sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Tráfico de Drogas/Diretor-geral de PJ enaltece contribuição da Guiné-Bissau na luta mundial contra criminalidade organizada

Bissau, 20 Set 24 (ANG) – O Diretor-geral da Polícia Judiciára (PJ) enalteceu a importância do combate e a contribuição da Guiné-Bissau na luta contra criminalidade organizada, sublinhando que a droga que estão a tirar do mundo do mercado ilicito é uma quantidade considerável.

Domingos Monteiro Correia falava à margem da incineração de 2.633,1kg de drogas de tipo cocaína apreendidas, no dia 07 de setembro, do ano em curso, no aeroporto Internacional Osvalvo Vieira.

Monteiro Correia disse tratar-se de um ato de natureza processual ao abrigo de artigo 36 da lei de droga e que institui a distruição do produto estupefaciente.

Disse que estas drogas seriam destinadas aos mercados nacionais e internacionais, e que seriam pessoas que estariam em contato com produtos estupefaciêntes consideráveis.

Sublinhou que o referido ato representa  uma forma de luta e contribuição muito importante em matéria de saúde pública , por afastar esta quantidade de droga ao consumo humano.

Para o Domingos Correia,  esse ato justifica a criação  de condições para que a Polícia Judiciária possa continuar os seus trabalhos em sinergia.

“Estes aspetos são fundamentais e  gostariamos de ter da parte de todos os atores, quer da comunidade internacional, quer  dos parceiros de desenvolvimento, quer do próprio governo um engajamento muito firme, na criação de condições para um  combate efefectivo à droga”, disse.

O DG da PJ disse que o problema da droga é de natureza mundial e de saúde, pelo que é preciso serem criadas as condições para que a  imprensa possa jogar um papel importante na prevenção.

Aquele responsável garante que   o  trabalho vai continuar, e que o processo vai até ao fim.

Referindo-se a inceneração da droga apreendida no aeroporto, disse que executaram  o despacho de um magistrado titular do processo, que após as primeiras deligências, ordenou a destruição da droga apreendida.

"Este é um processo que por causa da necessidade de transparência conta com envolvimento da peritagem internacional, dentre os quais  os nossos tradicionais parceiros de cooperação, o caso da Interpol, da DA e ONU DC, e também das intidades diplomáticas que estão sedeadas no nosso país”, salientou o DG da PJ.

Por seu turno, o Secretário Executivo de Observatório de Droga e Toxicodependência, Abilio Aleluia Có Júnior, louvou a iniciativa da Polícia Judiciária e de demais organizações envolvidas no processo, nomeadamente, ONU DC, DEA, Interpol e outros, pelo esforço na luta contra o tráfico de drogas e crime organizada.

Có Júnior defendeu  que deve haver maior engajamento do Governo no  combate a droga, criando condições à Polícia Judiciária e organizações que trabalham neste sentido, deste meios financeiros até tecnológicos para que possam fazer seus trabalhos.

A Polícia Judiciária, acompanhada de várias autoridades judiciais e de segurança guineenses, procedeu, quinta-feira(19), numa propriedade industrial de produção de aguardente, na localidade de Safim, a 16 quilómetros de Bissau, à incineração  de mais de 2,6 toneladas de cocaína.

A droga, transportada, segundo a Polícia Judiciária (PJ), da Venezuela, num jacto privado, foi apreendida no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau no passado dia 07 de Setembro.

Antes de proceder à deslocação da cocaína, a PJ realizou testes e a pesagem da mesma e, de seguida, uma caravana de 30 viaturas transportou a droga para Safim.

No local, a PJ procedeu, novamente, a testes e à passagem do produto e só depois autorizou o início de incineração.

Em declarações à imprensa, a representante do escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) na Guiné-Bissau, Ana Cristina Andrade, disse que eestava satisfeita com a transparência do processo.

“Congratulamo-nos com a modalidade utilizada hoje pelas autoridades nacionais, em termos de destruição da droga apreendida recentemente no aeroporto internacional da Guiné-Bissau. Isto mostra, de facto, uma postura de prestação de contas e de transparência em termos de destruição das drogas”, disse. 

Ana Andrade prosseguiu que “o trabalho minucioso de teste, de confirmação das drogas, da pesagem ,no local da destruição voltou a fazer-se. Nem sempre isto acontece desta forma. Temos que manifestar o nosso reconhecimento pela modalidade utilizada, de prestação de contas, de mostrar que não se esconde nada. Tudo está a ser feito com envolvimento de todos”. 

Uma das várias organizações da sociedade civil guineense presentes no local foi a Liga Guineense dos Direitos Humanos. Bubacar Turé, presidente da Liga, sublinhou também a transparência do processo, mas chamou a atenção para as próximas etapas da justiça, lembrando que “neste momento não há nenhum narcotraficante, cuja culpabilidade foi comprovada nos tribunais inferiores, que [esteja] detido”, na Guiné-Bissau.

“Nós assistimos aqui a um processo totalmente transparente e por isso nós felicitamos mais uma vez a Polícia Judiciária e todos os actores, os parceiros internacionais envolvidos neste processo. 

Mas, nós queremos aproveitar esta oportunidade para exprimir a nossa firme preocupação sobre o futuro deste processo. Porquê? Porque nós tivemos experiências anteriores, no passado recente, de vários processos, casos de tráfico de droga em que as pessoas foram detidas em flagrante delito, foram condenadas nas instâncias inferiores, com penas pesadas.

Depois, houve recursos para os tribunais superiores. O Supremo Tribunal de Justiça acabou por ser um sítio que deu protecção aos narcotraficantes, ordenando a libertação imediata de todos os detidos. 

Para nós, isso é um erro grave da Justiça, sobretudo da sua instância superior”, disse Turé. 

Para o presidente da LGDH o Supremo Tribunal de Justiça tem dado uma mensagem de conforto aos narcotraficantes, uma mensagem que, diz Abubacar Turé, “mina todos os esforços feitos para combater a criminalidade organizada, o tráfico de droga na Guiné-Bissau”. ANG/RFI     

    Ensino/Governo e parceiros assinam pacto para  melhoramento do setor

Bissau, 20 Set (ANG) – O Governo, através do Ministério da Educação Nacional, do Ensino Superior e Investigação Científica (MENESIC) e os parceiros Coordenados pelo Fundo das Nações Unidas para Infância(Unicef),  assinaram hoje um pacto de entendimento, para o melhoramento do setor do ensino público da Guiné-Bissau.


Ao presidir a cerimónia de abertura do evento, o ministro da Educação Nacional, do Ensino Superior e Investigação Científica Herry Mané, saudou o Grupo Técnico de Trabalho (GTT) do  Ministério, pela elaboração do pacto, que visa melhorar o sistema educativo nacional.

 “O pacto de parceria é um documento estratégico que reflete as prioridades dos compromissos nacionais, para a transformação do sistema educativo, através de análise de fatores  facilitadores da mudança do sistema. Foi construída uma proposta de reforma educativa transformadora, que vincula e responsabiliza o Governo da República da Guiné-Bissau, e os parceiros”,disse o ministro.

Segundo Herry Mané, será lançado as bases que determinarão  o foco e a harmonização eficaz  dos diferentes tipos de financiamentos, através dos recursos do Governo e da parceria mundial da educação.

“É de salientar que, no decorrer de todo o processo de elaboração do presente documento, houve uma forte capacidade de coordenação e liderança de uma equipa do Ministério da Educação Nacional, do Ensino Superior Investigação Científica, e o empenho dos parceiros do desenvolvimento, acreditando que só desta forma será possivel uma estabilização do sistema educativo no país”, disse o governante.

Os parceiros da Educação têm intervenções diferenes no setor, que visam contribuir para o desenvolvimento educativo do país.

“Neste sentido, o Ministério da Educação Nacional pretende dinamizar uma maior colaboração e reforçar parcerias com entidades públicas e privadas, que atuam no setor da educação”, declarou Herry Mané.ANG/LLA/ÂC//SG      

     

Política/ Presidente da ANP  disse esperar a retribuição do respeito que tem pelo  Chefe de Estado  

Bissau, 20 Set 24 (ANG) – O Presidente da Assembleia Nacional Popular(ANP) disse que espera a retribuição do respeito que tem pelo Chefe de Estado enquanto titular de um  órgão de soberania, mas que infelizmente não o é retribuído pelo chefe de Estado em  sucessivos discursos.


Domingos Simões Pereira reagia a ameaça proferida por Umaro Sissoco Embaló, na quinta-feira, de que, se a Comissão Permanente da ANP não retirar na sua agenda a discussão sobre a situação no Supremo Tribunal de Justiça “haverá consequências para todos os participantes desta reuniáo”.

O PR falava à imprensa  à saida de uma reunião do Cosnselho de Ministros.

O líder do Coligação PAI-Terra Ranca diz que se  eventualmente algum ponto da Ordem do Dia da Comissão Permanente extravasa a competência do parlamento, existem estruturas internas e membros do referido órgão com competências para descernir esse facto.

Acrescentou que nas suas análises e de acordo com a Lei Magna,  a ANP é um órgão com  competência e vocação para avaliar e apontar as irregularidades,  ou os caminhos   que podem ser utilizados no sentido de se encontrar soluções para os problemas que o país enfrenta.

Domingos Simões Pereira sugere ao Umaro Sissoco Embaló a usar  a linguagem de concórdia e de respeito  as restantes instituições da soberania se de facto pretende que o país funcione.

Na qualidade de presidente da Assembleia Nacional Popular, Domimgos Simões Pereira convocou para esta sexta-feira uma reunião extraordinária da Comissão Permanente da ANP, órgão permitido por lei a funcionar mesmo que o parlamento fosse disssolvido.

Dos pontos inscritos na agenda de trabalhos figura, entre outros, análise da situação do Supremo Tribunal de Justiça, que tem estado a funcionar sem seu Presidente e vários outros juízes conselheiros, suspensos das suas funções. ANG/JD/ÂC//SG                                                         

Dia Internacional da Paz /”Uma oportunidade global para promover ideias  de paz”, diz a ONU

Bissau, 20 Set 24 (ANG) - O Sistema das Nações Unidas diz em Nota à imprensa, que  o Dia Internacional da Paz é uma oportunidade global para refletir, promover ideias da paz,  compreensão e  cooperação mútua de modo a alcançar o progresso comum.  

 “Este ano as celebrações do Dia Internacional da Paz vai coincidir com o 25.º aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre uma Cultura de Paz, que foi instituído em 1981 pela Assembleia Geral das Nações Unidas”, lê-se no documento do Escritório do Coordenador Residente da ONU na Guiné-Bissau, alusivo as celebrações que se assinalam no sábado(21).

