quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Política



“PRS pondera abandonar governo se não for demitida a ministra da Administração Territorial”, afirma Sola Inquilin

Bissau,29 Nov 18 (ANG) – O dirigente do Partido da Renovação Social (PRS), Sola Inquilin Na Bitchita afirmou que que se até terça-feira o Presidente da República e o Primeiro-Ministro não demitirem a ministra da Administração Territorial, Ester Fernandes, esta formação política vai abandonar o actual executivo.

“Vamos avisar o Presidente da República e o Primeiro-ministro de que se até terça-feira não assumirem as suas responsabilidades, vamos igualmente sentar-se na presidência da República”, declarou Sola Na Inquilin durante uma conferência de imprensa organizada pelos renovadores, Madem-G15 e os partidos sem assento parlamentar, na qual disseram haver fraudes no processo de recenseamento eleitoral.

Na Bitchita apelou na ocasião ao Ministério Público no sentido de acionar mecanismos para meter na prisão os alegados infratores e criminosos que querem trazer a guerra no país.

“Queremos chamar a atenção à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) de que o povo guineense é soberano e para tal não é possível manipular eleições no país porque não vamos aceitar”, disse o dirigente do PRS, sempre aplaudido por  centenas de militantes e simpatizantes das referidas formações políticas presentes na conferência de imprensa.

O político disse que se a CEDEAO habitua a manipular eleições noutros países, devem saber que na Guiné-Bissau nunca vai acontecer, porque todas as eleições já realizadas, foram sempre livres, transparentes e justas e que  não será desta vez que nos vão impor “um recenseamento eleitoral fraudulento”.

“Repito.  Se o Presidente da República e o Primeiro-Ministro não tomarem medidas até terça-feira demitindo a ministra da Administração Territorial e metendo nos calabouços todos os infratores do processo nós vamos estar na Presidência da República”, reafirmou Sola Na Inquilin.

Abordado pelos jornalistas sobre como vão estar na presidência, o dirigente do PRS respondeu que numa sociedade onde a lei não é respeitada, impera a lei da força.

“Mas nós não vamos para o Palácio da República para uso da força mas sim fazer o Presidente da República respeitar a lei”, vincou.

A conferência de imprensa foi marcada por esclarecimentos técnicos dos representantes do PRS e Madem G-15  no Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral(GTAPE), Djuldé Camará e João Frederico Gomes de Barros respectivamente.

Frederico de Barros afirmou que existem séries de irregularidades e falta de transparência no processo de recenseamento eleitoral, frisando, a título de exemplo, que o servidor doado recentemente pela República de Timor Leste ao GTAPE foi instalado de uma forma clandestina pelos nigerianos sem conhecimento dos técnicos nacionais da GTAPE.

“Os técnicos nacionais não receberam nenhuma formação na matéria e o sistema montado no servidor está exposto e os dados são introduzidos clandestinamente pelos técnicos nigerianos na calada da noite e os técnicos nacionais são impedidos de ter acesso aos bancos de dados”, declarou Barros.

Para Djuldé Camará a solução passa pela aquisição de um novo servidor para introduzir de novo todos os dados de uma forma transparente. ANG/ÂC//SG

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