segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Caso África FM


Direcção da Rádio pede intervenção do Conselho Nacional de Comunicação Social para evitar encerramento das emissões

Bissau,21 Out 19(ANG) – A direcção da Rádio África FM solicita a assistência e  intervenção do Conselho Nacional de Comunicação Social(CNSC), para evitar o enceramento daquela estação emissora no âmbito de um litígio que a opõe a Administração da Autoridade Reguladora Nacional das Tecnologias de Informação e Comunicação(ARN-TIC).
Aspecto do estúdio da Radio África FM

Uma reunião de mediação no CNCS foi hoje adiada para terça-feira por razões relacionadas a agenda do Presidente do Conselho de administração da ARN-TIC.

Numa carta/denúncia, à que a ANG teve acesso hoje, dirigida ao CNCS , a  direcção da rádio Africa FM considerou de “arbitrariedades” as exigências da ARN-TIC, de a rádio regularizar o seu funcionamento passando a operar com base numa licença definitiva, visto que a actual, válida por 90 dias, já se caducou.

Em causa também está o funcionamento dos centros de retransmissão da Rádio instalados em Buba, Bafatá e Canchungo, que segundo a ARN-TIC funcionam sem autorização legal .
Numa carta/denúncia dirigida ao CNCS, o diretor da Rádio África FM,Abduramane Turé queixou-se que a ARN-TIC deu-lhe no pasado dia 14, 48 horas para encerrar os centros de retransnissão da Rádio instalados em Bafatá, Buba e Canchungo.

 E que ainda esta instância reguladora das frequências radiofónicas deu a direção da Radio África FM, 10 diaz para passar a funcionar com base numa licença definitiva, visto que a licença provisória de 90 dias , ao abrigo da qual operava, já teria expirado.

De acordo com a notificação do Conselho de Administração da ARN-TIC à Direcção da Rádio África FM,  esta estação emissora foi autorizada para a detenção e instalação provisória de equipamentos de radiocomunicações em Bissau, por um período de 90 dias a contar da data de recepção do ofício datado de 06 de Agosto de 2018.

A nota da ARN-TIC acrescenta  que findo o período experimental, a continuidade da emissão ficou condicionada ao requerimento de um licenciamento definitivo.

“.....esse prazo foi largamente ultrapassado, sem que a estação emissora África FM se digne em proceder em conformidade com as recomendações desta autoridade”, diz a ARN –TIC.

O documento refere ainda que a autorização de instalação e emissão  abrange exclusivamente à cidade de Bissau, não obstante existir reservas para estações retransmissoras em Bafatá, Buba e Canchungo,  condicionadas a apresentação de um projecto e respetivo pagamento da licença, o que não chegou de acontecer.

Acontece que, prosseguiu a nota da ARN-TIC que durante todo esse período , a estação Rádio África FM emite em Bafatá e Buba com excepção de Canchungo à revelia daquilo que foi autorizada.

O director da Rádio África FM, Abduramane Turé diz na carta/resposta  ao Conselho Nacional de Comunicação Social, tratar-se de  “encruzilhadas da ARN-TIC ,dirigida por um alto dirigente do PAIGC, partido no poder”, e que é “o culminar de um longo esquema orquestrado contra esta estação emissora para silenciá-la”.

Turé alegou ainda na carta/resposta que o Primeiro-ministro, Aristides Gomes e o líder do PAIGC Domingos Simões Pereira, fizeram várias declarações públicas contra a Rádio África FM acusando-a de fomentar tribalismo, sem no entanto apresentarem provas concretas.

A carta ainda sustenta  que, no dia 2 de Abril de 2019, o Governador da região de Bafatá, Dundu Sambú alto dirigente do partido no poder, acompanhado de forças policiais, encerrou de forma abusiva e ilegal, o centro retransmissor da rádio África FM naquela zona leste do país.

Abduramane Turé ainda diz que na senda do que diz ser “planos maquiavélicos para silenciar uma voz crítica”, na qualidade de  director da África FM, foi ouvido na Polícia Judiciária no dia 12 de Julho de 2019, na sequência de uma queixa apresentada pelo Primeiro-ministro, Aristides Gomes.

E  alega que  os factos acima elencados comprovam que a África FM incomoda o partido no poder e por conseguinte têm um plano concreto para a silenciar.

Sustenta por fim que no país existem mais de 30 estações emissoras mas que nenhuma delas possuem uma licença definitiva, o que , segundo ele, vem provar o caracter político desta medida administrativa da ARN-TIC, que para Turé não só constitui  um ataque vergonhoso à liberdade de imprensa, mas também uma infeliz tentativa de instaurar a ditadura e limitar o exercício de cidadania responsável no país. ANG/ÂC//SG


Economia


             BOAD capacita actores de cadeia de concursos públicos

Bissau,21 Out 19(ANG) – O Banco Oeste Africano de Desenvolvimento(BOAD), está a levar a cabo uma acção de capacitação dos actores de cadeia de concursos púbicos da Guiné-Bissau.
Vista da sede de BOAD em Lomé

O seminário que inicia hoje com a duração de cinco dias tem como tema, “Políticas e procedimentos de adjudicação de contractos financeiros  do BOAD”.

Em declarações à imprensa antes da abertura do seminário, o chefe da Missão Residente do BOAD no país, disse que a formação visa o reforço de capacidades dos técnicos nacionais no domínio de políticas de procedimentos e adjudicação dos contratos em parceria com diversos ministérios.

Pape Demba Injai informou que a formação servirá para criar as bases para o reforço dos fundos que o BOAD injecta em diferentes ministério governamentais do país e permitir uma boa transparência  na alocação das referidas  verbas, de forma a financiar os projectos no país. ANG/ÂC//SG

PALOP


“Capacidade humana no combate ao crime  supera dificuldades organizativas”, diz João Campos

Bissau, 21 out 19 (ANG) -  O coordenador do Projecto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito afirmou hoje que as apreensões de droga na Guiné-Bissau e a recuperação de activos em Angola demonstram que a capacidade humana ultrapassa as dificuldades organizativas dos países.
João Pedro Campos falava à agência Lusa à margem da Formação de Especialistas em Organização e Gestão da Justiça Criminal, que começou hoje em Lisboa, e que até quinta-feira junta juízes, procuradores, polícias de investigação criminal e oficiais de justiça de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
No início de Setembro, a Polícia Judiciária (PJ) da Guiné-Bissau realizou a maior apreensão de sempre de cocaína na história do país: 1.605 quilogramas de cocaína, num total de 1.869 quilogramas de droga confiscados na operação “Navarra”.
Por seu lado, a directora dos Serviços de Recuperação de Activos da Procuradoria Geral da República (PGR) angolana anunciou, que o Estado angolano já tinha recuperado 2,3 mil milhões de dólares (2.090 milhões de euros) e cerca de mil milhões de dólares (909 milhões de euros) em património do Fundo Soberano de Angola.
Dentro do país, foram resgatados 2.400 milhões de kwanzas (6,5 milhões de euros), 19,3 milhões de dólares (18,9 milhões de euros) e uma pequena quantia de 143 euros.
Estes exemplos de sucesso do combate ao crime organizado foram enaltecidos por João Pedro Campos, que destacou a desigualdade de recursos entre os países e as redes criminosas.
Ainda assim, referiu, “a capacidade humana existente é muito positiva”.
Estas acções, prosseguiu, não seriam muito fáceis de esperar “se não existisse a capacidade de conhecimento e sensibilidade para lutar contra este tipo de crime”.
Em relação aos países de origem dos participantes na formação, João Pedro Campos disse que têm “denominadores comuns”, embora a acção leve em conta as realidades dos países.
“Se conseguirmos ter ao nosso dispor formadores do mais alto nível, a transmissão de conhecimentos é muito grande porque estes profissionais têm grandes conhecimentos sobre o que é preciso fazer”, adiantou.
Sobre os formandos, afirmou: “Estão sensibilizados, sabem como combater, mas as respostas são diferenciadas”.
A Formação de Especialistas em Organização e Gestão da Justiça Criminal reúne juízes, procuradores, polícias de investigação criminal e oficiais de justiça de Angola, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe (Cabo Verde e Timor-Leste já concluíram as respectivas formações) e pressupõe ainda o contacto com instituições judiciárias e de investigação criminal portuguesas.
Esta acção resulta de uma parceria entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, o Centro de Estudos Judiciários (CEJ), a Escola de Polícia Judiciária (EPJ), o Conselho Superior de Magistratura (CSM) e o Ministério Público de Portugal, através do PACED – Projecto de Apoio à Consolidação do Estado de Direito nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e Timor-Leste. ANG/Inforpress/Lusa


Presidenciais 2019


                CNE divulga posição de candidatos no Boletim Eleitoral

Bissau, 21 Out 19 (ANG) – A Comissão Nacional de Eleições (CNE),divulgou no último fim de semana o posicionamento dos 12 candidatos às eleições presidenciais de 24 de Novembro no Boletim Eleitoral.

De acordo com uma nota à imprensa da CNE à que a ANG teve acesso, a instituição decidiu fazer o sorteio da posição dos candidatos no boletim eleitoral duma forma aberta envolvendo, entre outros, a comunicação social, os representantes dos candidatos com a excepção de cinco a saber, Carlos Gomes Junior, Baciro Dja, Nuno Gomes Na Bian, José Mário Vaz e Umaro Sissoco.

Segundo o comunicado, o sorteio ditou que o candidato o independente Mutaro Intai Djabi figurasse na primeira posição, Domingos Simões Pereira apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC),ocupa a segunda posição, Baciro Djá candidato da Frente Patriótica para Salvação Nacional (FREPASNA) está na terceira posição, e o número quarto da lista é o candidato António Afonso Té,  líder do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento (PRID) e Nuno Gomes Na Bian da Aliança Popular Unida (APU-PDGB) será o quinto da lista.

O sorteio coloca Vicente Fernandes líder Partido da Convergência Democrática (PCD) na sexta posição, o independente Carlos Gomes Júnior na sétima, Gabriel Fernandes Indi na oitava, Idriça Djalo do Partido da Unidade Nacional (PUN),figura na nona posição, José Mário Vaz Presidente cessante na décima, o candidato apoiado pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G-15), Umaro Sissoco Embalo ocupa a décima primeira posição e na última posição figura o Mamadu Iaia Djalo suportado pelo Partido da Nova Democracia (PND).

A nota alerta ainda de que mesmo com ausência dos representantes dos cincos candidatos, a Plenária da CNE, funciona com a maioria dos seus membros em qualquer que seja a sessão e que o Secretário Executivo conforme a lei Eleitoral, ordenou alguns funcionários da instituição a procederem as escolhas dos números para sortear os referidos candidatos no posicionamento do boletim de votos perante os convidados numa demonstração da total transparência.

“O Presidente da Comissão Nacional de Eleições José Pedro Sambu, informou a todos os membros não permanentes presentes na sessão sobre a entrega até o dia 22 do mês em curso, terça-feira, das  fotografias dos candidatos no formato digital para  efeitos de encomenda da produção dos boletins de votos  em Portugal”, lê-se na nota.ANG/MSC/SG


Moçambique


                      Renamo acusa Frelimo de violação do acordo de paz
Bissau, 21 out 19 (ANG) - A Renamo acusa a Frelimo de ter violado o acordo de paz durante as eleições gerais de Moçambique, e não reconhece os resultados e exige a repetição do escrutínio.
Entretanto, os partidos extra parlamentares apelaram à Renamo para aceitar os resultados.
A Renamo não aceita os resultados adiantados na comunicação social que apontam a Frelimo e o seu candidato presidencial Filipe Nyusi como vencedores.
O maior partido da oposição exige a repetição das eleições face a irregularidades detectadas no dia da votação, apontou o secretário nacional do partido André Madgibire.
 O responsável considera que o acordo de paz e reconciliação nacional foi violado e criticou a actuação nada imparcial da polícia e dos órgãos eleitorais no dia da votação.
Para a Renamo, as eleições gerais e provinciais de 15 de Outubro foram caracterizadas por prisões arbitrárias, enchimento de urnas e uma onda de violência generalizada.
A Renamo distancia-se dos resultados que estão sendo anunciados pelos órgãos de comunicação social por não corresponderem à vontade do eleitorado. O partido FRELIMO, com esta arrogância e prepotência, está claramente a demonstrar que não quer a paz, aliás violou a linha H do número 3 do acordo de cessação definitiva de hostilidades militares assinado a 1 de Agosto de 2019 entre o Presidente da Renamo, Ossufo Momade, e o Presidente da República, Filipe Nyusi”, declarou André Madgibire, em conferência de imprensa.
Por outro lado, os partidos extra parlamentares apelaram à Renamo para aceitar os resultados e apontam os desentendimento com a auto proclamada Junta Militar como estando por detrás do insucesso nas eleições gerais de 15 de Outubro. ANG/RFI

Política


                Paulo Gomes declara   apoio ao  Domingos Simões Pereira

Bissau, 21 Out 19 (ANG) – O ex. candidato independente às presidenciais de 2014 e terceiro mais votado, Paulo Gomes anunciou no último fim-de-semana que vai o apoiar o candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira (DSP) nas presidenciais de Novembro próximo.

Em conferência de imprensa, Gomes disse que decidiu apoiar o candidato do PAIGC por coerência, carácter institucional importante para consolidar a unidade nacional, além de ser presidente de um partido que lhe ajudou a crescer, quer em termos políticos quer  familiar.

 Acrescentou que o candidato Domingos Simões Pereira, também engajou na materialização do Plano Estratégico “Terra Ranka” onde ele participou e que tem como fonte de inspiração Guiné-Bissau 2020, o chamado “Djitu Tem, acrescentando que, caso ele foi eleito vão ter a oportunidade de virar a página em termos da previsão feita no referido programa.

Em relação ao funcionamento da actual Assembleia Nacional Popular(ANP), Paulo Gomes frisou que existe uma maioria relativa, mas diz que felicita os  progressos de outros partidos nomeadamente do Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) conseguido durante as eleições legislativas de Março último, e que reforçam a  democracia.

Gomes afirmou que várias vezes discutiu com o líder do PAIGC sobre o processo de reconciliação nacional caso for eleito Presidente da República, porque o povo está dividido.

Disse estar decepcionado com Presidente cessante José Mário Vaz que tinha vantagem de fazer a reconciliação durante os cinco anos do seu mandato, mas que não conseguiu soltar o país de ódio, raiva e da divisão interna.

Questionado sobre  porque razão não se recandidatou para as presidenciais de 24 de Novembro, respondeu que depende do contexto, salientando que em 2014 houve um golpe de Estado onde havia necessidade de devolver o poder a civil e que era importante uma pessoa como “ele” jogar um papel de candidato independente.

Paulo Gomes afirmou que apesar de a Guiné-Bissau ser  um país pequeno em termos de população, é um dos que até ao momento não enfrentou surtos  de guerras tribais ou religioso e que não  utiliza a religião como elemento de divisão, não obstante  existir alguns grupos de ameaças de carácter religioso, económico e de ingerência dos manipuladores sem uma agenda clara.

Disse que esses grupos são financiados pelos traficantes de drogas e crime organizado.
 Pediu à todos os seus apoiantes nas eleições de 2014,  incluindo seu movimento a se manterem fiéis aos princípios que os caracterizavam e se abdicarem de insultos, linguagens étnicos, e todas as formas de adquirir dinheiros ilícitos durante a campanha eleitoral.ANG/JD/ÂC//SG


UNESCO


                 Cinco de maio é agora Dia Mundial da língua portuguesa
Bissau, 21 out 19 (ANG) -  A Língua portuguesa passa a ser celebrada oficialmente a 5 de maio na sede da UNESCO, em Paris. 
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) aprovou, esta quinta-feira, na reunião do seu conselho executivo, o Dia Mundial da Língua Portuguesa que passará a ser celebrado a 5 de maio.
Na prática, durante 15 dias as instalações da UNESCO acolhem apresentações musicais, literatura, exposições ou qualquer outra representação cultural, sendo os países que têm o português como língua oficial os responsáveis pelas actividades.
Uma decisão que para o ministro dos negócios estrangeiros português, Augusto Santos Silva, "ajuda a consolidar a importância da língua" que tem como ambição tornar-se uma das oficiais das nações unidas, lembra.
Em declarações aos jornalistas, à margem de um colóquio, na universidade Sorbonne, em Paris, sobre o centenário do ensino da língua portuguesa no sistema universitário em França, Santos Silva mostrou-se ainda satisfeito pelo Brasil ter criado o seu instituto para a promoção internacional de língua portuguesa.
 O ministro disse ainda acreditar que "mais década menos década" Angola e Moçambique vão fazer o mesmo.
A proposta agora aprovada pelo conselho executivo  vai ser ratificada na conferência geral da organização internacional, em novembro.ANG/RFI



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

“Operação Navarra”


Procuradoria-Geral pede contenção dos políticos sobre o caso 

Bissau, 18 out 19 (ANG) – A Procuradoria-Geral da Guiné-Bissau pediu maior contenção dos actores políticos quanto ao pronunciamento sobre os processos que se encontram na fase de investigação e cobertos de segredo de justiça.

O apelo da Procuradoria-Geral da República vem expressa num comunicado à imprensa entregue hoje a Agência de Noticias da Guiné, através do  qual refere  que já procedeu a acusação definitiva do processo de “operação Navarra” e consequente  remissão do processo para o Tribunal competente.

No comunicado, a Procuradoria reafirma a determinação do Ministério Público no combate à criminalidade nas suas diversas formas, nomeadamente de natureza económico financeiro com imparcialidade e independência daquela instituição judiciaria guineense.

No dia dois de Setembro ultimo, a policia Judiciaria apreendeu cerca de duas toneladas de droga, no âmbito da “Operação Navarra”, nos sectores de Canchungo e Caio, região de Cacheu, norte do país. 

ANG/LPG//SG


Política


Adepdoc Có concorda com sua exclusão da corrida presidencial

Bissau, 18 Out 19 (ANG) – O ex-candidato Armando Adepdoc Có declarou hoje que concorda com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de rejeitar a sua candidatura às presidenciais de 24 de novembro.

Em conferência de imprensa, Adepdoc Có  confirmou que foi lhe detectado duplicações de subscrições entre os eleitores que sustentavam a sua candidatura.

A lei exige pelo menos cinco mil subscrições de eleitores para candidaturas independentes com a obrigatoriedade  destes subscritores residirem em pelo menos tres regiões administrativas do pais.

Có disse após verificações do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral os nomes dos signatários da sua candidatura baixaram para 3011 assinantes, número inferior ao exigido por lei.

Excluido da corrida Armando Có apela aos admitidos  tanto aos candidatos independentes e como os que estão sendo suportados pelos partidos políticos a evitarem  discursos incendiários.

Armando Adepdoc Có é um dos sete candidatos presidenciais rejeitados pelo Supremo Tribunal de Justiça. A maior intância judicial guineense admitiu outros 12 candidatos, entre independentes e líderes partidários.  

ANG/JD/SG

UE/Brexit


Líderes europeus aprovam o acordo do Brexit em Bruxelas
Bissau, 18  out 19 (ANG) - Os 27 países da União Europeia (UE) aprovaram na tarde de quinta-feira (17), em Bruxelas, o novo acordo de saída do Reino Unido do bloco, concluído mais cedo com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
 "Estamos muito perto do final do processo", declarou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. O Parlamento britânico e o Parlamento Europeu devem agora ratificar o pacto para que possa entrar em vigor.
A data do divórcio está prevista para o dia 31 de outubro.
Londres e Bruxelas buscavam uma maneira de garantir o comércio fluído  de produtos entre a Irlanda, país da União Europeia, e a província britânica da Irlanda do Norte, sem a necessidade de reativar uma fronteira física.
 Desde o referendo que escolheu o Brexit, em 2016, a delicada questão é o principal ponto de discordância para a conclusão de um acordo.
 O objetivo de Londres é preservar o tratado de paz que acabou com décadas de conflito violento na Irlanda do Norte, entre unionistas protestantes e republicanos católicos. Já os europeus querem proteger o mercado único de uma concorrência desleal da Irlanda.
A Irlanda do Norte permanece no território aduaneiro do Reino Unido. Para produtos de países terceiros entrarem na Irlanda do Norte (como os Estados Unidos, com quem o Reino Unido está ansioso para concluir um acordo de livre comércio), serão aplicados os direitos aduaneiros britânicos.
 Por outro lado, se as mercadorias (de países terceiros) se destinarem a entrar na UE, via Irlanda do Norte, as autoridades do Reino Unido aplicarão a tributação da UE. Caberá aos funcionários da alfândega britânica verificar os produtos quando entrarem na província e aplicar o Código Aduaneiro da União.

A Irlanda do Norte mantém-se alinhada a um conjunto limitado de regras da UE, incluindo as relativas a mercadorias, por exemplo, as regras sanitárias para controles veterinários, as aplicáveis aos produtos agrícolas e o regime de auxílios estatais. Se o Reino Unido estabelecer acordos de livre comércio com outros países, a Irlanda do Norte será beneficiada.

A Assembleia da Irlanda do Norte (Stormont) terá uma voz decisiva sobre a aplicação a longo prazo da legislação da UE neste território. Este "mecanismo de consentimento" refere-se à regulamentação de mercadorias e alfândegas, ao mercado único da eletricidade, ao IVA (imposto sobre valor agregado) e aos auxílios estatais.

Na prática, significa que quatro anos após o final do período de transição - no final de 2020, mas que provavelmente será prorrogado por no máximo dois anos - a Assembleia poderá, por maioria simples, dar luz verde à manutenção da aplicação do direito da União ou votar pelo seu abandono. Neste último caso, o protocolo deixará de ser aplicado dois anos depois.
Quatro anos após a entrada em vigor do protocolo, os representantes eleitos da Irlanda do Norte poderão decidir, por maioria simples, continuar ou não a aplicar as regras da União na Irlanda do Norte.

Este foi o último ponto que bloqueava a conclusão de um acordo. Diz respeito ao imposto a ser aplicado aos produtos de primeira necessidade, para que não haja diferenças entre os impostos aplicados na província britânica da Irlanda do Norte e na República da Irlanda, explicou Michel Barnier.

 "Encontramos um mecanismo para permitir uma coerência dos impostos", acrescentou o negociador da UE.
Para evitar uma fronteira física entre os dois e proteger a integridade do mercado único europeu, as regras da UE em matéria de IVA continuarão a ser aplicadas na Irlanda do Norte. O serviço alfandegário do Reino Unido será responsável pela aplicação e cobrança do IVA.



Como previsto anteriormente, o Reino Unido continuará a ser membro da União Aduaneira Europeia e do mercado interno da UE durante o período de transição, ou seja, pelo menos até o final de 2020 e, no mais tardar, até o final de 2022. Este tempo será usado para negociar um acordo de livre comércio.
Em sua "declaração política" revisada sobre as relações futuras, a UE promete um acordo "livre de direitos aduaneiros e cotas". Em troca, Bruxelas exige "garantias" de Londres para criar condições equitativas. O objetivo é impedir que o Reino Unido crie uma espécie de "Singapura" às portas da União e que não respeite as regras da UE em questões sociais, fiscais e ambientais.
Para alcançar o objetivo, o premiê Boris Johnson abandonou a ideia de manter todo o Reino Unido sem barreiras alfandegárias com a União Europeia depois do Brexit. As partes negociariam uma solução melhor, no âmbito de um acordo de livre comércio.
O texto já provocou rejeição entre os deputados britânicos. O líder do Partido Trabalhista, de oposição, pediu aos deputados que rejeitem o novo acordo, por considerar que "a melhor maneira de resolver o Brexit é dar ao povo a última palavra, em uma votação popular".
Aliados de Johnson no Parlamento, os unionistas norte-irlandeses do partido DUP mantém a oposição já anunciada e afirmam que não votarão a favor do acordo. O texto deve ser apresentado ao Parlamento britânico no sábado (19). 
ANG/RFI/AFP

África/Telecomunicações

                                                      

“Banda Larga para Todos em África requer investimentos de 100 mil milhões de dólares”, diz Banco Mundial


Bissau, 18 out 19 (ANG) – O acesso à banda larga para todos em África até 2030 requer um investimento de 100 mil milhões de dólares americano, refere um comunicado do Banco Mundial.

O comunicado baseado no relatório  do Grupo de Trabalho da Banda Larga para todos indica que menos de um terço da população tem acesso à ligação de banda larga e o Banco Mundial apela medidas urgentes para reduzir o fosso no acesso à internet e, simultaneamente, fornece um roteiro para se atingir à esta meta.

 O relatório do Grupo de Trabalho da Banda Larga para Todos  apresenta ideias práticas e sugestões do que é necessário para se alcançar este objectivo, incluindo um plano de acção para conectividade universal de banda larga em África.
Para se alcançar acesso universal à banda larga, os países africanos terão de colocar online mais cerca de 1 100 milhões de pessoas.

 Para tal, serão precisos esforços excepcionais e coordenados dos governos, do sector privado, dos parceiros de desenvolvimento e da sociedade civil diz o relatório mas o investimento vale a pena.

A agenda digital é, em primeiro lugar e acima de tudo, uma agenda do crescimento e do emprego”, diz Makhtar Diop, Vice-Presidente do Banco Mundial para as Infraestruturas.

A população em idade activa em África deverá registar um aumento de cerca de 450 milhões de pessoas entre 2015 e 2035. Se as tendências actuais se mantiverem, menos de um quarto encontrará empregos estáveis.

Alargar o acesso à internet significa criar milhões de oportunidades de emprego”.

Embora o número de ligações à banda larga em África tenha ultrapassado 400 milhões em 2018 (quase vinte vezes os níveis de 2010), a média de penetração regional da banda larga , incluindo conexões 3G e 4G ,é de apenas 25% em 2018.


A cobertura de banda larga móvel em África só abrange 70% da população. Até mesmo no Norte de África há uma grande margem para crescimento, onde as redes 4G cobrem apenas cerca de 60% da população.

 Desafios adicionais, tais como a falta de acesso a electricidade fiável e a preços acessíveis dificultam ainda mais o acelerar do curso de transformação digital de África.

Segundo o relatório, aproximadamente 80% de todos os investimentos necessários estão directamente relacionados com a necessidade de lançar e manter redes de banda larga.

No entanto, conectar os desconectados não se limita a infraestruturas: cerca de 20% dos investimentos necessários são para desenvolver competências dos utilizadores e fundamentos de conteúdo local e outros 2-4% seriam destinados a criar o quadro regulamentar adequado, refere o relatório.

Se bem que o sector privado tenha conduzido a maior parte das iniciativas de banda larga de êxito, as agências públicas têm um papel crucial ao implementarem regulamentação do sector eficaz, corrigirem potenciais falhas do mercado e criarem condições para um sector de banda larga aberto e competitivo.

“Em grande parte de África estamos a assistir a uma falta de progresso no que toca ao alargamento do acesso e a cobertura de rede. A acessibilidade ao preço está também a cair em muitas nações. A promoção de uma maior inclusão digital vai exigir uma colaboração mais eficaz e mais inovadora”, afirmou Doreen Bogdan-Martin, Directora Executiva da Comissão da Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável e Directora do Gabinete para o Desenvolvimento das Telecomunicações da UIT acrescentando:

 "Temos de alavancar os nossos pontos fortes e conhecimentos especializados. Os governos podem contribuir com políticas propícias a novas tecnologias, novos modelos de negócio e investimento. As políticas certas irão, por seu turno, facultar os incentivos ao sector privado para construção das infraestruturas e exploração das novas tecnologias e aplicações que irão induzir a procura”. 

 Conectar os 100 milhões de pessoas de zonas rurais e remotas, que não têm acesso às tradicionais redes móveis celulares, irá também exigir uma forte participação do sector privado, modelos de negócio inovadores e tecnologias alternativas, tais como soluções técnicas baseadas em Wi-Fi e satélite, refere o relatório.

Sejamos claros: nenhum interveniente, por si só, será capaz de cumprir a meta de 2030 e suportar o peso das necessidades de investimento de USD 100 mil milhões.

Todas as partes interessadas têm de se unir e colaborar para concretizarem o acesso universal à internet a um custo acessível para todos os africanos”, diz Hafez Ghanem, Vice-Presidente do Banco Mundial para a Região África. 

Isto inclui a União Africana e comunidades económicas regionais; governos africanos e respectivas agências de investimento público; reguladores sectoriais; bancos multilaterais de desenvolvimento; Nações Unidas e outras agências de desenvolvimento; sector privado e grupos da sociedade civil e organizações não-governamentais.

 O Grupo de Trabalho sobre Banda Larga para Todos: uma Infraestrutura Digital Revolucionária para África”, liderado pelo Banco Mundial, foi criado em 2018 sob os auspícios da Comissão da Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável, com o objectivo primário de identificar as necessidades de financiamento e os roteiros de políticas para aumentar a conectividade e alcançar cobertura total em África.

A UIT e a UNESCO criaram a Comissão da Banda Larga para o Desenvolvimento Digital em 2010 com o objectivo de elevar a importância da banda larga na agenda da política internacional e de expandir o acesso em todos os países como medidas fundamentais para acelerar o progresso com vista à consecução dos objectivos de desenvolvimento nacionais e internacionais.

Na sequência da adopção dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em Setembro de 2015, a Comissão foi relançada como a Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Sustentável para mostrar e documentar o poder das TIC e das tecnologias baseadas na banda larga para o desenvolvimento sustentável.

Os membros incluem os principais CEO e líderes da indústria, decisores políticos seniores e representantes governamentais, agências internacionais, mundo académico e organizações ligadas ao desenvolvimento. 

ANG/BM




Moçambique


Observadores fazem avaliação contrastada das eleições gerais
Bissau, 18 0ut 19 (ANG) - O apuramento dos votos das sextas eleições gerais que tiveram lugar esta terça-feira em Moçambique ainda prosseguem.
De acordo com resultados provisórios e oficiosos, a Frelimo no poder, estaria à frente nas contagens de sufrágios nas províncias de Cabo Delgado, Inhambane, Manica e Zambézia. 
Resultados que desde já partidos de oposição ameaçam contestar.
A Renamo, segunda força política do país, apresentou uma queixa-crime contra um cidadão que divulgou numa rede social na segunda-feira, antes da votação do dia seguinte, uma sondagem dando a vitória ao chefe de Estado Filipe Nyusi, nas presidências e à Frelimo nas legislativas e provinciais.
A divulgação de sondagens, segundo argumenta a Renamo, é proibida por lei.
Dois dias depois do escrutínio, as diversas organizações internacionais que enviaram para o terreno missões de observação, apresentaram as suas primeiras avaliações sobre o processo.
Para a missão de observação da União Africana, a votação foi "transparente", o chefe desta delegação, o antigo presidente nigeriano Goodluck Jonathan tendo colocado em destaque a presença dos partidos políticos e dos observadores nas urnas.
No mesmo sentido, o Fórum das comissões eleitorais dos países da SADC, liderado pelo presidente da comissão eleitoral angolana, André da Silva Neto, as eleições em Moçambique foram "consistentes e transparentes", esta missão deixa contudo a recomendação de "se acelerar o processo de credenciamento dos observadores nacionais e tornar mais expedito o anúncio oficial dos resultados eleitorais".
Nota globalmente positiva é também dada pela missão de observação da CPLP, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, para a qual este escrutínio decorreu pacificamente.

Ao apelar às autoridades judiciais moçambicanas para o esclarecimento cabal dos episódios de violência durante a campanha e dos indícios de irregularidades na contagem dos votos, a missão admitiu que se registaram "incidentes isolados" mas que estes últimos não colocam em causa a "integridade" da votação, conforme declarou o coordenador da missão, Mário Mendão.
Avaliação francamente mais crítica foi entretanto feita pela missão de observação da União Europeia.
Apesar de sublinhar que a votação foi "bem organizada", os observadores europeus não deixaram de apontar que campanha ficou marcada pela violência e o recenseamento levantou dúvidas, conforme indicou o chefe da missão, Nacho Sánchez Amor.
Desde o encerramento das mesas de voto, logo após a votação desta terça-feira, tem estado a decorrer a contagem dos sufrágios nas 20.162 mesas em que os moçambicanos votaram para escolher o seu Presidente da República, 250 deputados do parlamento assim como os seus governadores e respectivos representantes locais.
De acordo com a lei, o anúncio dos resultados oficiais, a ser efectuado pela Comissão Nacional de Eleições, deveria ocorrer até ao dia 30 de Outubro, ou seja 15 dias depois do escrutínio. ANG/RFI

Turquia


Erdogan aceita cessar-fogo de 5 dias
Bissau, 18 out 19 (ANG) -  O vice-presidente americano Mike Pence anunciou quinta-feira em Ancara que o chefe de Estado turco aceitou uma trégua de 120 horas “para permitir a retirada das forças curdas.
A trégua acontece mais de uma semana depois de a Turquia ter encetado a sua ofensiva no norte da Síria.
O presidente Erdogan recebeu  o vice-presidente americano Mike Pence e o secretário de Estado Mike Pompeo que se deslocaram a Ancara na óptica de lhe arrancar um cessar-fogo.
Terminado esse prazo de cinco dias e concluída a retirada dos curdos, Erdogan dará por finda a sua ofensiva, de acordo com o anúncio feito pelo vice-presidente americano, uma decisão confirmada pouco depois pela própria Turquia cujo chefe da diplomacia, Mevlut Cavusoglu, vincou que a operação fica apenas "suspensa" e só terá um ponto final "quando os curdos se tiverem completamente retirado da região".
"Milhões de vidas vão ser poupadas" reagiu no Twitter o presidente americano ao saudar o que qualificou de "grande dia para a Turquia e os curdos", sendo que o desfecho do encontro desta tarde em Ancara também condicionava a confirmação de um convite que fez ao seu homólogo turco para um encontro no dia 13 de Novembro em Washington no intuito de eventualmente firmar acordos comerciais.
A este propósito, o chefe de gabinete de Trump, Mick Mulvaney declarava, antes do fim das discussões em Ancara, que o convite continuava de pé mas que "isto iria depender do que vai acontecer nos próximos dias".
Esta trégua acontece numa altura em que no terreno, no espaço de uma semana de violência, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos contabilizou perto de 500 mortos, entre os quais uma centena de civis, assim como 300 mil deslocados.
A violência concentra-se sobretudo sobre a cidade sitiada de Ras al-Aïn, no norte da Síria, onde segundo esta mesma organização, o cerco turco tem-se concentrado nomeadamente à volta do hospital alvo de bombardeamentos.
Uma situação perante a qual os curdos têm estado a reclamar um "corredor humanitário" para poder evacuar civis e feridos desta localidade, estes últimos acusando por outro lado Ancara de estar a utilizar armas não convencionais como Napalm e bombas de fósforo branco, acusações refutadas pela Turquia.
ANG/RFI