Segundo a Nota,  a cultura de paz, conforme definida na declaração de 1999, transcende a mera ausência de conflitos, englobando um processo participativo, dinâmico e positivo onde o diálogo é incentivado e os conflitos são resolvidos através da compreensão e cooperação mútua.

Na  Guiné-Bissau, as celebrações decorrem desde  16 de Setembro, com atividades promovidas pelos responsáveis dos projetos do Fundo para Construção da Paz (PBF) nas comunidades de Gabu, Biombo e Bissau.

Nesse quadro, no  dia 21 de Setembro, a ONU apoia a organização de uma série de eventos em Bissau, incluindo: testemunhos em Vídeo: Campanha para promover a compreensão do conceito de paz entre os guineenses, com vídeos disponíveis nas plataformas digitais da ONU como Facebook, Twitter e YouTube.

Conforme o documento, ainda será inaugurado o Campeonato da Liga Regional SAB/Biombo: 1ª jornada no Estádio Lino Correia, das 10:00 ás 12:00 horas, e realizado um debate radiofónico sobre a Paz: Transmissão ao vivo na Rádio SOLMANSI (101.8 FM), das 9:30 às 11:00 horas.

A programação para sábado ainda prevê a realização de um concerto musical pela Paz, no Estádio Lino Correia, das 17:00 às 22:00 horas, com participação de  artistas Binham Quimor, DJ Secov, Pensador, Mimi Reis, Scro Guigui, Ganda G, DJ Júlio, e do Grupo Netos de Amizade de Quelelé.

ANG/AALS/ÂC//SG

Transporte maritimo/Presidente da República visita navio “Centenário Amílcar Cabral”, doado pelo Governo portugês

Bissau, 20 Set 24 (ANG) – O Presidente da República visitou na tarde de quinta-feira o navio de transporte de passageiros oferecido pelo Governo português, denominado“Centenário Amílcar Cabral”.

O navio que chegou esta semana ao porto de Bissau, deverá, oficialmente, ser  entregue no dia  12 de Outubro.

Em declarações à imprensa no final da visita,o  Presidente da República disse que o barco além de reforçar a ligação  entre o arquipélago dos Bijagós com a Capital Bissau, vai também reduzir o sofrimento das populações das ilhas que enfrentavam dificuldades de circulação em segurança para a parte continental do país.

Umaro Sissoco Embaló disse que   o navio foi completamente requalificado e foi doado no âmbito das celebrações do centenário de Amílcar Cabral, por isso é denominado de “ Centenário Amílcar Cabral”.

“Estou muito satisfeito e agradeço o executivo português em particular  ao actual primeiro-ministro que concluiu o processo”, disse.

O chefe de Estado disse que no dia 12 de outubro far-se-á a entrega oficial do barco, que irá facilitar a deslocação para ilhas, nomeadamente para os sectores de Bolama, Bubaque e Ntchudé, bem como no escoamento dos produtos da primeira necessidade para estas zonas, assim como da zona insular para continente.

Segundo  informações publicadas na página oficial da Presidência da República no facebook o Centenário Amílcar Cabral tem  capacidade para transportar mais de 200 pessoas, incluindo veiculos, e é equipado com um guindaste de 5 toneladas.

 O Chefe de Estado guineense foi acompanhado nesta visita pelo ministro dos Transportes, Telecomunicações  e Economia Digital, Marciano Silva Barbeiro, do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé e das Obras Públicas,  José Carlos Esteves.ANG/PLG/ÂC//SG

Líbano/Hezbollah libanês reconhece "golpe severo" e promete "terrível castigo" a Telavive

Bissau, 20 Set 24 (ANG) - O líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, reconhece "um golpe severo e sem precedentes", acusa Israel de ter "ultrapassado todas as linhas vermelhas" e promete, em resposta, "um terrível castigo" a Telavive.

Numa intervenção transmitida em directo, quinta-feira a  tarde, o líder do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, deu conta de "um golpe severo e sem precedentes" e acusou Israel de ter "ultrapassado todas as linhas vermelhas".

O movimento islâmico libanês foi alvo de duas ondas de explosões mortais, direccionadas aos seus sistemas de transmissão, que causaram mais de 30 mortos  e cerca de 3.000 feridos, entre terça e quarta-feira. Ataques sem precedentes atribuídos a Israel e que aumentam o receio de uma guerra em larga escala.

Hassan Nasrallah reconheceu que a sua organização, fundada em 1982, sofreu "sem dúvida" um golpe muito duro e "sem precedentes na história da resistência no Líbano", mas "não cairemos. Tornar-nos-emos mais fortes e prepararemos para enfrentar o pior", acrescentou, enquanto a aviação israelita sobrevoava Beirute a baixa altitude, ultrapassando a barreira do som, durante o seu discurso.

Nasrallah prometeu "um terrível castigo" a Telavive e relembrou que a frente do Líbano com Israel permanecerá aberta até "o fim da agressão em Gaza". 

Dizemos ao inimigo que a frente libanesa [aberta para apoiar o Hamas] não cessará antes do fim da guerra em Gaza.

Já há quase doze meses que o dizemos, apesar de todos esses massacres, feridos e sacrifícios, eu digo: independentemente dos obstáculos e sacrifícios, a resistência no Líbano não cessará o seu apoio a Gaza, à Cisjordânia e à Palestina.

