população,  reconhece, de modo geral, que o GICJU contribuiu significativamente na melhoria do acesso á justiça no nosso país”, notou.

Gabriel Umabano acrescentou que é nesta senda que o governo pretende continuar, fortificando as instituições, através do reforço do quadro legislativo e da criação de condições materiais para o melhor desempenho da função jurisdicional,mas também dando aos cidadãos com menos condições económicas, a possibilidade de apresentar aos tribunais as suas causas.   
                                                                                 
Para o Director do  Gabinete de Informação de Consulta Jurídica, Sana Canté  o acto  representa uma inovação na definição do quadro legal e administrativa do referido gabinete, adoptando-o de capacidade e personalidade para os desafios actuais, no cumprimento da sua missão de prestar melhor serviço  jurídico, ao cidadão sem condições económicas ou por razões da sua vulnerabilidade social ou cultural.

“O gabinete está votado única e exclusivamente para promover  a justiça, para que todos se sintam iguais em obediências aos estatuído nos artigo 24, 25 e 32 da Constituição da Guiné-Bissau”, afimou.

Sana Canté assegurou que, com estas reformas, o Estado pretende  colocar o melhor serviço e competência ao alcance do cidadão utente, sem violar as competências atribuídas à outras estruturas da administração da justiça,nomeadamente os tribunais, o Ministério Público e os Advogados. 

Em representação do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento PNUD,  Omar Djaló disse que o seminário  se enquadra no processo de evolução de GICJU que desde a sua criação  desempenhou um papel fundamental através dos Centros de Acesso à Justiça, na prestação de informação jurídica.

Para além disso, conforme Omar Djaló, o  GICJU assegurou ainda as condições de acesso ao direito à justiça aos cidadãos, nomeadamente das camadas mais desfavorecidas da população, como é o caso das mulheres, jovens e crianças, sobretudo aqueles provenientes do meio rural,onde muitas vezes a justiça ainda não funciona”, ilustrou.     

Segundo Omar Djaló , citando os dados estatísticos,  o GICJU desde a sua criação, o número das mulheres que procura os seus serviço ronda cerca 23 por cento. Disse que neste contexto é fundamental a elaboração de uma plano consistente para poder prestar serviço adequado as  preocupações. ANG/LPG/ÂC//SG


Presidenciais 2019


                            Nuno Nabian apoia Sissoco Embaló
Bissau, 05 dez 19 (ANG) - Nuno Nabian, líder do terceiro partido mais votado na primeira volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, o APU-PDGB, assinou terça-feira,em dacar, no Senegal,um acordo de apoio ao candidato Umaro Sissoco Embaló que vai enfrentar Domingos Simões Pereira na segunda volta de 29 de Dezembro.
Em entrevista à RFI, Nuno Nabian afirmou que Umaro Sissoco Embaló é o candidato que pode oferecer a estabilidade à Guiné-Bissau.
"Eu penso que esta minha decisão de apoiar Umaro Sissoko Embaló tem a ver com aquilo que nós sempre dissemos que é a estabilidade na Guiné-Bissau. Sem estabilidade o país não pode avançar. Ele oferece condições para que se possa sentar numa mesa e discutir assuntos fundamentais do país e criar condições para que de facto haja estabilidade", justificou Nuno Nabian.
A segunda volta das presidenciais vai ser disputada a 29 de Dezembro, entre Domingos Simões Pereira, que obteve 40,13% dos votos, e Umaro Sissoco Embaló, que conseguiu 27,65%.
O acordo político refere também que Nuno Nabian vai trabalhar em conjunto com os partidos que o apoiam para assegurar que o seu eleitorado se mantenha coeso, evite dispersão de votos e se consolide em torno de Umaro Sissoco Embaló".

"Em caso de vitória, as partes comprometem-se a trabalhar juntos para promover a concórdia nacional, a unidade nacional e a criar um clima de paz e estabilidade indispensável ao bom desempenho do cargo de Presidente da República", refere-se também no acordo.

