Bissau,26 Dez 19(ANG) - O régulo de
Bafatá, Seco Mussá Sidibé, alertou os guineenses que quem fez a luta pela
independência da Guiné-Bissau não selecionou etnias e que todos contribuíram
com o seu “quinhão”.
“A Guiné-Bissau é constituída por um mosaico étnico e, portanto, quem fez a luta não selecionou as raças (etnias), todas as que surgiram participaram na luta e tem o seu quinhão”, afirmou Seco Mussá Sidibé.
O régulo de Bafatá, cidade situada a cerca de 150 quilómetros a leste de Bissau, falava à Lusa no âmbito da campanha eleitoral para a segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, marcadas para dia 29, que tem sido marcada por um discurso étnico e religioso.
“É a primeira vez que está a surgir no nosso país. O meu alerta vai para os meus conterrâneos guineenses para não verem esta questão da religião e a questão étnica e para verem, primeiro, o que significa uma eleição e, de seguida, o que é um cartão de eleição, que é um voto”, afirmou Seco Mussá Sidibé.
Para o régulo de Bafatá, o problema está no índice de analfabetismo que existe no país.
“Estamos na dinastia do analfabetismo e uma pessoa só orienta mil pessoas e não deve ser. Uma pessoa deve saber que tendo o seu cartão de eleitor na mão vai deixar o seu voto na urna”, salientou.
Para o régulo, as pessoas devem pensar, primeiro, no país e perceberam que com o voto na urna, enquanto cidadãos, estão a contribuir para o círculo de decisão do país.
“As pessoas estão a ver coisas novas nestas eleições e o que todo o mundo quer é que as pessoas votem conscientemente”, acrescentou.
Questionado sobre se o discurso étnico e religioso vai prosseguir após o fim do ciclo eleitoral na Guiné-Bissau, Seco Mussá Sidibé disse que os guineenses se entendem muito facilmente.
“É só neste época e nesta fase, terminando as eleições voltamos a estar alinhados. Estamos a fazer isto, porque muitas pessoas são orientadas”, explicou.
Para o futuro Presidente da Guiné-Bissau, o régulo de Bafatá, uma região de predominância muçulmana, em que Umaro Sissoco foi o mais votado na primeira volta, aconselha que a sua primeira obra seja banir aquele discurso e ser um “pai da pátria, sem excluir ninguém”.
Mais de 760.000 guineenses escolhem no
dia 29 o próximo Presidente da Guiné-Bissau entre Domingos Simões Pereira,
apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), e Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância
Democrática (Madem-G15). ANG/Lusa
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