PRS nega ser responsável pelo atraso no recenseamento
eleitoral
Bissau, 08 nov 18 (ANG) - O
Partido da Renovação Social, na voz do seu porta-voz, Victor Pereira nega ser o responsável pelos atrasos no
processo eleitoral de que foi acusado pelo líder do PAIGC, em entrevista a RFI.
Victor Gomes Pereira disse que o
partido se limitou a respeitar a lei e denuncia que o recenseamento está a ser
feito "por interesses partidários".
“As escolhas do
partido foram feitas de acordo com a lei de recenseamento eleitoral no país”, afirma Victor Gomes Pereira.
O porta-voz do PRS reagiu às acusações do
líder PAIGC, Domingos Simões Pereira, que em entrevista à RFI, responsabilizou
o PRS pelos atrasos no processo eleitoral.
“Um partido
responsável como é o nosso tem de se pautar pela lei. Apenas exigimos que o
recenseamento fosse feito de acordo com a lei de recenseamento eleitoral artigo
26, n°1- ou seja o eleitor recebe o cartão no momento do recenseamento”, refere.
O porta-voz do PRS lembra que, na
altura, a posição do partido foi apoiada pelo P5- as cinco organizações
internacionais envolvidas no processo de consolidação de paz no país- pela
sociedade civil e pela maioria dos partidos, à excepção do PAIGC.
“Como forma de
contornar esta exigência legal do PRS, o PAIGC propõe um recenseamento de raiz
fazendo migrar os dados de 2014, tratando-se de uma actualização mitigada. Nós
não podemos fugir à lei”, defende.
Sobre os incidentes relatados
pelo líder PAIGC, no sul do país, Fulacunda, de que um representante do PRS que
se teria deslocado às mesas de voto para bloquear o processo, Victor Gomes
Pereira desvaloriza a situação e denuncia que o recenseamento está a ser feito
por interesses partidários.
“As pessoas
recenseiam nos sítios onde lhe interessa recensear e quando não lhes interessa
recensear dão desculpas. Eventualmente essa situação ter-se-à produzido, mas
estas situações produzem-se diariamente. Diariamente há incidentes que não
comprometem absolutamente nada. O que é grave é que as pessoas andem a fugir
com as mesas de recenseamento consoante as cores que lhe são favoritas ”, afirma.
O porta-voz do PRS relata ainda
incidentes no norte do país, em Mansabáb, onde um alto responsável da
autoridade de recenseamento teria expulsado os brigadistas por não serem da
mesma cor partidária.
“É preciso dizer que
no norte do país, em Mansabáb, um alto responsável da autoridade de
recenseamento foi a uma mesa de recenseamento correr com todos os brigadistas
que não são da sua cor partidária, com trinta polícias armados”, concluiu
Os atrasos registados no
recenseamento eleitoral levaram as autoridades a prolongar o processo até dia
20 de Novembro, dois dias depois da data prevista para a realização das
eleições.
O primeiro-ministro, Aristides
Gomes, já veio apresentar três cenários possíveis para nova marcação de
eleições: 16 de Dezembro, 30 de Dezembro ou 27 de Janeiro de 2019.
A delegação da CEDEAO que esteve
na Guiné-Bissau,esta semana, defendeu que as eleições se realizem ainda antes
de fim do ano.ANG/RFI
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