segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Guatemala/Manifestação de rua contra “golpe de Estado” denunciado por Presidente eleito

 

Bissau, 04 Set 23 (ANG) – Cerca de 4.000 guatemaltecos manifestaram-se no sábado contra o “golpe de Estado” denunciado pelo Presidente eleito, Bernardo Arévalo de León, que acusa a Procuradoria-Geral de levar a cabo um plano para impedir que tome posse em Janeiro.

O protesto decorreu na praça central da capital da Guatemala, em frente ao Palácio Nacional da Cultura, sede do Governo liderado por Alejandro Giammattei.


Gritando “Fora golpistas!”, a maioria dos manifestantes exigiu a demissão da procuradora-geral, Consuelo Porras.

A manifestação ocorreu depois de Arévalo, eleito à segunda volta das eleições presidenciais, realizada a 20 de Agosto, ter advertido na sexta-feira publicamente de que estava em curso “um golpe de Estado” contra ele, para impedir que assuma a Presidência da República no próximo dia 14 de Janeiro.

Em algumas faixas, liam-se palavras como “Se não houver reformas, haverá revolução” e “O meu voto é para respeitar”, enquanto outras tinham como alvo Consuelo Porras e também Alejandro Giammattei.

Bernardo Arévalo apontou na sexta-feira, numa conferência de imprensa, Consuelo Porras como uma das principais promotoras do referido “golpe de Estado”, juntamente com o procurador Rafael Curruchiche, a Junta Directiva do Congresso, um juiz criminal e “outros actores corruptos”.

A denúncia do Presidente eleito, do partido social-democrata Movimento Semente, surge na mesma semana em que a Junta Directiva do Congresso, presidida pelo partido no poder, o Vamos, de Giammattei, suspendeu o seu partido político.

Também esta semana, o Registo de Cidadãos do Supremo Tribunal Eleitoral suspendeu o Movimento Semente de forma provisória e, em ambos os casos, foi por ordem do juiz criminal Fredy Orellana, a pedido do Ministério Público que Consuelo Porras dirige.

A manifestação deste sábado foi convocada por vários sectores da sociedade, na maioria associações que pretendem que seja respeitada a votação nas eleições gerais de 25 de Junho e da segunda volta das presidenciais, a 20 de Agosto, da qual Bernardo Arévalo saiu vencedor.

De forma independente, o filho do antigo presidente Álvaro Arzú Irigoyen (1996-2000), Roberto Arzú García-Granados, convocou também para sábado uma manifestação dos seus apoiantes contra as actuais autoridades.

Arzú García-Granados, cuja candidatura eleitoral foi suspensa “ilegalmente”, na sua opinião, durante a corrida eleitoral, afirmou há algumas semanas que existia um plano para impedir a tomada de posse de Bernardo Arévalo.

Segundo a mesma fonte, a estratégia para não investir o Presidente eleito consistiria em confirmar a suspensão do seu partido e criar, assim, as condições para que Giammattei entregasse o poder ao Congresso, onde o seu partido, Vamos, detém a maioria.

Por seu lado, o Ministério Público negou no sábado as acusações feitas na sexta-feira pelo académico e sociólogo de 64 anos que venceu as eleições pelo partido Movimento Semente.

A cerimónia de posse do novo chefe de Estado da Guatemala está agendada para 14 de Janeiro de 2024, para um mandato de quatro anos, o primeiro na história do país com um Governo social-democrata.

ANG/Inforpress/Lusa

 

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