Agricultores
e operadores econômicos preocupados com impasse na comercialização do produto
Bissau 02 Mai 18 (ANG) – O agricultores e operadores econômicos
de diferentes regiões do pais manifestaram recentemente as suas preocupações em
relação a paralização da campanha de comercialização da campanha de caju deste
ano.
Em conferência de imprensa , Aladje Danso, em representação
dos comerciantes da região de Oio disse que estao a
deparar-se com grandes dificuldades e
que a fome ameaça as populações sobretudo os camponeses que não têm comprador
dos seus produtos.
“Na lei do mercado não existe obrigação ou seja não se pode
estipular um preço e obrigar as pessoas a comprar, com a ameaça de prender quem
não o fazer. Os que estão a portar dessa maneira, estão cientes de que estão a
violar a lei do mercado contrariando a lei da oferta e da procura”, disse.
Danso pediu ao chefe de Estado para procurar uma solução para o problema, e que passa pela
disposição de fundos aos comerciantes nacionais para comprarem a castanha.
Disse que discordam com a possibilidade de estrangeiros
comprarem toda a castanha. “Se isso acontecer será a morte dos operadores nacionais,
“sustentou.
“ O estado da Guiné-Bissau não tem um plano para ajudar os agricultores.
Nós comerciantes é que damos aos camponeses empréstimos para limparem as
hortas, construir casas, fazer cerimonias tradicionais e outras, para pagarem
no momento da comercialização de caju. Se até agora ninguém vendeu nada e a
chuva já está a chegar, o que será deles? questiona.
Por seu lado, Mamadu
Baldé, agricultor da região de Tombali disse que não vão permitir que os assuntos
agrícolas sejam politizados porque se isso acontecer será um mal para todos:”
donos da horta, comerciantes, receitas do estado e as famílias”.
Baldé lamentou a situação em que se encontram os
agricultores uma vez que nem arroz para alimentar os seus trabalhadores possuem
e muito menos o dinheiro para pagar os apanhadores da castanha.
“Agradecemos ao Presidente da República pelo preço estipulado
(1000fcfa), mas é preciso que ele nos mostre o comprador dos nossos cajus e se
não existir um comprador então que nos dê a liberdade de procurarmos um comprador.
Mamadu Baldé considerou de triste menosprezar
intermediários nacionais em detrimento de estrangeiros.
Entretanto na terça-feira a empresa nacional Cuba Limitada
e duas empresas senegaleses estabeleceram acordos para a compra de 120 mil
toneladas da castanha em diferentes
pontos do pais.
O caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau
e a sua comercialização se encontra bloqueada devido a discordância com o preço
de referência de mil francos cfa estipulado pelo Chefe de Estado para cada
quilograma da castanha.
A Guiné-Bissau produz anualmente cerca de 200 mil toneladas
de castanha.
ANG/MSC/SG
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