O documento tem também as assinaturas, como testemunhas, de Braima Camará, coordenador nacional do Madem-G15, partido que apoia Umaro Sissoco Embaló, Alberto Nambeia, presidente do PRS, que apoiou Nuno Nabian na primeira volta, e de Nuno Nabian, enquanto presidente da APU-PDGB.
A sua chegada à Bissau, Nabian reiterou que assinou um acordo para apoiar o candidato do Madem G-15 e que vai colocar a disposição deste toda a equipa que o acompanhou na primeira volta.
Disse entretanto que, os que são do partido mas que não querem acompanhá-lo nessa decisão podem votar  noutro candidato.
Nabian enfrenta divergências com outros elementos da direcção do partido havendo quem considerasse que o acordo não vincula o APU-PDGB mas apenas ao seu presidente, Nuno Nabian, “porque não se trata de uma decisão tomada por uma instância competente do partido”.
Trata-se de mais um  reforço à candidatura de Umaro Sissoco Embalo, depois do candidato independente derrotado na primeira volta, Carlos Gomes Júnior ter firmado um acordo semelhante, na semana passada.
Por seu lado, a candidatura de Domingos Simões Pereira não para de receber apoios, os mais recentes são de  movimentos de apoio ao José Mário Vaz, Carlos Gomes Júnior e de um grupo de jovens,  ambos votaram, na primeira volta, noutros candidatos.
A campanha eleitoral para a segunda volta começa a 13 de Dezembro e vai decorrer até dia 27 de Dezembro.ANG/RFI

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Agências de Notícias Africanas


Federação apela mudanças no funcionamento para salvaguarda das instituições

Bissau, 03 Dez 19 (ANG) – A Federação Atlântica das Agências de Notícias Africanas (FAAPA) apelou as direcções das Agências de Notícias filiais à desfazerem do modelo  tradicional e introduzirem novo sistema de funcionamento económico mais viável para sua sobrevivência como órgãos da comunicação social.

A revelação é do Director Geral da Agência de Notícias da Guiné(ANG), sobre o balanço da sua participação na 5ª Assembleia Geral da FAAPA, realizada entre os dias 29 e 30 de Novembro findo em Rabat/Marrocos.

Salvador Gomes disse que a Assembleia Geral da FAAPA foi antecedida de  realização de um seminário de formação para participantes cujo lema foi “O Modelo Histórico e Único das Agências de Notícias Morreu ,Inventem o vosso Futuro”,.

Explicou que o apelo serve para cada Agência de Notícias descobrir que tipo de modelo deve   adoptar para o seu funcionamento e subsistência, acrescentando que, com a evolução de novas  tecnologias , o modelo até então usado por muitas agências de notícias deixou de ser viável.

“É preciso ser mais criativo, é preciso inovar e diversificar  os produtos a oferecer(texto, som e video), manter a credibilidade e a confiança dos subscritores”, salientou.

Salvador Gomes disse que ficou assente  que as Agências de Notícias devem acompanhar a evolução  tecnológica e ter recursos humanos a altura de produzir textos que interessam aos seus clientes.

 “Os tratamentos factuais que as Agências dão as suas notícias, já estão a ser postos em causa. Já há quem defenda que é preciso fazer mais inclusive produzir informações que mudam a vida nas comunidades. Portanto informações credíveis e de qualidade(confirmadas e verificadas)”, disse.

 Afirmou que o modelo económico da Agência de Notícias da Guiné não pode estar longe das inovações que tem que fazer para sua rentabilidade económica através de  diversificação de produtos a oferecer, à semelhança de outras agências de notícias que tiveram o mesmo percurso que a ANG mas que hoje se desenvolveram em vários aspectos.

Questionado como é que a ANG pode entrar nessa senda, Gomes frisou que tem etapas que deve cumprir, uma vez que ainda se encontra na fase de relançamento porque depois do conflito militar de 1998, devido ao facto de a sede onde funcionava no aquartelamento da Marinha for completamente destruída.

 “Depois do conflito político militar de 7 de Junho de 1998,  fez-se um projecto para o relançamento  da ANG que não se realizou infelizmente. Por isso, a ANG ainda se encontra numa fase de relançamento, ainda sem correspondentes regionais que constituem a “força” de uma agência de notícias.

Salvador Gomes disse que, com o novo Secretário de Estado da Comunicação Social está em perspectiva a elaboração de um novo Plano Estratégico para o desenvolvimento dos órgãos da comunicação social público e então a ANG vai estar contemplada.

Falando de pagamento de quotas anual  na FAAPA no valor de 1000 dólares, Gomes disse que apesar de a ANG estar em dívida, por não ter conseguido pagar nenhuma vez, isto não está a comprometer, por enquanto, a sua participação em acções de formação promovidas em Marrocos, por esta organização  que reúne cerca de 30 agências de notícias  africanas.
Salientou  contudo que está-se a fazer diligências  para que um dia se possa pagar.

A FAAPA foi criada em Outubro de 2014 e representa uma extensão das publicações  de cerca de 30 agências filiadas.

A ANG é membro fundador desta organização sediada em Rabat, Marrocos que, para além de proporcionar estabelecimento de acordos de parcerias entre as agências filiadas, promove, anualmente, acções de  formação para  jornalistas e técnicos de agências de países membros.

Nesse quadro a ANG assinou na última Assembleia Geral um acordo de parceria com a Inforpress, Agência de Notícias de Cabo Verde.

Dos países da CPLP, são membros da FAAPA, para além da ANG e Inforpress, a Agência STP Press, de São Tomés e Príncipe e Angop, de Angola.ANG/MSC/ÂC//SG

Mudanças climáticas


           “Década atual deve ser a mais quente já registrada”, diz  ONU
Bissau, 04 dez 19 (ANG) - A atual década (2010-2019) está destinada a ser a mais quente já registrada na história, adverte a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em um relatório anual publicado nesta terça-feira (3).
O documento salienta a aceleração das consequências das mudanças climáticas.
No relatório apresentado no início da Conferência sobre o Clima da ONU (COP25), a OMM indicou que as temperaturas globais superaram nos primeiros 10 meses do ano em 1,1 ºC a média da era pré-industrial (1850-1900). A organização prevê ainda que  2019 será o “segundo ou terceiro ano mais quente”, desde 1850, quando os registros sistemáticos começaram a ser feitos.

Cada uma das últimas quatro décadas foi mais quente que a anterior. Além disso, as emissões provocadas pelo homem devido, por exemplo, aos combustíveis fósseis, a construção de infraestruturas, o aumento dos cultivos e o transporte provavelmente contribuirão para um novo recorde de concentração de dióxido de carbono, o que aumentará o aquecimento, afirmou a OMM.
 Os oceanos, que absorvem parte dos gases do efeito estufa, continuam registrando temperaturas recordes e uma acidificarão maior, o que ameaça os ecossistemas marinhos dos quais bilhões de pessoas dependem para alimentação ou trabalho.

 Em outubro, o nível do mar também alcançou um recorde, alimentado sobretudo pelas 329 bilhões de toneladas de gelo derretido na Groenlândia em um ano.

Milhões de pessoas já sofrem as consequências da mudança climática, o que evidencia que esta não é apenas uma ameaça para as futuras gerações, mas também para as atuais.
No primeiro semestre de 2019 mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas dentro de seus países, segundo o Observatório de Situações de Deslocamento Interno. Deste total, sete milhões o fizeram por causas relacionadas com fenômenos meteorológicos extremos como tempestades, inundações e secas, um número que pode alcançar 22 milhões para o conjunto do ano.
Em 2019 foram registradas secas na América Central e Austrália, ondas de calor na Europa e Japão, assim como supertempestades no sudeste da África e incêndios devastadores no Brasil e na Califórnia (EUA).
"Mais uma vez, em 2019, os riscos ligados ao tempo e ao clima afetaram duramente", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. "As ondas de calor e as inundações que antes aconteciam uma vez por século estão se tornando eventos regulares", advertiu.
Taalas destacou que a pluviometria mais irregular, somada ao crescimento demográfico, representará "desafios consideráveis em termos de segurança alimentar para os países mais vulneráveis". Em 2018, a tendência decrescente da fome no mundo foi revertida, com mais de 820 milhões de pessoas afetadas.
Ao ritmo atual, a temperatura poderia aumentar até 4 ºC ou 5 ºC no fim do século. Mesmo se os países respeitarem seus compromissos atuais de redução das emissões, o aumento poderia superar 3 ºC, enquanto o Acordo de Paris prevê limitar o aquecimento a menos de 2 ºC e, de modo ideal, a 1,5 ºC.
A COP25, que começou na segunda-feira (2) em Madri, tem o objetivo de estimular a luta contra o aquecimento global. "Os Estados não têm desculpas para bloquear os avanços nem recuar quando a ciência mostra que é urgente atuar", reagiu Kat Kramer, da ONG Christian Aid. ANG/RFI/AFP

Universidade Lusófona


Pró-Reitor nega acusação de perseguição aos membros do sindicato dos professores daquela instituição  

Bissau, 04 dez 19 (ANG) – O Pró-Reitor da Universidade Lusófona da Guiné (ULG) nega  ameaças de despedimento e clima de intimidação contra docentes que criaram sindicato dos professores para negociar a melhoria de condições, daquela instituição do ensino superior no país, como noticiou o jornal português “O Público”.

Nilton Soares de Sousa confrontado hoje pelo repórter da ANG  relativamente a reportagem publicada no referido jornal português, segundo as quais a ULG funciona sem condições mínimas, desde falta de cadeiras,ventilação, mesas e de internet, concorda com alguns aspectos reportados pelo jornal, mas  disse que a Direcção daquela instituição está a trabalhar para superar algumas escassez mencionadas.

Disse que a falha de internet, tem a ver com má qualidade do serviço que a empresa fornece aos seus clientes e neste caso particular a ULG não é o único com o  problema da falha da rede de internet na Guiné-Bissau, explicando que isso se verifica em quase todas as instituições e que mesmo assim cumprem  com a sua obrigação.

Sobre a insuficiência de ventilação, o Pró-Reitor da ULG disse também que  se deve ao péssimo serviço de energia eléctrica que o país oferece.

“Hà uma variação enorme do fornecimento da energia eléctrica e isso não permite o normal funcionamento dos aparelhos de ar condicionados, devido ao péssimo serviço de luz eléctrica que o país oferece as instituições que precisam de ventilação constante. A queda de corrente eléctrica provocou em muitas ocasiões, curto circuito, que danificou o nosso painel de distribuição da corrente”, explicou.

Aquele responsável afirmou que no momento, a ULG  funciona sem ventilação mas  que não é só a ULG que enfrenta esse  problema.

Reconheceu a insuficiência de cadeiras, mas alega que tal se deve a superlotação  dos estudantes, informando que a questão vai ser superada com regularização da situação dos alunos relativamente as inscrições e pagamento das dividas que os mesmos contraíram com a instituição.

“A ULG dispõe de 4.000 alunos e  pouco menos de 90 por cento deles é que se inscrevera. Há  muitos que ficaram anos e anos sem efectuar nenhum pagamento trimestral mas  que continuam a frequentar as aulas”, revelou, acrescentando que já publicaram circular onde informaram aos estudantes sobre as formas como devem regularizar as  suas situações.

Avisa que o estudante que tiver dívidas acumuladas de 270.000 FCFA até 360.000 poderá regularizar a sua situação pagando a inscrição do semestre do presente ano em duas prestações.

Disse que  aquele que tiver dívidas acima dos 360.000 FCFA será  suspenso das aulas e deverá tratar  da sua dívida  com o Administrador.

Nilton Soares de Sousa afirmou que isto vai permitir a ULG  reorganizar as salas.

Disse que existem alunos que não cumprirem com as suas obrigações em termos de pagamento de propinas, mas  que continuam a frequentar aulas e que esta situação  não é bom para  uma instituição cujo  funcionamento depende do pagamento dos estudantes.

Quanto a falta de livros na biblioteca, disse que, de facto, a maior parte dos conteúdos bibliográficos estão disponíveis na internet, mesmo assim reconheceu a escassez e prometeu  melhorar a situação.

Em relação a recusa de atribuição do horário de aulas aos membros do sindicato, Nilton de Sousa nega essas acusações e justificou a situação com a ausência sistemática de alguns docentes nas aulas, e alega  que muitos   não tinham condições , em função da suas formações para continuar a leccionar e que  outros estavam a dar aulas nas disciplinas que não dominam, e por isso contratou-se professores com diploma de  mestrados.

“Isso não tem nada a ver  com criação do sindicato ou de ser sindicalista”, afirmou.

E no que diz respeito a assinatura de contrato com os docentes, o Pró-Reitor da ULG disse que entregou ao sindicato uma proposta para  celebração de contrato e do valor fixo de salário mensal a ser pago aos professores  mas  que o sindicato é que não apresentou a referida proposta aos seus associados.
ANG/LPG/ÂC//SG

Crimes financeiros


  Megaoperação prende 228 pessoas por lavagem de dinheiro em 31 países
Bissau, 04 dez 19 (ANG) - Policiais de 31 países prenderam 228 pessoas e identificaram mais de 3,8 mil "mulas financeiras", em uma gigantesca operação contra a lavagem de dinheiro, anunciou nesta quarta-feira (4) a agência europeia de polícia, Europol.
A operação, executada de setembro a novembro, resultou na abertura de mais de 1 mil investigações criminais e permitiu evitar "uma perda total de € 12,9 milhões" (US$ 14,2 milhões), afirmou a Europol em um comunicado.
"Mais de 650 bancos, 17 associações de bancos e outras instituições financeiras contribuíram para a declaração de 7.520 transações fraudulentas de mulas financeiras ", explicou a agência policial.
As "mulas financeiras" participam, muitas vezes sem saber, de atividades de lavagem de dinheiro, recebendo e transferindo quantias obtidas ilegalmente, indicou a Europol. A operação, que contou com a colaboração da unidade europeia de cooperação Eurojust e a Federação Bancária Europeia (FBE), permitiu identificar 3.833 dessas mulas e 386 recrutadores, dos quais 228 foram detidos.
As mulas também podem ter de enfrentar a Justiça. "Embora as mulas ajam sem perceber, estão cometendo um crime", adverte a Europol. "A polícia vai recorrer primeiro à pessoa cujo nome está na conta bancária e as consequências legais podem ser graves", afirmou a agência.
Os recrutadores, particularmente ativos nas redes sociais, convencem as vítimas "a abrir contas bancárias sob o pretexto de enviar ou receber fundos”. Os anúncios on-line propõem técnicas "para enriquecer rapidamente", amplamente usadas para atrair estudantes e jovens.
Os casos de "golpes românticos" também aumentaram este ano, à medida que os criminosos recrutam cada vez mais mulas nos portais de namoro online. A operação teve desmembramentos em países como Alemanha, Bélgica, Espanha, Suíça, Reino Unidos, Estados Unidos e Austrália.
Segundo a Europol, de acordo com a lei em vigor em cada país, as mulas podem "estar sujeitas a longas penas de prisão e adquirir antecedentes criminais que podem afetar seriamente o resto de suas vidas como, por exemplo, impedi-las de obter um empréstimo ou abrir uma conta bancária".
Para sensibilizar o público sobre este tipo de fraude, a Europol lançou nesta quarta-feira (4) uma campanha intitulada "Não seja mula".ANG/RFI/AFP



Universidade Lusófona


Porta-voz do sindicato  dos professores  confirma falta de condições naquela instituição

Bissau,04 dez 19 (ANG) –O porta-voz do sindicato dos professores da Universidade Lusófona da Guiné (SINDEF) confirmou hoje a falta de condições naquale estabelecimento de ensino superior.

Em declarações à Agência de Notícias da Guiné( ANG), Nérico Pereira Mendes disse que a ULG se depara com insuficiência de cadeiras,mesas,ventilação, falhas de internet e que não dispõe de uma sala  para os professores, a fim de  poderem preparar melhor os conteúdos a serem leccionados.

O sindicalista, para além de concordar com a reportagem publicada pelo jornal português “O Público”, no dia 02 de dezembro, na qual foi revelada  a falta de meios materiais na ULG, disse que na biblioteca da instituição a maioria dos livros não tem conteúdos leccionados pelos docentes.

