Ucrânia/Nigéria recusa recrutamento de cidadãos para combater na guerra
Bissau, 07 Mar 22(ANG) - A Nigéria não permitirá o recrutamento de cidadãos nacionais para combater na guerra em curso na Ucrânia, na sequência da invasão russa lançada a 24 de Fevereiro, anunciou hoje o Governo nigeriano.
"A Nigéria rejeita
a utilização de mercenários em qualquer parte do mundo e não tolerará o
recrutamento na Nigéria de nigerianos para combater na Ucrânia, ou em qualquer
outro lugar", disse o governo através de uma declaração do Ministério dos
Negócios Estrangeiros publicada hoje no Twitter.
A declaração surgiu após
a publicação de informações nos órgãos de comunicação social locais, dando
conta que nos últimos dias centenas de nigerianos se tinham voluntariado na
embaixada ucraniana no país.
"A embaixada
ucraniana refutou as alegações, mas confirmou que vários nigerianos se tinham
aproximado da Embaixada mostrando a sua vontade de lutar ao lado da Ucrânia, no
conflito em curso com a Rússia", disse o ministério nigeriano.
A embaixada disse também
que "o governo ucraniano não está a admitir combatentes estrangeiros
voluntários" e negou ter pedido uma soma de cerca de 925 euros por pessoa
para cobrir custos de viagem e vistos, como alguns meios de comunicação social
tinham noticiado.
Na passada quinta-feira,
o Senegal pediu à embaixada ucraniana em Dakar que retirasse
"imediatamente" uma publicação nas redes sociais a apelar aos
cidadãos estrangeiros para lutarem na guerra.
Tal como as autoridades
nigerianas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros senegalês afirmou, numa
declaração, que "o recrutamento de voluntários, mercenários ou combatentes
estrangeiros em território senegalês é ilegal".
A 27 de Fevereiro, o
Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, apelou aos cidadãos de países
estrangeiros amigos da Ucrânia para se juntarem à luta contra a agressão russa,
como parte de uma espécie de nova legião internacional.
De acordo com as regras
do serviço militar nas forças armadas do país, os cidadãos estrangeiros podem
juntar-se voluntariamente a unidades, como as forças de defesa territorial.
Numa mensagem de vídeo,
Zelensky disse que os cidadãos que queiram ser voluntários para contactar o
conselheiro de Defesa na embaixada ucraniana nos seus respectivos países.
Segundo a vice-ministra
da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, milhares de pessoas já apresentaram pedidos
para lutar contra a Rússia.
A Rússia lançou na
madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as
autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram
também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de
acordo com a ONU.
A invasão russa foi
condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o
envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
ANG/Angop
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