Candidatura de Domingos Simões
Pereira lamenta discurso “sem nexo” de adversário
Bissau,18
Dez 19(ANG) - A candidatura de Domingos Simões Pereira à segunda volta das
presidenciais da Guiné-Bissau, marcada para dia 29, lamentou terça-feira o que
disse ser o discurso “sem nexo e qualquer fundamento” do outro candidato, Umaro
Sissoco Embaló.
“Temos
vindo a escutar as declarações sem nexo e qualquer fundamento. Quando alguém
acusa alguém, deve apresentar provas”, afirmou, em conferência de imprensa,
Óscar Barbosa, porta-voz da candidatura de Domingos Simões Pereira, apoiado
pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde.
Segundo
Óscar Barbosa, o candidato Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a
Alternância Democrática (Madem-G15), tem acusado Domingos Simões Pereira de ser
“contra os balantas, contra o levantamento de sanções [aos militares guineense,
impostas pelas Nações Unidas] e contra a religião muçulmana”.
“Nós
sentimos pena, mas muita pena, que uma sociedade como esta que já sofreu tanto,
devido a ações dos seus próprios filhos, que a conduziram quase ao abismo, que
hoje em dia em pleno século XXI haja candidatos que não têm a capacidade para
apresentar argumentos que possam tirar a Guiné-Bissau da situação em que se
encontra, mas que utilizam a divisão e armas perigosas como a religião e a
etnia e outras acusações falsas para tentar tirar proveito disso”, afirmou
Óscar Barbosa.
Para o
porta-voz da candidatura de Domingos Simões Pereira, aquela situação é “como
brincar com o fogo em cima da gasolina”.
“Nós aceitamos o confronto de ideias.
“Nós aceitamos o confronto de ideias.
Domingos
Simões Pereira, ao longo de toda esta campanha, falou da necessidade de unidade
entre o povo guineense, da necessidade de coesão interna, falou de
desenvolvimento, do muito trabalho que há a fazer na tentativa de criar uma
nova imagem do país junto da comunidade internacional de modo a salvar o
projeto Terra Arranca e novos apoios capazes de catapultar o país a um novo
patamar de desenvolvimento”, salientou.
Mas,
acrescentou Óscar Barbosa, enquanto o candidato do PAIGC fala de
desenvolvimento, unidade e de coesão do povo da Guiné-Bissau, outros “falam em
belicismo, utilizando a religião, a etnia e outros argumentos que estão fora do
contexto atual que o mundo procura”.
“Todo o
mundo luta hoje pela paz. Vemos hoje as consequências da religião, mesmo na
nossa sub-região. Vemos a situação dramática do Mali, do Níger, dos Camarões,
da Nigéria, queremos também incendiar a Guiné-Bissau?”, questionou.
“Se a
Guiné-Bissau se incendeia pode ter a certeza que a Gâmbia, o Senegal e todos os
seus parceiros vão incendiar-se, porque isto está tudo ligado. Há uma ligação
histórica, cultural e de sangue entre os povos que habitam esta parte de
África”, explicou.
Mais de
760.000 guineenses escolhem no próximo dia 29 o próximo Presidente da
Guiné-Bissau entre Domingos Simões Pereira e Umaro Sissoco Embal.ANG/Lusa
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