Modi defende polémica lei da cidadania
Bissau, 24 dez
19 (ANG) - Estudantes e outros manifestantes de várias religiões e etnias, nas
últimas duas semanas,um pouco por todo o país acusam o Governo de violar a
Constituição e de querer tirar a cidadania a indianos muçulmanos, em protestos
que já fizeram 25 mortos e centenas de feridos.
Em causa está
uma alteração à lei de cidadania, aprovada pelo Parlamento indiano a 11 de
Dezembro, que abre uma excepção para alguns grupos de imigrantes em situação
ilegal no país.
Oficialmente, este dispositivo visa
facilitar a naturalização dos refugiados membros das minorias religiosas do
Bangladesh, Afeganistão e Paquistão, esta lei excluindo contudo os muçulmanos
oriundos desses países.
Apesar disso, para o Primeiro-Ministro
nacionalista hindu Narendra Modi, "não há motivo de alarme" para os
muçulmanos da Índia. "Não se deixem enganar", esta foi aliás a campanha
que o governo indiano lançou hoje nos meios de comunicação social contra a
alegada "desinformação" em torno da polémica lei qualificada por
organizações muçulmanas e a oposição como sendo "uma lei
discriminatória".
Ao defender segunda-feira este
dispositivo, Narendra Modi referiu que "não coloca em causa o
estatuto" dos 200 milhões de muçulmanos que representam cerca de 14% da
população indiana e argumentou que não está na ordem do dia "um registo
dos cidadãos a nível nacional", isto em referência a um recenseamento
efectuado recentemente no Estado de Assam, no nordeste do país, em que quase 2
milhões de pessoas, boa parte de confissão muçulmana, foram incapazes de
comprovar a sua cidadania indiana, o que as coloca agora na eventualidade de se
tornarem apátridas.
Por outro lado, Narendra Modi acusou ainda
a oposição de estar a "espalhar boatos segundo os quais, todos os
muçulmanos iriam ser enviados para campos de detenção". Para o
Primeiro-Ministro indiano, isto não passa de "mentiras".
Todavia, foram recenseados pelo menos 6
campos de detenção juntando mais de mil presumíveis migrantes ilegais no Estado
de Assam, sendo que está prevista a construção de estruturas semelhantes em
Bombaim e Bangalore. O próprio Vice-Ministro indiano do Interior chegou a
reconhecer perante o parlamento que 28 pessoas morreram neste tipo de
instalações neste últimos anos. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário