PR anuncia processo para integração de
guerrilheiros
Bissau,
29 jul 19 (ANG) - O Presidente moçambicano,
Filipe Nyusi, anunciou neste fim-de-semana que será reformulada a lista de
homens armados da Renamo a ser entregue ao governo para integrar guerrilheiros
insatisfeitos com o processo de seu Desarmamento, Desmobilização e Reintegração
social.
Filipe Nyusi disse que manteve uma
conversa telefónica sábado com o
presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade, e
chegou a um acordo para se iniciar um novo levantamento para contemplar
militares que reivindicam a continuação do processo.
“Ainda esta segunda-feira vai começar o registo de
mais homens armados para serem integrados (nas forças estatais)”, disse Filipe
Nyusi no distrito de Machanga, no fim da sua visita de três dias a Sofala, no
centro de Moçambique.
A autoproclamada Junta Militar da Renamo, que contesta
a liderança partidária, ameaçou na quarta-feira com acções militares se o
governo moçambicano insistir em negociar com o presidente do partido, alegando
que o processo do diálogo está a violar o espírito dos acordos de paz
celebrados pelo líder histórico do partido, Afonso Dhlakama, falecido em 2018.
Os negociadores “estão a dizer [aos militares da
Renamo]: vão a acantonamento e vão receber dinheiro de três meses e um cabrito
macho e fêmea. Isso é abuso, é marginalizar-nos depois de uma vida nas matas”,
considerou Mariano Nhungue, o major-general da Renamo que se apresenta como
líder da junta militar.
Em declarações a imprensa, Filipe Nyusi considerou com
“tendência favorável” o andamento do processo de integração dos homens da
Renamo nas forças de defesa moçambicanas, assegurando que já instruiu o
comandante-geral a “receber” os 10 oficiais da Renamo integrados na lista já
entregue ao governo.
Contudo, o presidente moçambicano reiterou o
compromisso para alcançar uma paz definitiva até Agosto, classificando de
normais as diferenças no seio do maior partido da oposição em Moçambique.
“Ainda hoje aqui em Machanga eu falei ao telefone com
o presidente da Renamo e ele me disse que não há problemas no processo de busca
pela paz”, precisou Filipe Nyusi, acrescentando que os moçambicanos precisam de
viver reconciliados.
“Não podemos levar a debates até interromper o
processo aqueles guerreiros que estão ali interessados em terminar a guerra
entregarem as armas e mergulhar-se na sociedade, produzirem e cuidarem das suas
famílias”, disse o chefe de Estado moçambicano em alusão ao apelo do grupo para
que deixe de negociar com a liderança da Renamo.
O Governo moçambicano e a Renamo continuam a negociar
uma paz definitiva em Moçambique, tendo as partes previsto que até Agosto,
antes das eleições gerais de 15 de Outubro, seja assinado um acordo de paz no
país.
Um dos pontos mais complexos das negociações tem sido
a questão do desarmamento, desmobilização e reintegração dos homens armados da
Renamo.
O principal partido da oposição exige a presença dos
seus quadros no Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) e nas
academias militares, o que não tem tido resposta por parte do executivo
moçambicano.ANG/Angop
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