Kiev e separatistas pró-Rússia trocam 200
prisioneiros
Bissau, 30 dez
19 (ANG) - As autoridades ucranianas e os separatistas pró-Rússia do leste da
Ucrânia intercambiaram no domingo 200 prisioneiros, entre eles, um brasileiro
que lutou com os separatistas, segundo agência de notícias russa.
O presidente francês Emmanuel Macron e a
chanceler alemã Angela Merkel disseram em comunicado comum, que a troca de prisioneiros
era conforme ao engajamento tomado em 9 de dezembro, durante o encontro dos
presidentes ucraniano, Volodimir Zelenski, e russo, Vladimir Putin, em Paris.
Na reunião, os líderes se comprometeram,
segundo o comunicado, a facilitar a liberação e a troca de pessoas presas
durante o conflito entre separatistas pró-russos e o governo ucraniano, até o
fim deste ano.
Segundo as decisões tomadas em Paris, o
intercâmbio deve ser acompanhado de um cessar-fogo total.
Mais cedo, logo após o fim da liberação
dos prisioneiros, o Kremlin divulgou que
o presidente russo e a chanceler alemã conversaram por telefone e consideraram
positiva a conclusão do intercâmbio.
A presidência ucraniana indicou em redes
sociais, por volta das 16 horas (horário local), que “as liberações recíprocas”
tinham terminado, precisando que 76 pessoas regressavam ao país. Ainda segundo
a rede social, entre os prisioneiros liberados, 12 eram militares e 64 civis,
incluindo dois jornalistas colaboradores do serviço ucraniano da rádio americana
RFE/RL, Stanislav Aseiev e Oleg Galaziuk, presos há dois anos.
Os separatistas pró-russos, das
autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, disseram a agencias de
imprensa russas que receberam respetivamente 61 e 63 prisioneiros.
A embaixada dos Estados Unidos na Ucrânia
deu as boas-vindas ao intercâmbio em seu Twitter oficial, enquento o dirigente
dos separatistas de Lugansk, Leonid Passechnik, celebrou uma nova vitória em
suas redes sociais.
A operação, segunda desde 2017, começou
por volta do meio-dia nas proximidades do posto de controle Miorske, em
uma região controlada por Kiev da região de Donetsk. O intercâmbio durou cinco
horas devido aos processos de verificação de identidade.
Até agora, nenhuma lista com o nome das
pessoas foi liberada, mas segundo a imprensa ucraniana as forças pró-Rússia
liberaram principalmente militares, mas também alguns ativistas.
Além de combatentes presos durante o
conflito, Kiev liberou três homens que participaram de um atentado em Kharkiv
em fevereiro de 2015.
A troca gerou controvérsia porque as
autoridades ucranianas também aceitaram liberar ex-policiais presos por uma
suposta participação na repressão às manifestações da praça Maidan de 2014, que
causou uma centena de mortes. As manifestações aconteceram antes do início da
guerra.
Em setembro, Kiev e Moscou intercambiaram
70 presos, entre eles, o cineasta ucraniano Oleg Sentsov. Os separatistas
também retrocederam em alguns pontos da linha de frente. Outras retiradas deste
tipo devem se repetir antes do fim de março. Moscou também devolveu a Kiev
navios de guerra que tinha apreendido.
A guerra no leste da Ucrânia causou mais
de 13 mil mortes desde que começou em 2014, algumas semanas após a Rússia
anexar a península da Crimeia.ANG/RFI/AFP
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