"O inimigo israelita tentou matar 5 000 pessoas em dois dias e em apenas um minuto de cada vez", declarou. Segundo Nasrallah, essas explosões ultrapassaram "todas as leis e linhas vermelhas, sem consideração por qualquer coisa, nem no plano humanitário, nem no plano ético. Podem ser consideradas como crimes de guerra ou uma declaração de guerra".

Poucos minutos antes da sua intervenção, o exército israelita anunciou que estava a atacar alvos do Hezbollah no Líbano, como parte de novos planos aprovados pelo estado-maior, com o objectivo de restaurar a segurança no norte de Israel.

Em entrevista a Neidy Ribeiro, Maria João Tomás, especialista em assuntos do Médio Oriente e investigadora da Universidade Autónoma de Lisboa, mostra-se céptica quanto a uma resposta dura por parte do Hezbollah, sublinhado que não interessa ao movimento escalar a guerra.

Primeiro foi uma coisa inédita, nunca ninguém tinha feito um ataque destes. Segundo, mostra a capacidade que a Mossad tem. Já quando foi da morte de [Ismaël] Haniyeh [morto a 31 de Julho, em Teerão, num ataque aéreo atribuído às forças israelitas] nós percebemos da capacidade que eles tinham.

Aqui também temos a questão de que facilmente vão conseguir identificar os membros do Hezbollah, porque os membros do Hezbollah que chegam aos hospitais têm ferimentos em sítios muito específicos. 

Israel está à beira de invadir o Líbano para garantir que o norte de Israel tenha segurança e, portanto, enfraquece bastante e debilita bastante as capacidades do Hezbollah numa altura importante.

Questionada sobre as possíveis resposta a estes ataques, a investigadora diz que "vamos ter de esperar, para ver": "Estamos todos à espera do ataque do Irão. Já estamos à espera também do ataque do Hezbollah. Não interessa ao Hezbollah escalar a guerra. Vamos esperar para ver. Não há prognósticos".ANG/RFI

Cidade da Praia/Cabo Verde sem apresentar relatórios à Comissão dos Direitos Humanos da União Africana há cerca de 20 anos - responsável (c/áudio)

Bissau, 20 Set 24(ANG) – Cabo Verde não apesenta relatório à Comissão dos Direitos Humanos da União Africana há cerca de 20 anos, segundo a comissária que se encontra de visita ao país, para contacto com autoridades visando a resolução deste problema.

A informação foi revelada à imprensa pela comissária junto da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos e relatora para Cabo Verde, Maria Teresa Manuela, momentos antes da abertura do seminário de sensibilização sobre o mandato da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

O evento enquadra-se numa visita de promoção dos direitos humanos a Cabo Verde com a finalidade, segundo a responsável, de verificar e constatar os avanços e a desaceleração que Cabo Verde tem em relação à implementação dos direitos humanos constantes da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

Sobre a apresentação dos relatórios dos direitos humanos junto à Comissão Africana, disse que o país está em atraso, tendo apresentado o último há cerca de 20 anos.

“Depois disto não apresentou nenhum. Então estamos em contato com o Estado cabo-verdiano para percebermos as razões e então podermos conciliar e dar os nossos conselhos sobre como as coisas devem ser resolvidas”, avançou.

Conforme a comissária, a apresentação dos relatórios é uma obrigação que os Estados assumem quando ratificam a Carta e consta do artigo 62 da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos.

Entretanto reconhece que existem muitos desafios que estão também sendo apresentados durante esta visita ao país e que serão dados a conhecer posteriormente, para quem é preciso que haja uma equipa treinada para poder preparar os relatórios para serem discutidos e apresentados.

“Porque o relatório vai falar sobre os vários tipos de direitos que constam na Carta Africana. São direitos civis e políticos, são direitos econômicos e sociais e nós ainda temos os direitos dos povos, que é uma especificidade da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos”, precisou.

Maria Teresa Manuela realçou as responsabilidades cumpridas por Cabo Verde para com as Nações Unidas afirmando que estão, por isso, a tentar encontrar um meio termo para que possa também cumprir com a União Africana.

Por seu lado, no seu discurso de abertura do seminário, a presidente da 1ª Comissão Especializada dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado, Carmem Martins, assinalou que a ratificação da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos pelo país, em 1986, simboliza uma clara determinação em alinhar as suas políticas e práticas aos padrões internacionais de direitos humanos.

Embora o caminho à frente “apresente desafios”, assegurou que Cabo Verde está posicionado para enfrentá-los, sempre com a esperança de construir um futuro onde os direitos humanos sejam plenamente respeitados e protegidos por todos e para todos. ANG/RFI


            Irão
/Guarda Revolucionária  promete resposta a explosões

Bissau, 20 Set 24(ANG) – O comandante da Guarda Revolucionária do Irão garantiu que Israel vai enfrentar “em breve” uma “resposta esmagadora”, na sequência da explosão de milhares de aparelhos de comunicação usados pelo grupo xiita pró-iraniano Hezbollah.

"Condeno este crime terrorista do regime de ocupação [Israel], que levou ao martírio e a ferimentos maciços ao querido povo libanês e aos 'mujahideen' [guerreiros santos] do Hezbollah. Em breve encontrarão uma resposta esmagadora da frente de resistência", disse Hossein Salami, na quinta-feira.

Os ataques no Líbano, atribuídos por diversas fontes a Israel, causaram 37 mortos.

O embaixador do Irão em Beirute, Mojtaba Amani, foi uma das mais de 3.200 pessoas que, de acordo com as autoridades libanesas, ficaram feridas pelas explosões, na terça e na quarta-feira no Líbano.