Indicou ainda a insuficiência de equipamentos nos laboratórios dos cursos da Ciências do Mar e Ambiente e de Enfermagem Superior.

Nérico Pereira Mendes diz haver tentativa de coação dos professores  da parte da direcção da ULG para assinarem contratos de prestação de serviço, uma situação que diz ter sido mantida inalterado.

O sindicalista disse que a situação está a melhorar aos poucos, porque agora é permitida fazer críticas sobre as más condições da Universidade e quanto a insuficiência de cadeiras disse que a situação continua na mesma, ou seja os alunos continuam a movimentar-se de um lado para outro a procura da cadeira para assistir aulas e a internet  não é compatível ,porque para pesquisar uma matéria a pessoa fica mais de hora e isso não é normal para uma instituição de ensino superior.

“A direcção recusou atribuir o horário à todos os membros sindicais porque estes recusaram assinar a proposta salarial apresentada pela ULG, por não estar em conformidade com a carga horária”, disse.

Pediu aos colegas para acompanharem o sindicato nas suas accões por forma a contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos docentes, e do ensino.

Por sua vez, o Secretário-Geral da Associação Académica da Universidade Lusófona da Guiné, instado a falar  da insuficiência das cadeiras relaciona essa insuficiência a situação de ingresso de novos estudantes, mas disse que  a situação está a ser resolvida paulatinamente pela direcção daquela instituição académica.

Ducamar Mancabo reconheceu a falta  de livros na biblioteca e a procura de conteúdos pelos estudantes na internet, apesar da sua fraca qualidade.

 “O estudante que faz pesquisa paga 250 FCFA por hora e mais de  uma hora se paga 500 FCFA e o dinheiro é revertido na aquisição da internet para este computador, enquanto se resolve a questão de fraca capacidade de internet”, revelou.

Sobre a falha de internet Ducamar Mancabo confirmou a sua  insuficiência, mas isso, conforme ele, tem a ver com a conjuntura do país ou seja “não é só naquela universidade que isso acontece”.

“Dos doze cursos disponíveis na ULG, somente dois deles têm laboratórios, nomeadamente da Ciência do Mar e Ambiente e a Enfermagem Superior apesar de não dispor de equipamentos desejáveis”, disse o estudante.
ANG/LPG/ÂC//SG

NATO


                             Divisões marcam cimeira de Londres
Bissau, 04 dez 19 (ANG) - A cimeira da NATO, em Londres, reúne terça e quarta-feira, líderes de 30 países, num contexto de tensão entre os países membros.
O encontro coincide com os 70 anos da Aliança Atlântica . 
Um aniversário em plena crise. Afinal, para que serve hoje a NATO? As dúvidas sobre a organização, criada em 1949 para proteger cerca de mil milhões de pessoas, foram, no fundo, lançadas pelo Presidente francês, em Novembro, numa entrevista que provocou um electrochoque entre os países-membros. Emmanuel Macron disse, na altura, que a NATO estava num estado de morte cerebral e hoje insistiu que mantinha as afirmações.
Nessa entrevista à The Economist, Emmanuel Macron criticou a falta de coordenação entre os membros da NATO depois de a Turquia - sem os ter avisado - ter invadido o norte da Síria para eliminar os curdos sírios, que tinham sido aliados do Ocidente na luta contra o Estado Islâmico.
 Na mesma entrevista, Macron perguntava o que faria a NATO se a Síria respondesse à agressão turca no seu território, lembrando que o Artigo 5.º defende que “um ataque a um é um ataque a todos”.
Em resposta, na semana passada, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que é Macron quem está em “morte cerebral”.
Por sua vez, esta manhã, ao lado do secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, o presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que Emmanuel Macron foi “muito insultuoso” quando apontou que a NATO estava em “morte cerebral”.
Donald Trump também criticou a intenção francesa de taxar os gigantes tecnológicos americanos como a Google, Apple, Facebook e Amazon, e ameaçou aplicar taxas alfandegárias adicionais, que podem atingir os 100 %, sobre queijos, champanhe e outras iguarias ou produtos franceses equivalentes a 2,4 mil milhões de dólares. ANG/RFI