Cenários para registo de eleitores dividem partidos
Bissau, 28 Mai 18(ANG) - Os dois principais
partidos no parlamento da Guiné-Bissau, PAIGC e PRS, estão divididos em relação
aos cenários apresentados por peritos internacionais para o registo de
eleitores para que as legislativas possam ter lugar a 18 de novembro.
Peritos internacionais, que estão a trabalhar com a
Comissão Nacional de Eleições (CNE) guineense, apresentaram três cenários
possíveis para o registo de eleitores e fizeram ver aos partidos que apenas um
poderá possibilitar que o escrutínio tenha lugar na data marcada.
Aquele cenário prevê a realização do registo de eleitores
e a impressão dos cartões fora da Guiné-Bissau e só depois entregá-los aos seus
titulares.
O Partido da Renovação Social (PRS), através do
porta-voz, Victor Pereira, defendeu que aquele cenário «está fora de questão»,
uma vez que pode trazer problemas para o país.
Sola Nquilin, dirigente do PRS e antigo ministro da
Administração Territorial, disse mesmo que se for avante o cenário de impressão
dos cartões eleitorais fora da Guiné-Bissau, o partido não participará nas
eleições.
«Querem que façamos aquilo que o português diz 'o
barato sai caro'», declarou Vítor Pereira, também ministro da Comunicação
Social, que vê nesse cenário uma "manobra do PAIGC em conluio com alguma
comunidade internacional" para «preparar uma fraude eleitoral».
Odete Semedo, uma das vice-presidentes do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acredita que
"alguém não quer as eleições na data marcada" e que o seu partido
está pronto para 18 de novembro.
De acordo com aquela dirigente, o PAIGC confia nas
indicações dadas pelos peritos no registo eleitoral, segundo os quais as
eleições só poderão ter lugar na data marcada pelo Presidente guineense, se os
cartões eleitorais forem impressos fora da Guiné-Bissau.
«Os peritos sugeriram que se os partidos quiserem podem
acompanhar a impressão dos cartões no país em que forem impressos», observou
Semedo, que exortou o Presidente guineense, José Mário Vaz, a posicionar-se
para que o escrutínio tenha lugar a 18 de novembro. ANG/Lusa
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