COP 25 chega a
acordo mínimo
Bissau, 16 dez
19 (ANG) – Os participantes da COOP25, após duas noites de intensas negociações,
chegaram finalmente no domingo (15) a um
acordo em Madri, mas o compromisso alcançado foi mínimo e está longe de
responder com firmeza à urgência climática, conforme reivindicado pelos cientistas
e pela sociedade civil.
No encerramento da Conferência do Clima
das Nações Unidas, a comunidade internacional ressaltou a “necessidade urgente”
de agir contra o aquecimento global, mas fracassou em estabelecer as regras do
mercado internacional de carbono.
Esse sistema estabelece que os
países que emitiram gases demais poderão compensar essa poluição comprando
créditos de CO2 daqueles que conseguiram despejar menos gases do que previam as
suas metas.
Após duas semanas de negociações, os
participantes concordaram apenas em pedir aos países que aumentem suas metas
para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa no próximo ano.
A medida é essencial para tentar conter o aquecimento a menos de +2°C.
A conferência, que negociava os termos da
implementação do Acordo de Paris sobre o Clima, que entra em vigor em 2020,
deveria ter acabado na sexta-feira (13) à noite, mas a falta de consenso
arrastou as discussões até a manhã de domingo.
O fracasso ameaçava o encontro e, durante
a última noite, a jovem ativista sueca Greta Trunberg tuitou que a COP 25
“estava se despedaçando”.
A ONU considera necessário reduzir as
emissões em 7,6% ao ano entre 2020 e 2030. A porcentagem elevada visa compensar
a alta registrada de gases lançados na atmosfera em 2019.
No atual ritmo de emissão de gases do
efeito estufa, a temperatura pode aumentar até 4 ou 5°C até o final do século.
Mesmo se os signatários do Acordo de Paris respeitassem seus compromissos, o
aquecimento global seria superior a 3°C. Todos os Estados deverão apresentar
até a COP26 de Glasgow uma versão revisada de seus compromissos.
Até agora, cerca de 80 países se
comprometeram a apresentar um aumento de suas ambições, mas eles representam
apenas cerca de 10% das emissões globais. E quase nenhum dos maiores emissores,
China, Índia ou Estados Unidos, parece querer se juntar a este grupo.
Somente
a União Europeia "endossou" esta semana em Bruxelas o objetivo de
neutralidade de carbono até 2050. Mas sem a Polônia, muito dependente do
carvão. E os europeus ainda vão levar meses para decidir sobre um aumento de
seus compromissos para 2030. ANG/RFI/AFP
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