Líder
de PUN diz que campanha eleitoral foi
marcada por demonstração de poder económico e discursos tribalistas
Bissau,05 Dez 19(ANG) – O líder do Partido de
Unidade Nacional(PUN), afirmou que as eleições legislativas e a primeira volta
das presidenciais, puseram em evidência
dois “cancros”, que representam um perigo para a segurança do país como nação.
“Os dois cancros
representam, o dinheiro e com os recursos aos discursos demagógicos,
tribalista, religioso etc, utilizados pelos líderes políticos durante a
campanha eleitoral”, revelou hoje Idriça Djaló em conferencia de imprensa.
Aquele político disse que,
desde a abertura democrática no país, o dinheiro sempre esteve presente no
coração desse sistema, para a compra da consciência dos eleitores, de forma a
induzir as pessoas a votarem num determinado partido ou candidato.
“Todos os partidos o fizeram
sem excepção. Aliás todos os partidos ou candidatos que têm meios de mobilizar
dinheiros, utilizaram-no nas campanhas eleitorais”, afirmou.
Idriça Djaló sublinhou que
chegou a altura de se interrogar das consequências desses dinheiros na
política.
“Os referidos dinheiros têm
origens bem claras. Primeiro, uma parte provem do tesouro público, ou seja o
dinheiro de todos nós é apoderado por um grupo de pessoas para fazer a política. E isso se verifica desde a abertura
democrática em 1994”, disse.
A fonte do mesmo dinheiro,
de acordo com o líder do PUN, pode advir de um grupo de pessoas com poder de distribuir as florestas do pais,
vendendo as madeiras e revertendo os fundos para os seus bolsos para meter na
política.
“Ou ainda vendem as licenças
de pescas nas zonas proibidas, através de autorização da faina para os navios
que hoje em dia são proibidos de pescar em toda a parte do mundo porque têm
redes que arrastam todas as espécies de peixes”, disse.
Idriça Djaló explicou que
outra fonte de dinheiro tem a ver com o tráfico de drogas, acrescentando que em
todos os países do mundo, tanto os mais grandes como pequenos, existem
traficantes que decidem que vão viver na marginalidade das leis.
“Levam a cabo actividades
perigosas como negócios de drogas e em contrapartida ganham muito dinheiro. Já
ouvimos falar de grandes Cartêis e que têm redes espalhadas até as pequenas
escalas”, afirmou.
O líder do PUN frisou, a
título de exemplo, que a quantidade de drogas aprendidas ultimamente na
Guiné-Bissau, já não é a obra de um pequeno traficante do país.
“Quando falamos de centenas de milhões de euros
provenientes de droga é porque existe a cumplicidade da alta esfera do Estado,
porque os narcotraficantes não são pessoas loucas, têm responsabilidades como
qualquer um”, disse.
Declarou que, quando os
traficantes trouxem elevadas quantidades de drogas para o país é porque têm
alguma contrapartida, salientando que essa garantia não são dadas por um zé
povinho da Guiné-Bissau.
O político sublinhou que o
último fonte de dinheiro pode advir de chefes de Estados estrangeiros que
pretendem controlar o país e os seus recursos, e podem injectar dinheiro,
apostar nas pessoas para chegarem ao poder.
O Líder do PUN afirmou que
as consequências de tudo isso leva a classe política dirigente a perder a
autoridade de representar, condignamente, o Povo que o elegeu.
“Esses dinheiros investidos
na compra da consciência dos eleitores para votarem num determinado partido ou
candidato é um perigo sério para a Guiné-Bissau”, disse. ANG/ÂC//SG
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