terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Índia


                               Modi defende  polémica lei da cidadania
Bissau, 24 dez 19 (ANG) - Estudantes e outros manifestantes de várias religiões e etnias, nas últimas duas semanas,um pouco por todo o país acusam o Governo de violar a Constituição e de querer tirar a cidadania a indianos muçulmanos, em protestos que já fizeram 25 mortos e centenas de feridos.
Em causa está uma alteração à lei de cidadania, aprovada pelo Parlamento indiano a 11 de Dezembro, que abre uma excepção para alguns grupos de imigrantes em situação ilegal no país.
Oficialmente, este dispositivo visa facilitar a naturalização dos refugiados membros das minorias religiosas do Bangladesh, Afeganistão e Paquistão, esta lei excluindo contudo os muçulmanos oriundos desses países.
Apesar disso, para o Primeiro-Ministro nacionalista hindu Narendra Modi, "não há motivo de alarme" para os muçulmanos da Índia. "Não se deixem enganar", esta foi aliás a campanha que o governo indiano lançou hoje nos meios de comunicação social contra a alegada "desinformação" em torno da polémica lei qualificada por organizações muçulmanas e a oposição como sendo "uma lei discriminatória".
Ao defender segunda-feira este dispositivo, Narendra Modi referiu que "não coloca em causa o estatuto" dos 200 milhões de muçulmanos que representam cerca de 14% da população indiana e argumentou que não está na ordem do dia "um registo dos cidadãos a nível nacional", isto em referência a um recenseamento efectuado recentemente no Estado de Assam, no nordeste do país, em que quase 2 milhões de pessoas, boa parte de confissão muçulmana, foram incapazes de comprovar a sua cidadania indiana, o que as coloca agora na eventualidade de se tornarem apátridas.
Por outro lado, Narendra Modi acusou ainda a oposição de estar a "espalhar boatos segundo os quais, todos os muçulmanos iriam ser enviados para campos de detenção". Para o Primeiro-Ministro indiano, isto não passa de "mentiras".
Todavia, foram recenseados pelo menos 6 campos de detenção juntando mais de mil presumíveis migrantes ilegais no Estado de Assam, sendo que está prevista a construção de estruturas semelhantes em Bombaim e Bangalore. O próprio Vice-Ministro indiano do Interior chegou a reconhecer perante o parlamento que 28 pessoas morreram neste tipo de instalações neste últimos anos. ANG/RFI



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