"Em breve assistiremos à completa destruição deste regime cruel e criminoso”, afirmou Hossein Salami, num comunicado citado pela agência de notícias Tasnim, ligada à Guarda da Revolução iraniana.

O dirigente descreveu as explosões como um sinal de desespero face aos “sucessivos fracassos” de Israel tanto na Faixa de Gaza, como na fronteira com o Líbano, onde as forças israelitas "não atingiram nenhum dos objectivos de guerra".

O representante do Irão junto da ONU, Amir Saed Iravani, disse na quarta-feira ao Conselho de Segurança que Teerão se reserva o direito a responder “ao abrigo do direito internacional” ao ataque ao embaixador, o qual descreveu como “um crime hediondo”.

A Embaixada iraniana em Beirute afirmou, em comunicado, na quarta-feira, que o tratamento de Amani estava a progredir favoravelmente e descreveu como falsas as informações sobre “o estado dos olhos” do diplomata.

Horas antes, o jornal norte-americano The New York Times tinha divulgado informações de fontes da Guarda da Revolução iraniana, de acordo com as quais a explosão teria feito Amani perder um olho e danificado gravemente o outro.

De acordo com as primeiras investigações libanesas, os aparelhos de comunicação ligados ao Hezbollah transportavam uma carga explosiva oculta.

O caráter indiscriminado do ataque, que se fez sentir com explosões em locais não militares ou com muita gente, foi criticado pelas Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou para que os objectos civis não fossem utilizados como armas.

Israel não se pronunciou sobre o assunto.

O recrudescimento dos combates entre Israel e o Hezbollah, um grupo apoiado pelo Irão com um peso militar e político significativo no Líbano, suscitou o receio de uma expansão do conflito no Médio Oriente.

O Hezbollah tem atacado posições no norte de Israel, a partir do sul do Líbano, em apoio ao movimento islamita palestiniano Hamas, que enfrenta uma ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza há 11 meses.

ANG/Inforpress/Lusa

 

EUA/Kamala Harris alarga vantagem sobre Trump para 6 pontos após debate

Bissau, 20 Set 24 (ANG) - A candidata democrata Kamala Harris alargou a sua vantagem sobre Donald Trump para seis pontos no rescaldo do debate presidencial norte-americano, alcançando a maior diferença nas sondagens da Morning Consult desde o início do ciclo eleitoral


“É um recorde desde que começámos a monitorizar em novembro de 2022”, disse o analista Eli Yokley numa sessão da Morning Consult sobre o estado da corrida presidencial. Harris tem agora 51% das intenções de voto contra 45% para Donald Trump, numa amostra de 10 mil eleitores com margem de erro “bastante baixa”. 

A atenção mediática que se seguiu ao debate permitiu a Kamala Harris melhorar de forma significativa o seu nível de popularidade junto do eleitorado. A candidata passou de um para 7 pontos no saldo de favorabilidade, enquanto Donald Trump manteve dez pontos negativos. 

“A nossa sondagem mais recente mostra que cerca de metade dos eleitores ouviram algo positivo sobre Harris após o debate”, disse Eli Yokley, referindo que o ‘buzz’ atual é positivo para a democrata (+18) e negativo para o republicano (-22). 

O analista frisou que “este é o melhor ambiente para os democratas” desde novembro de 2022, quando começou o ciclo eleitoral para a presidência, após as intercalares. 

Outras sondagens pós-debate confirmam um cenário favorável aos democratas. O algoritmo da plataforma agregadora FiveThirtyEight tem Kamala Harris como favorita a vencer (64 em 100) e a nova sondagem Quinnipiac mostra a democrata à frente 5 pontos no Michigan e na Pensilvânia, com um ponto a mais que Trump no Wisconsin. 

Segundo a análise Morning Consult, a economia é o tema mais importante, sendo que Harris está quase empatada com Trump na perceção dos eleitores – algo em que Biden estava bastante atrás antes de sair da corrida. 

A analista Sofia Baig explicou que os eleitores “confiam mais em Harris”, em especial nos temas de igualdade económica, habitação acessível e custos com creches. 

“Os eleitores indecisos favorecem ligeiramente as políticas propostas pela campanha de Harris”, indicou ainda Baig, salientando que boa parte do eleitorado ouviu os planos económicos e consegue identificar a que candidato se associam. A imposição de taxas aduaneiras, por exemplo, é associada a Trump e vista como negativa (-2), enquanto a legislação para impedir aumento excessivo dos preços é associada a Harris com uma visão muito positiva (+56). 

Em comparação com 2020, Harris está a recuperar terreno em relação ao desempenho de Joe Biden há quatro anos. Neste ponto da corrida, Biden tinha 8 pontos de vantagem para Trump, enquanto Harris tem agora seis. 

A grande diferença, disse o analista Cameron Easley, é que Donald Trump melhorou os seus números: Biden liderava 51% contra 43% em 2020 e agora Harris lidera 51% contra 45%. 

“Estamos a registar mais apoio a Trump agora do que em 2020”, notou Easley, salientando que os eleitores tendem a vê-lo como menos extremo que Harris na ideologia política. 

Essa é a “fraqueza número um” de Harris junto do eleitorado independente, onde a democrata está atrás do que Biden conseguiu. A candidata também tem menor apoio que Biden no eleitorado jovem, negro e hispânico. Easley revelou que o apoio a Trump entre eleitores negros conservadores subiu dois dígitos, de 25% para 35%. 

