Patrice Trovoada confiante numa solução
Bissau, 09 nov 18 (ANG) - Continua
por definir em São Tomé e Príncipe o figurino do futuro governo, numa altura em
que faltam cerca de duas semanas antes da tomada de posse dos novos deputados
resultantes das eleições legislativas de 7 de Outubro.
Os resultados oficiais dão a
maioria simples à ADI, no poder, com 25 deputados, o MLSTP-PSD obtém 23 assentos,
a coligação UDD-PCD-MDFM elege 5 deputados e o movimento independente de Caué
conquista 2 mandatos. Ou seja, ninguém sozinho tem maioria absoluta.
Depois de o país ter conhecido
episódios de grande tensão pós-eleitoral, designadamente no dia logo a seguir à
eleição, durante a contagem dos votos, tem-se mantido a expectativa, entre a
ADI de um lado e, do outro lado do xadrez político, o MLSTP-PSD que pouco
depois das legislativas assinou juntamente com a coligação UDD-PCD-MDFM um
acordo para formar um Governo que se sustentaria numa maioria parlamentar de 28
deputados.
Perante os múltiplos apelos
dos dirigentes da oposição para não esperar pela tomada de posse do parlamento
e chamá-los para formar governo, no passado 31 de Outubro, o Presidente da
República, Evaristo Carvalho, dirigindo-se à nação, declarou que "não iria
ceder a pressões" e que "iria cumprir escrupulosamente os preceitos
constitucionais em vigor".
Á medida que se aproxima a
tomada de posse da nova assembleia parlamentar, têm surgido iniciativas para
encaminhar um diálogo no intuito de constituir um governo viável. Ainda na
semana passada, o bloco de oposição convidou a ADI para conversações, mas o
partido no poder não compareceu.
Em seguida, a ADI fixou para os dias 5 e 6 de
Novembro encontros distinctos com o MLSTP e com a coligação UDD-PCD-MDFM,
argumentando que cada formação concorreu às eleições separadamente, mas os
partidos de oposição também não compareceram por considerarem que, em virtude
do seu acordo, actuam doravante em conjunto.
Apesar deste cenário de
incerteza, o primeiro-ministro cessante de São Tomé e Príncipe e candidato a um
segundo mandato opta por mostrar-se confiante. Ausente do seu país desde o
período que antecedeu o anúncio, dia 19 de Outubro, dos resultados definitivos
das legislativas, Patrice Trovoada que tem estado designadamente em Portugal,
efectuou uma curta deslocação a Paris a título privado.
Ao evocar a situação vigente
em São Tomé e Príncipe, mostrou-se confiante na possibilidade de se encontrar
um consenso com a oposição mas diz não descartar a eventual formação de um
governo minoritário.
"A ADI tem desenvolvido
contactos, tem insistentemente procurado estabelecer pontes com a oposição, com
a sociedade civil, tentando fazer entender a todos que a situação que hoje
existe em São Tomé e Príncipe, é uma situação que deverá merecer a boa vontade
de todos para garantirmos aquilo que é essencial, que é a estabilidade",
declarou Patrice Trovoada antes de acrescentar que "governos minoritários
já existiram em São Tomé e Príncipe. Se a ADI não conseguir entendimentos mais
alargados, provavelmente que a ADI iniciará a legislatura como governo
minoritário".
Os novos deputados tomam posse
no dia 22 de Novembro, cabendo ao Presidente accionar os dispositivos legais
para a nomeação de um governo.
A Constituição são-tomense
estipula que compete ao Presidente "nomear o Primeiro-Ministro, ouvidos os
partidos políticos com assento na Assembleia Nacional e tendo em conta os
resultados eleitorais", uma regra com a qual cada bloco se tem escudado de
formas diametralmente opostas.ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário