sexta-feira, 4 de junho de 2021

Saúde Pública/ONU destaca países que superaram metas estabelecidas para combate da SIDA

Bissau, 04 Jun 21 (ANG)– Quarenta anos após o aparecimento dos primeiros casos de SIDA, dezenas de países já alcançaram ou ultrapassaram as metas estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2016, afirmou quinta-feira a ONU.


Pelo menos 40 países estão a caminho de alcançar uma redução de 90% na mortalidade relacionada com a SIDA até 2030, incluindo nove países localizados na África subsariana e Oriental, de acordo com um relatório da Onusida, a agência especializada das Nações Unidas.

O relatório não fornece estatísticas por país, mas mostra que as mortes relacionadas com a SIDA diminuíram globalmente desde 2010, excepto na Europa Oriental e na Ásia Central, onde as infecções aumentaram no mesmo período. Também se registou um aumento ligeiro no Médio Oriente, Norte de África e na América Latina.

Em 2016, foram estabelecidas metas pela Assembleia Geral da ONU para 2020 com o objectivo de erradicar a SIDA até 2030.

Cinco anos depois, dezenas de países com características epidemiológicas e económicas diversas alcançaram ou superaram vários desses objectivos, mostrando que “é possível controlar uma pandemia que parecia quase fora de controlo há 20 anos”, explica a Onusida.

No ano passado foram registadas cerca de 690.000 mortes por causas relacionadas com a SIDA, uma redução de 55% de 2001 até 2020, observa o relatório, divulgado nas vésperas da quinta sessão de alto nível sobre SIDA, de 08 a 10 de Junho.

O relatório mostra que “países com leis e políticas progressistas e sistemas de saúde fortes e inclusivos têm melhor desempenho contra o VIH [vírus da imunodeficiência humana que causa a SIDA]”.

Nesses países, as pessoas que vivem com o VIH têm melhores hipóteses de acesso a serviços eficazes de tratamento do VIH, incluindo testes, acesso a tratamento médico preventivo e atendimento de qualidade e tratamento por vários meses.

“Os países de alto desempenho prepararam o caminho para outros”, disse a directora-executiva do Onusida, Winnie Byanyima.

“Um financiamento adequado, envolvimento genuíno da comunidade, abordagens multissectoriais e baseadas em direitos, bem como o uso de dados científicos para orientar estratégias direccionadas, mudaram a direcção da epidemia e salvaram vidas”, acrescentou.

De acordo com o relatório, a democratização da terapia antirretroviral evitou cerca de 16,2 milhões de mortes em dez anos.

Dos 37,6 milhões de pessoas que vivem com VIH no mundo em 2020, o Onusida estima que 27,4 milhões estavam em tratamento – um número que mais do que triplicou desde 2010, mas está abaixo da meta de 30 milhões para 2020. ANG/Inforpress/Lusa

 

 

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