“Correios continuam a ser um meio de
comunicação importante para o país”, diz Director-geral
Bissau, 26 Nov 18
(ANG) – O Director-geral dos Correios da Guiné-Bissau disse que apesar da
evolução desfavorável de alguns tipos de tráfego postal a instituição continua
a ser um meio de comunicação importante, dando contribuição para coesão social
e o desenvolvimento económico do país.
Em entrevista
exclusiva à Agência de Noticias de Guiné (ANG), sobre os Correios da Guiné-Bissau e a concorrência
das agências de transferências de dinheiro e de outros serviços de envio de encomendas,
Fernando Lacerda disse que aquela instituição tem um papel de muita relevância
em todos os domínios em que actua, mas que necessita de se posicionar melhor no
mercado.
Afirmou que a sua
estratégia empresarial consiste na melhoria da eficiência e promoção do
crescimento e desenvolvimento de negócio.
Aquele responsável
sustenta que a missão atribuída aos correios permite-lhe actuar, com muita
dinâmica, em diversas áreas de negócio, tais como os serviços de expresso,
encomendas e logísticas, serviços de transferência de dinheiro e pagamento
electrónicos, entre outras.
Destacou o papel reservado aos Correios na qualidade de
operador designado para fornecer o serviço Postal Universal (SPU) , ser distribuidor
dos serviços financeiros na União Económica Monetária Oeste Africana (UEMAO),visando
uma contribuição na implementação da
estratégia global de inclusão financeira.
“Tudo isso exige uma
melhor organização, rigor na gestão dos recursos e aposta na formação do
pessoal”, disse.
Nesta entrevista
concedida à ANG, Lacerda enumerou os desafios que os Correios da Guiné-Bissau
enfrentam, com destaque para o declínio do tráfego de correspondências, assegurar
a viabilidade do negócio num contexto de concorrência acrescida e o
desenvolvimento de competências de gestão.
Instado a falar das estratégias para fazer face aos desafios acima
referidos, o Director-geral dos Correios indicou a aposta em novos negócios e serviços de valor,
procura da liderança no negócio actual para promoção do crescimento sustentado .
Interrogado como os Correios
pode voltar a ter serviço bancário como antigamente, Fernando Joaquim Ferreira
de Lacerda disse que o sector dos serviços financeiros é composto por bancos,
empresas seguradoras, instituições de pagamentos e demais outros.
Afirmou que dado ao
declínio contínuo do tráfego, os Correios da Guiné-Bissau deve concentrar-se no
crescimento do portfólio de serviços financeiros e na ampliação dos recursos
adicionais no desenvolvimento deste segmento de negócio a curto e médio prazo,
através da expansão dos negócios baseados nas suas principais competências, bem
como na sua vasta rede de serviço e produtos financeiros que consiste na
distribuição de produtos de poupança, serviço de pagamento e cobrança
(incluindo pagamento nas lojas de correios e as suas agências) e transferências
internacionais de fundos, entre outros.
Acrescenta que o
Correios pode ainda constituir parcerias com contrapartida locais e
internacional com instituições financeiras, por forma a aumentar a sua quota no
mercado através da oferta de novos produtos financeiros.
Quanto aos serviços
financeiros postais disse que este se encontra
suspenso há vários anos, devido a falta de condições, e promete o seu relançamento a curto prazo, com uma
aposta forte nos serviços de transferência de dinheiro e pagamento electrónico.
Fernando Joaquim de Lacerda
relacionou a complexidade do processo da criação do banco postal com os níveis
de organização e eficiência que possam garantir a sustentabilidade da empresa.
Por isso, revelou
para breve o inicio de um estudo, para o qual será necessário o recurso à
assistência técnica externa que irá permitir a tomada de decisão de prosseguir
ou não com projecto de criação do banco postal, que deve ser visto numa óptica
de produção de maior impacto possível para justificar a sua criação.
Existe , segundo
Lacerda, um ponto de equilíbrio entre os
dois objectivos gerais que devem ser considerados para que a inclusão
financeira seja uma realidade.
“Caso os serviços
financeiros postais continuassem a ser fornecidos apenas nos grandes centros,
onde existe acesso aos serviços bancários ou a preços proibitivos para as
camadas mais pobres da população, os Correios terá um impacto muito limitado
sobre a inclusão financeira postal”, admitiu.
ANG/LPG/ÂC//SG
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