Cipriano Cassamá diz que decisão de se candidatar é “irreversível”
Bissau,31 Jul 19(ANG) - O
presidente da Assembleia Nacional Popular( parlamento), Cipriano Cassamá,
afirmou que a decisão de se candidatar à Presidência do país "é
irreversível" e que o líder do PAIGC "sabe muito bem"da sua
intenção de avançar para as presidenciais de novembro.
Num encontro com os veteranos do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Cipriano Cassamá
mostrou-se agastado com o líder do partido, Domingos Simões Pereira, a
quem, disse ter transmitido sempre a sua vontade de ser Presidente da
Guiné-Bissau.
Com lágrimas nos olhos, Cipriano Cassamá
afirmou ser "um homem de princípios, uma pessoa de palavra" que não
tem por hábito trair ninguém.
"Não traio ninguém, mas quem me trair eu vou
trair. A quem me humilhar, devolverei a mesma humilhação", afirmou Cipriano Cassamá, expressando-se em
crioulo.
O também primeiro vice-presidente do
PAIGC revelou ter perguntado a Domingos Simões Pereira, em junho de 2017, qual
era a ambição política daquele, tendo recebido como resposta: "Disse-me
que queria continuar a ser presidente do PAIGC e primeiro-ministro. Disse-lhe
que tem a minha total fidelidade, como sempre fiz no passado e em qualquer
momento", notou Cassamá.
Naquela altura, disse ter informado
Domingos Simões Pereira de que que queria ser Presidente da Guiné-Bissau e este
o orientou sobre as diligências a fazer no país e no estrangeiro.
"Fiz o meu trabalho", observou
Cipriano Cassamá, frisando ter reafirmado recentemente a mesma pretensão ao
líder do partido.
"Naquele dia antes de viajar para Angola,
pedi uma audiência ao presidente do partido, onde lhe reafirmei a minha
candidatura à Presidência da República, ao que me respondeu: 'Então e
eu?'", relatou Cassamá.
O agora candidato à presidência da
Guiné-Bissau afirmou não pretender "estragar
o PAIGC", mas garantiu que a sua intenção de se apresentar às eleições
presidenciais, marcadas para 24 de novembro, "é irreversível".
"É uma candidatura para
avançar. Não vou desistir dela. É assim a política", declarou Cipriano Cassamá, que
afirmou não compreender que alguns veteranos do PAIGC procurem demovê-lo da sua
pretensão.
Cassamá disse não aceitar que lhe digam
para não avançar, argumentando ter sido "muito importante no
parlamento".
"Pergunto-lhes porque é que
não poderei ser importante na Presidência da República para, definitivamente,
acabarmos com este ciclo de instabilidade no país?", questionou Cipriano Cassamá.
Sempre que confrontado com as
declarações de Cipriano Cassamá, o líder do PAIGC, que muitos círculos do
partido admitem poder ser candidato presidencial, remeteu para as primárias, a
realizar, a decisão sobre quem será o escolhido para as eleições de 24 de
novembro.ANG/Lusa
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