ADI vai indicar novo nome para chefiar próximo governo
Bissau, 29 nov 18 (ANG) - A Acção
Democrática Independente (ADI), vencedora das eleições legislativas de São Tomé
e Príncipe, vai indicar o ex-governante João Álvaro Santiago para chefiar um
executivo, anunciou à Lusa o presidente do partido.
“O ADI vai levar esse nome ao presidente da República”, indicou
Patrice Trovoada, presidente do partido e chefe do Governo cessante.
Segundo Patrice Trovoada, o nome de João Álvaro Santiago foi
escolhido na terça-feira, numa reunião da comissão política da ADI, presidida
pelo secretário-geral do partido, Levy Nazaré.
Álvaro Santiago faz parte da comissão política da ADI, foi
ministro da Educação em governos anteriores e ocupou o cargo de vice-governador
do Banco Central.
A decisão do partido surge depois de o nome indicado
anteriormente - Olinto Daio, ministro da Educação, Cultura, Ciências e
Comunicação do executivo cessante da ADI - ter declinado o convite para chefiar
um eventual próximo executivo, após ter sido indicado, no início do mês, pela
direcção do partido para esta função.
O presidente da República, Evaristo Carvalho, ouviu os partidos
com assento parlamentar entre sexta-feira e sábado passados, a quem indicou que
esta semana indigitaria o próximo primeiro-ministro, apesar de não revelar de
que partido.
O ainda primeiro-ministro são-tomense,
Patrice Trovoada, decidiu entretanto suspender as suas funções da liderança do
seu partido ADI, anunciou hoje o próprio numa entrevista à Rádio Nacional de
São Tomé e Princípe.
« Eu decidi que irei suspender as
minhas funções como presidente do ADI », disse Patrice Trovoada, tendo
acrescentado que » espero que o partido vá rapidamente a um congresso
para que saia mais fortalecido e com melhores ideias para os desafios dos
próximos tempos ».
» Penso que chegou o momento de eu
recuar um pouco », disse Patrice Trovoada, tendo anunciado a realização já
para o dia 09 de Dezembro de uma reunião do conselho nacional do partido para
analisar a sua decisão.
.A ADI venceu as eleições legislativas de 07 de Outubro, com
maioria simples – 25 em 55 deputados da Assembleia Nacional, enquanto o segundo
partido mais votado foi o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -
Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), que conquistou 23 mandatos, seguido da
coligação PCD-UDD-MDFM, com cinco assentos parlamentares.
Estas duas forças da oposição assinaram um acordo pós-eleitoral
com incidência parlamentar e com fins governativos, reclamando ter maioria
absoluta (28 deputados) e garantindo assim sustentabilidade parlamentar para
viabilizar um governo composto pelo que chamam de “nova maioria”.
Nas eleições foram ainda eleitos dois deputados independentes
pelo distrito de Caué, no sul do país.
Na quinta-feira, os deputados à Assembleia Nacional foram
empossados e elegeram Delfim Neves, vice-presidente do PCD, como presidente
deste órgão.
Após as legislativas, o primeiro-ministro cessante, Patrice
Trovoada, defendeu a necessidade de procurar acordos com outras forças
políticas para formar um Governo de unidade nacional ou de base alargada, mas
MLSTP e coligação recusaram dialogar com a ADI.
Trovoada anunciou, na altura, que não pretendia liderar um
próximo executivo, considerando que o seu afastamento poderia facilitar o
entendimento com outras forças políticas, mas afirmou que se manterá na
presidência do partido até 2022.
MLSTP e coligação já garantiram que um Governo liderado pela ADI
cairá no parlamento e pediram ao Presidente que "queime etapas",
indigitando um Governo composto por estas forças, mas Evaristo Carvalho
recusou, no mês passado, ceder àquilo que classificou de "pressões".
Já a ADI tem insistido que espera que o chefe de Estado
são-tomense cumpra a Constituição, chamando o partido mais votado a formar
Governo. ANG/Angop
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