AMP
vence legislativas antecipadas com maioria absoluta
Bissau,
14 Mai 18 (ANG) - A Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) venceu as eleições
legislativas antecipadas de sábado em Timor-Leste com mais de 305 mil votos, ou
49,56 por cento do total, segundo os dados praticamente finais do Secretariado
Técnico da Administração Eleitoral (STAE).
Os dados
dizem referência a um escrutínio de quase 99 por cento, faltando apenas nove
dos 85 centros de votação do município de Bobonaro, onde a AMP lidera com ampla
vantagem (mais de 51,29 por cento dos votos).
Com este
apoio eleitoral, a AMP, liderada pelos ex-Presidentes Xanana Gusmão e Taur
Matan Ruak obtém 34 dos 65 mandatos do Parlamento Nacional, o que lhe permite
formar o VIII Governo constitucional sem necessitar de qualquer apoio
adicional.
Em
segundo lugar ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin), que liderou a coligação minoritária do anterior Governo, e que
obteve cerca de 211 mil votos, ou 34,27 por cento do total, mantendo o mesmo
número de deputados, 23.
No
Parlamento estará também o Partido Democrático (PD) – parceiro da Fretilin no
VII Governo, que perde dois deputados para cinco, tendo obtido quase 49 mil
votos ou 7,95% do total.
Pela
primeira vez no parlamento estará a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD)
– uma coligação de quatro pequenos partidos – que terá três lugares e que
obteve quase 34 mil votos ou 49,56 por cento do total.
Nenhuma
das outras oito forças políticas conseguiu chegar à barreira dos 4% de votos
válidos que é necessária para conseguir eleger deputados.
Os dados
mostram um aumento da taxa de participação, que em 2017 foi de 76,74 por cento
(584 mil votantes num universo de 760 mil) e este ano aumentou para quase 80%
(626.500 num universo de 784 mil.
Os três
partidos que integram a AMP conseguiram aumentar, em conjunto, a sua vantagem
sobre a Fretilin, de cerca de 84.500 em 2017 para mais de 90 mil.
Globalmente,
a AMP teve mais de 94 mil votos que a Fretilin (a diferença era de cerca de
83.600), tendo aumentado o seu apoio total em cerca de 52.500 votos, enquanto a
Fretilin viu crescer o seu apoio eleitoral em quase 41 mil votos.
De
referir ainda o aumento de cerca de 5.700 votos da FDD.
Os piores
resultados foram dos partidos que integram a coligação MSD, que perderam mais
de 10 mil votos, e do PD que perdeu quase seis mil.
Até ao
momento ainda nenhuma das forças políticas fez qualquer declaração pública
sobre o resultado eleitoral.
Os dados
têm agora que ser reconfirmados na Comissão Nacional de Eleições (CNE), numa
tabulação nacional – não se trata de uma nova contagem, apenas de uma
verificação das atas.
É nessa
fase que é decidida, com a presença dos partidos, a distribuição dos quase 600
votos “reclamados”, ou seja, votos em que, no momento de contagem, houve
disputa sobre a quem deveriam ser atribuídos.
Os
resultados finais terão depois que ser confirmados pelo Tribunal de Recurso, o
que se prevê ocorra até final de maio, devendo os deputados tomar posse em
junho.
Só depois
deverá ocorrer a formação do Governo que deverá ser liderado, como o próprio
disse à Lusa, por Xanana Gusmão, que regressa assim ao cargo que abandonou em
2015.
De referir
que a AMP venceu na maioria dos municípios, em concreto Aileu, Ainaro,
Bobonaro, Covalima, Dili, Ermera, Liquiçá, Manatuto, Manufahi e ainda na Região
Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e no centro instalado na
Coreia do Sul.
A Fretilin,
por seu lado, venceu em todos os municípios do leste do país, Baucau, Lautem e
Viqueque e ainda na Austrália, Portugal e Reino Unido. ANG/Inforpress/Lusa
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