Sem um segundo debate presidencial, as atenções estarão agora viradas para o frente a frente entre os candidatos a vice-presidente Tim Walz e JD Vance, que vai decorrer a 01 de outubro em Nova Iorque.  ANG/Inforpress/Lusa

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Saúde/Farmácia Sónia adopta mecanismo de encomendas “online” para abastecimento de medicamentos essenciais nas regiões

Bissau,19 Set 24(ANG) – A empresa grossista de importação e comercialização de medicamentos, Sónia Farmácia adoptou um mecanismo de encomendas “online”, visando fornecer os medicamentos essenciais aos seus clientes nas regiões do país.

Em entrevista exclusiva concedida hoje à ANG, o porta voz do Grupo Sónia Farmácia disse que, através dessa medida, os seus clientes podem fazer as suas encomendas e pagar as contas via orange money e a empresa Sónia Farmácia se prontifica a enviar os medicamentos através dos transportes públicos endicados pelo cliente.

“A medida é contudo provisória , porque estamos empenhados no estudo de mercado e da viabilidade para instalação dos nossos sucursais de venda de medicamentos nas regiões, tal como recomenda as claúsulas do contrato de licença de operação”, disse Malick Kamará.

Afirmou que a iniciativa está a permitir a empresa Sónia Fármacia abastecer os seus clientes em todas as regiões, inclusive as ilhas.

Aquele responsável salientou que as farmácias que operam nas regiões se deparam com falta de medicamentos essenciais para abastecer as populações porque as empresas grossistas de venda não têm capacidades logísticas para os abastecer devido, entre outras dificuldades, as péssimas condições das estradas.

Em relação a criação dos seus sucursais na regiões, Malick Kamará disse ser uma  perspectiva  em carteira, cuja implementação requer ponderação dos aspectos comerciais das localidades onde se pode operar.

 “Já efectuamos visitas às diferentes localidades do interior do país para estudar a viabilidade do mercado, para abertura dos nossos sucursais, mas ainda não decidimos nada em relação a instalação”, afirmou.

Malick Kamará disse que a licença concedida à empresa tem validade de apenas quatro anos e que o montante que irão investir na abertura das suas instalações nas regiões é enorme, razão pela qual sustenta que  é bom pensar na sua rentablidade antes de se avançar.

Quatro empresas foram , no ano passado, declaradas pelo Governo como vencedoras de concurso para grossistas de importação e comercialização de medicamentos, nomeadamente Sónia Farmácia Lda, Sofargui Lda, Aliance Pharma Sarl e Guifarma Lda.ANG/ÂC//SG

Política/PR diz discordar com a agenda da  Comissão  Permanente da ANP de analisar a situação no Supremo Tribunal de Justiça

Bissau, 19 Set 24 (ANG) – O Presidente da República(PR) manifestou-se hoje contra a proposta de análise da situação do Supremo Tribunal de Justiça, agendada para a  reunião extraordinária da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular, prevista para sexta-feira.

Em declarações a imprensa hoje, após a reunião do Conselho de Ministros, Umaro Sissoco Embaló considerou contudo que é  regimental a análise da atual situação sóciopolitica do país pela Comissão Permanente da ANP.

Segundo o chefe de Estado,  o que não  é Constitucional e nem regimental é tentativa de falar do outro órgão de soberania, neste caso do  Supremo Tribunal Justiça.

Mesmo em situação normal, a  ANP  não tem competências de falar de  outro órgão da soberania.

“Se isso acontecer haverá consequências politicas direta e para todos aqueles que participaram na reunião, e Domingos Simões Pereira nunca mais terá  acesso às instalações da ANP”,declarou o Presidente da República, que diz ser a única instituição com competência constitucionais para analisar o regular funcioamento das instituições .

“É o Presidente da República, no sistema em vigor no país, mas mesmo assim não significa que dá ordens, mas sim pede informações e aconselha”, acrescenta.

Umaro Sissoco Embaló confirmou ter recebido  a proposta da Ordem do Dia para reunião da Comissão Permanente, mas acha que o Presidente da ANP não vai avançar com um dos pontos da agenda relacionado com a situação do Supremo Tribunal de Justiça, pois significa a usurpação de competências e a subversão da ordem.

Por isso, exorta ao Presidente da ANP, Domingos Simões Pereira  no sentido de retirar da Proposta da Ordem do Dia,  a análise da situação do Supremo Tribunal de Justiça.

O Chefe de Estado guineense anunciou na ocasião que deixa Bissau para participar  na Assembelia-Geral das Nações Unidas e que na sua ausência o Executivo vai prosseguir com as sessões de pelnária governamental e com trabalhos de preparação das eleições legislativas agendadas para 24 de Novembro deste ano.

Instado a dizer  se recebe ou não o presidente da ANP para uma audiência, Umaro Sissoco Embaló respondeu que se este o  solicatar é obrigado a recebé-lo, porque, segundo as  normas em vigor no país, os deputados deixam as funções com a tomada de posse de novos deputados eleitos.ANG/LPG/ÂC//SG

Educação/Ministro de tutela apela apoio dos parceiros para fazer face as dificuldades que o setor enfrenta

Bissau, 19 Set 24 (ANG) – O ministro da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica (MENESIC), apelou, quarta-feira, aos parceiros do Governo para apoiarem ao setor,para que possa fazer face às dificuldades que  enfrenta.


