sexta-feira, 19 de julho de 2019

Saúde pública


   Lançado relatório sobre a “Situação do Direito à Saúde” na Guiné-Bissau

Bissau, 19 Jul 19 (ANG) – O relatório apresentado quinta-feira pela Liga Guineense dos Direitos Humanos sobre a “Situação do Direito à Saúde” na Guiné-Bissau indica que cada um em seis crianças morrem antes de completar cinco anos e a mortalidade materno-infantil é na ordem de 560 por cada 100.000 nado vivos.

Segundo o relatório, estas informações revelam a situação caótica do sistema de saúde guineense, requerendo uma intervenção urgente.

O documento tem como objectivo interpelar as autoridades nacionais de adoptar medidas mais eficazes para a concretização do Direito à Saúde na Guiné-Bissau, e melhorar o acesso à informação analítica sobre a situação do sector, contribuindo para adoção de estratégias profícuas com vista a melhoria da qualidade do sistema de saúde e conta com financiamento da Fundação Suiça para a Cooperação e Desenvolvimento (SWISSAD).

O documento recomenda aos decisores públicos a repensar o Sistema Nacional de Saúde Pública por forma a melhorar os serviços prestados na sua generalidade e melhorar o sistema de acompanhamento, coleta e tratamento dos dados de saúde entre outras.

No acto, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva disse que a produção desse relatório serve por um lado para chamar atenção às autoridades nacionais e sociedade civil sobre a precariedade do sistema de saúde guineense e por outro contribuir para definição e formulação de políticas e estratégias que favorecem a edificação de um verdadeira sistema nacional de saúde.

Disse estar convicto que as informações contidas no relatório e recomendações, constituem uma mais-valia na luta pela defesa intransigente da dignidade humana e na promoção efectiva de qualidade da vida das populações. Aliás segundo ele, é o dever do Estado assegurar o direto à saúde a todos os cidadãos como corolário da própria garantia ao direito à vida.

Afirmou que disfuncionamento do Sistema de Saúde, começa desde com insignificante dotação orçamental afecto a este sector, passando pela insuficiência dos recursos humanos em termos qualitativos e quantitativos, pelo degradação das infraestruturas e equipamentos, devido a falta de manutenção adequada, pela desigualdade na repartição dos recursos disponíveis, venda de medicamentos de origem duvidosa, bem como pela ausência de mecanismo de controlo dos profissionais do sector.

Augusto Mário disse que, se ter constado uma gestão inadequada dos serviços de saúde, devido aos sinais evidentes de clientelismo e corrupção, acompanhada com um sistema nacional sanitária de informação deficiente e uma coordenação insatisfatória das intervenções do conjunto dos parceiros.

Indicou ainda ausência de um quadro institucional de resposta rápida coordenada as situações de emergência, nomeadamente a epidemias e catástrofes naturais e deficiência de cobertura de Serviços Primários de Saúde, ausência de meios do diagnóstico e outros equipamentos indispensáveis.

Tudo isso, segundo o presidente da LGDH se associa ao disfuncionamento da Inspeção sanitária, excesso da dependência de apoios do exterior, ausência de um mecanismo legal institucional de integração e coordenação do sector privado e da medicina tradicional, a implantação anárquica dos postos de tratamento médico inadequados, aquisição e introdução de medicamentos no mercado sem qualquer mecanismo de controlo de qualidade.

Em consequência disso, de acordo com Augusto Mário da Silva regista se a maior taxa da mortalidade materna neo-natal na sub-região.

Razão pela qual convidou todos os guineenses no sentido de unirem os esforços em torno dos grandes desígnios nacionais, nomeadamente a estabilidade governativa, a boa governação entre outros para solucionar os problemas crónicos estruturais do Sistema de Saúde guineense.

Por que, conforme ele, não é aceitável num Estado de Direito democrático que os utentes do Sistema de Saúde, na sua maioria com extrema pobreza, continuem a custear a aquisição de matérias bases de tratamento, como sondas, agulhas, cateteres e máscaras de protecção, com agravante nas regiões em as populações a serem obrigadas a arcar o custo de evacuação que oscilam entre 50 à 150 mil francos cfas.

Neste contexto, espera que a ministra da Saúde vai convencer ao governo a eleger o sector de Saúde como uma das suas principais prioridades e consequentemente e elevar a dotação Orçamental aos valores que permitam implementar o Programa Nacional de Desenvolvimento Sanitário.

Sugeriu igualmente a promoção de um debate franca, com a participação dos parceiros nacionais e internacionais, e descomplexada aos graves problemas que afectam o sistema de saúde.ANG/LPG/ÂC

Sem comentários:

Enviar um comentário