Ucrânia/ UE pede “iguais oportunidades” para africanos regressarem aos países de origem
Bissau, 02 Mar 22(ANG) – O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, instou hoje as autoridades fronteiriças a darem “iguais oportunidades” aos africanos que tentam sair da Ucrânia, após a invasão russa, para poderem regressar aos países de origem “em segurança”.
“A
mensagem de Dmytro Kuleba [ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia] é
clara e precisa: os africanos que tentam sair da Ucrânia devem ter acesso às
mesmas oportunidades para regressarem aos seus países de origem em segurança”,
escreveu Josep Borrell, numa publicação na rede social Twitter.
Numa
altura em que surgem vários relatos de discriminação por parte das autoridades
fronteiriças face aos africanos que querem sair da Ucrânia, o Alto
Representante da UE para a Política Externa adiantou estar “grato aos esforços
do Governo da Ucrânia nesta frente”.
Hora
antes, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou
também no Twitter que “a invasão russa da Ucrânia tem afetado os ucranianos e
os não residentes de muitas formas devastadoras”.
“Os
africanos que procuram sair [do país] são nossos amigos e devem ter as mesmas
oportunidades para regressarem aos seus países de origem”, pelo que “o Governo
da Ucrânia não se poupará a esforços para resolver o problema”, adiantou Dmytro
Kuleba.
À
semelhança de centenas de milhares de pessoas, muitos africanos – na sua
maioria estudantes – estão a tentar fugir da Ucrânia para os países vizinhos,
incluindo a Polónia, mas a enfrentar um tratamento discriminatório nas estradas
e nas fronteiras ucranianas, de acordo com várias organizações
não-governamentais.
O
número crescente de acusações de comportamento racista por parte das
autoridades ucranianas, sobretudo, mas também polacas, levou o Governo
nigeriano a instar na segunda-feira as autoridades aduaneiras da Ucrânia e dos
países vizinhos a tratarem os seus cidadãos “com dignidade”.
Também
na segunda-feira, a União Africana classificou como “chocantemente racista” que
cidadãos africanos sejam impedidos de fugir do conflito na Ucrânia, apelando a
todos os países que respeitem a lei internacional e apoiem quem foge da guerra,
independentemente da sua raça.
O
número de refugiados da Ucrânia para países vizinhos atingiu as 836.000
pessoas, de acordo com o mais recente balanço do Alto-Comissariado da ONU para
os Refugiados, hoje divulgado.
A
Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com
forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocou
a morte de centenas de civis, incluindo crianças, segundo Kiev.
O
Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na
Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a
única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o
tempo necessário.
O
ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União
Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e
munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
ANG/Inforpress/Lusa
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