O apelo de Heri Mané foi feito na cerimónia de abertura do novo ano letivo 2024/25, decorrida sob o lema “Acesso para todas as crianças e adultos a uma aprendizagem inclusiva e de qualidade”.

 Mané  deixou claro aos presentes no acto, de que, sem o apoio dos parceiros, o novo ano lectivo  enfrentará grandes dificuldades.

Acrescentou  que o país está com exesso de dívidas públicas que refletem  diretamente no setor educativo.

“Apelo aos nossos parceiros para que entendam a vulnerabilidade da nossa situação, porque, sem os seus  apoios, o novo ano letivo 2024/25, hoje dado por aberto, enfrentará sérias dificuldades, que já se refletem nas escolas superiores da educação”, disse  o ministro.

Em relação as constantes reivndicações  dos professores, que as vezes recusam entregar  as fichas de avaliação,  Herry Mané diz ser injusta  essa decisão dos professores perante um estudante que cumpra  os seus deveres de regularizar a sua matricula , estudar e quando chegar ao final do ano letivo não pode ver a sua nota, porque os professores não são pagos pelo Governo.

Segundo o titular da pasta da Educação,  no decurso do novo ano letivo  os docentes do Ensino Básico vão receber  tabletes, e os alunos de 1ª à 4ª classe vão receber , de graça, os seus livros, como forma de modernizar a qualidade do ensino.

O Presidente da Associação dos País e Encarregados de Educação dos Alunos Lassana Bangurá criticou na ocasião qu eos serviços de inspeção do Ministério não tem funcionado adequadamente.

Bangurá disse que esses serviços se limitam  em visitas aos  gabinetes dos diretores, não avaliam, de forma adequada, o funcionamento das salas de aulas.

O novo ano letivo 2024/25 foi aberto numa cerimónia sem presença  dos representantes dos sindicatos dos professores. ANG/LLA/ÂC//SG  

Política/Presidente da ANP convoca para sexta-feira a Comissão Permanente para reunião extraordinária

Bissau, 19 Set 24(ANG) – O Presidente da  Assembleia Nacional Popular (ANP), Domingos Simões Pereira convocou para sexta-feira a Comissão Permanente do parlamento para uma reunião extraordinária, no Palácio Colinas de Boé.

De acordo com a convocatória N08/CP/ANP/XI/2024, à que a ANG teve acesso,  Domingos Simões Pereira evocou o disposto no artigo 48º da Lei número 1/2010, de 25 de janeiro do Regimento da ANP, para fazer a primeira convocação deste órgão parlamentar desde a dissolução do parlamento em Dezembro de 2023, e com a seguinte proposta da Ordem do Dia:

Primeiro ponto -  análise da situação sociopolítica nacional;a)  avaliação das implicações político constitucionais dos atos dos órgãos da soberania; b) situação prevalecente nos Tribunais, em especial no Supremo Tribunal de Justiça e  C) término do mandato dos membros da Comissão Executiva da Comissão Nacional de Eleições eleitos na IX legislatura; e no segundo ponto -  diversos.

A comissão Permanente é o órgão  que funciona entre as sessões legislativas e o período em que a ANP for dissolvida(artigo 47 do Regimento da ANP).

Tem, entre ourtras, a  competência de acompanhar as atividades do Governo e da administração, e é composta por 15 membros indicados pelos partidos, de acordo com a sua representatividade na ANP.

O parlamento foi dissolvido à 04 de Dezembro de 2023, pelo Presidente da República com alegações  de  haver  “grave crise institucional”  no país.

ANG/JD/ÂC//SG

                    Líbano/Novas explosões  desta vez com walkie-talkies

Bissau, 19 Set 24 (ANG) - Várias explosões foram ouvidas nos arredores de Beirute, após a deflagração de walkie-talkies utilizados por membros do Hezbollah.

 Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas. Muitas destas explosões aconteceram nos funerais das 12 vítimas mortais das explosões de pagers na terça-feira.

Já no Leste do Líbano, em Sohmor, também houve explosões de dispositivos de comunicação e terão morrido pelo menos três pessoas e mais 15 ficaram feridas. Nas explosões dos pagers, milhares de pessoas ficaram feridas, com muitos feridos a encherem os hospitais em Beirute.

Para António Guterres, secretário-geral da ONU, os objectos civis não devem ser usados como armas, um aviso para todos os Governos do Mundo.

"É muito importante que haja um controlo em relação aos objectos civis, para que não se transformem em armas. Esta deveria ser uma regra para toda a gente em todo o Mundo e todos os Governos deveriam aplicá-la", disse António Guterres. ANG/RFI

                 Mali/CEDEAO condena ataques terroristas em Bamaco

Bissau, 19 set 24 (ANG) - A CEDEAO, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, condenou hoje os ataques terroristas na capital do Mali, apesar de o país se ter afastado deste bloco regional em Janeiro, após conflitos entre a junta militar e esta organização.

Um quartel militar e o aeroporto militar de Bamaco foram atacados ontem, levando a população a inquietar-se sobre a segurança na capital do Mali. Nas ruas de Bamaco ouviram-se também tiros e nas redes sociais começaram a aparecer imagens de terroristas mortos, como foi relatado à RFI por um residente português.

Estes ataques terroristas, entretanto reivindicados por um grupo afiliado à Al Qaeda, vieram mostrar por um lado a força da ameaça jihadista no país, mas também as fragilidades militares das Forças Armadas do Mali, dada a facilidade da entrada e sabotagem de infra-estruturas na capital.

Nos últimos meses, e após a expulsão das forças internacionais que ajudavam a conter o terrorismo, a junta militar que lidera actualmente o país disse ter conseguido controlar os terrorismo nas suas fronteiras e no seu território com a ajuda da Africa Corp e Wagner, dois grupos para-militares russos.

Este episódio em Bamaco veio a criar desconfiança entre a população sobre a suposta contenção dos terroristas. Vários militares terão morrido neste ataque.

Perante este ataque, a CEDEAO veio condenar publicamente este acto, dizendo estar "completamente comprometida com qualquer iniciativa favorável à paz na região". Esta mensagem surge numa altura em que esta instância regional está em conflito com o Mali, país que se encontra actualmente afastado da CEDEAO por considerar que esta organização é subserviente a antigos países colonialistas como a França.

ANG/RFI

     Médio Oriente/ Assembleia Geral da ONU pede fim da ocupação israelita

 Bissau, 19 Set 24(ANG) – A Assembleia Geral (AG) da ONU apelou hoje ao fim d
a ocupação israelita dos territórios palestinianos ocupados dentro de “12 meses”, numa resolução não vinculativa que Portugal votou a favor e já criticada por Israel como "tendenciosa e cínica".

O texto da resolução, aprovado com 124 votos a favor, 14 votos contra e 43 abstenções, segue o parecer do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) de julho, que a pedido da Assembleia Geral analisou a ocupação dos territórios palestinianos desde 1967 e considerou que "a continuação da presença" israelita nos mesmos "é ilegal" e que Israel tem "obrigação de pôr fim a isso [...] o mais rápido possível".

O texto "exige" que Israel "ponha imediatamente fim à sua presença ilícita" nos territórios palestinianos e que isso seja feito "o mais tardar 12 meses após a aprovação desta resolução". O primeiro rascunho do texto, o primeiro apresentado pela Palestina junto da AG da ONU, dava apenas seis meses.

O texto também “exige” a retirada das forças israelitas dos territórios palestinianos, a cessação de novos colonatos, a restituição de terras e propriedades confiscadas e a possibilidade de regresso dos palestinianos deslocados.

A resolução também apela aos Estados-membros para que tomem medidas para impedir as importações provenientes dos colonatos e o fornecimento de armas a Israel se houver motivos “razoáveis” para acreditar que elas poderão ser utilizadas nos territórios palestinianos.

E pede ainda que os Estados membros aprovem sanções contra pessoas que participam “na manutenção da presença ilícita de Israel” nos territórios ocupados.

A resolução teve votos contra dos Estados Unidos, secundados pela Argentina, República Checa, Fiji, Hungria, Israel, Malauí, Micronésia, Nauru, Palau, Papua Nova Guiné, Paraguai, Tonga e Tuvalu.

Dos membros do Conselho de Segurança, China, França e Rússia votaram a favor da resolução, enquanto o Reino Unido optou por abster-se.

Após a votação, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, Oren Marmorstein, refere que Israel considera “tendenciosa” e cheia de “cinismo” a resolução aprovada pela Assembleia Geral da ONU.

“O teatro político que leva o nome de Assembleia Geral aprovou hoje uma decisão tendenciosa que está desligada da realidade, encoraja o terrorismo e prejudica as possibilidades de paz... É este o rosto do cinismo na política internacional”, referiu o Governo israelita num comunicado.

Além de Portugal, a resolução foi também aprovada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste (Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe não participaram na votação).

Numa declaração na AG, o representante permanente Portugal junto da ONU, Rui Vinhas, lembrou que o debate iniciado na terça-feira decorre “durante uma catástrofe humanitária e sem precedentes em Gaza”, em que se tem assistido a “ataques contra comboios humanitários, jornalistas e civis, incluindo mulheres e crianças”.

“Portugal apela à proteção de civis e infraestruturas civis, bem como das ações humanitárias e de jornalistas, independentemente da sua nacionalidade. Portugal sempre condenou, sem reservas, o Hamas pelos ataques de 07 de outubro. Não há justificação para atos de terror e condenamos todos os atos de terrorismo”, afirmou Rui Vinhas.

“Quase um ano depois do início desta guerra trágica, o número de mortos continua a aumentar, estamos profundamente preocupados com a dramática crise humanitária que esta guerra criou, com um terrível impacto em toda a população. Portugal apela para um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza. Este é o tema mais premente – precisamos desesperadamente de um cessar-fogo que salve vidas”, sublinhou o diplomata português.

Rui Vinhas disse que Lisboa também apela às duas partes – Israel e Hamas – para que alcancem um “rápido acordo para a libertação dos restantes reféns, para cessar as operações militares e que permita um fluxo contínuo e aumentado de ajuda humanitária”.

Na declaração, Portugal manifesta ainda “muita preocupação” pela “crescente tensão na Cisjordânia”, em que “a violência dos colonos continua a subir e de forma impune”.

“O uso desproporcionado de força causou mais mortes e aumento a tensão entre israelitas e palestinianos”, sustentou.

O ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 contra Israel, de escala e violência sem precedentes, levou à morte de 1.205 pessoas do lado israelita, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP com base em números oficiais de Israel, incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.

A retaliação israelita em Gaza causou um desastre humanitário e deixou mais de 41 mil mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, considerados fiáveis pela ONU. ANG/Inforpress/Lusa