terça-feira, 8 de julho de 2025

Política/”Umaro Sissoco Embaló tem mais a ganhar com a reaproximação ao Braima Camará”, diz o politólogo Rui Jorge Semedo

Bissau, 08 Jul 25(ANG) - O politólogo guineense Rui Jorge Semedo afirmou segunda-feira  que o Presidente Umaro Sissoco Embaló tem mais a ganhar com uma aproximação ao líder de uma ala do MADEM-G15, Braima Camará, do que o próprio partido.

Segundo Semedo, essa possível reaproximação poderá fortalecer “a estratégia de Embaló rumo a um segundo mandato”, numa altura em que o cenário político nacional se mostra cada vez mais fragmentado.

Há quase dois anos que Braima Camará e Umaro Sissoco Embaló,  duas principais figuras do MADEM-G15, a segunda maior força do parlamento dissolvida em dezembro de 2023, estão em desacordo. O conflito entre ambos, segundo analistas, terá estado na origem da  divisão interna no partido, em  duas alas .

A análise de Rui Jorge Semedo surge após a circulação, no último sábado, de um vídeo e de várias fotografias mostrando Braima Camará e Sissoco Embaló juntos num hotel em Lisboa. Para o analista, “o ponto-chave é entender se Braima Camará chegou à conclusão de que a forma de governar de Embaló se aproxima, hoje, dos valores democráticos que ele próprio defende”.

O analista considera que esta suposta aproximação entre Braima Camará e Sissoco Embaló não é surpreendente, pois “a política guineense é marcada por incoerências sendo esta mais uma, e protagonizada por Braima Camará”.

Em abril passado, Braima Camará defendeu publicamente a necessidade de reconciliação interna no seio do MADEM-G15 e afirmou que quem não estivesse “disponível” para o acompanhar nesse processo deveria “afastar-se”. Essa declaração gerou inquietação entre alguns dos seus apoiantes.

Com as imagens divulgadas no sábado, em Lisboa, é possível que novas decisões partidárias surjam, alianças sejam reconfiguradas e a coligação Aliança Patriótica Inclusiva (API - Cabas Garandi) corra o risco de fragmentar-se.

O Braima Camará, por enquanto contínua em silêncio mesmo com as imagens a circularem nas redes sociais e com algumas reações e questionamento sobre o seu possível reaproximação  ao presidente Embaló

Entretanto, enquanto Sissoco Embaló e Braima Camará se aproximam, José Carlos Macedo Monteiro e Botche Candé entram em rota de colisão. Há duas semanas, o líder do PTG acusou José Carlos Macedo de se “imiscuir” nos assuntos internos do seu partido. Após essas acusações, surgiram denúncias de um suposto mal-estar entre os dois dirigentes do Ministério do Interior e da Ordem Pública.

Sobre o assunto, Rui Jorge Semedo afirma que “o atual cenário resulta da proximidade das eleições simultâneas legislativas e presidenciais ou de uma tentativa de agradar o presidente Sissoco Embaló”.

Este clima de desconfiança e acusações pode também pôr em risco a Plataforma Republicana (Nó Kumpo Guiné), da qual ambos os políticos são membros influentes.ANG/RSM

Regiões/Cerca de 2000 alunos da Escola “1 de Junho” de Canchungo iniciam   Provas Finais do ano letivo 2024/2025

Canchungo, 08 Jul 25(ANG) - Cerca de 2000 alunos da Escola do Ensino Básico “1 de Junho”, do sector de Canchungo, região de Cacheu,  norte do país,  iniciaram , segunda-feira, as  Provas Finais do ano letivo 2024/2025.

Em entrevista à ANG, o Diretor da  escola, destacou que as provas finais representam um dos requisitos  para os alunos provarem que estão aptos para transitar ou não de classe.

Luís Mendes, garantiu ainda que os professores estão colocados nas diferentes turmas para a fiscalização dos alunos para não cabularem, e acrescentou que os alunos de Primeiro ao quarto ano deram o pontapé de saída com a realização de provas de Português, os de quinto ao nono anos fizeram as provas de Português e Educação Social.

As Provas Finais nesta Escola,  decorrerão  de 07 à 11 de Julho de 2025. ANG/JD/ÂC//SG

França/Continente europeu enfrenta "maior desafio desde a década de 1940"

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, assumiu hoje que o reforço da segurança vai ser a prioridade da presidência do Conselho da União Europeia (UE), assim como fez a Polónia até julho.

 

"A Europa vai ser forjada pelas suas crises, e vai ser a soma de todas as soluções adotadas para resolver essas crises", disse a primeira-ministra dinamarquesa, citando Jean Monnet, considerado um dos 'arquitetos' da UE, acrescentando que "estas palavras são hoje mais verdadeiras do que nunca".

Durante um debate sobre as prioridades da presidência do Conselho da UE encabeçada por Copenhaga até dezembro, no Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França), Mette Frederiksen fez uma reedição da prioridade da presidência polaca que ocupou a primeira metade de 2025: reforçar a segurança dos 27 países do bloco comunitário.

Para a primeira-ministra dinamarquesa, o continente europeu está a enfrentar o "maior desafio desde a década de 1940", aludindo a Segunda Guerra Mundial.

Hoje, prosseguiu Mette Frederiksen, a Europa está a braços com "a guerra brutal de [Vladimir] Putin" contra a Ucrânia, a pressão nas fronteiras externas e um conflito no Médio Oriente", assim como as consequências socioeconómicas que derivam destes acontecimentos.

Para a presidência dinamarquesa, é necessário continuar todo o trabalho que começou em janeiro e até antes, nomeadamente a conclusão do acordo com os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai), avançar na competitividade da UE e, sobretudo, continuar a reforçar as áreas da defesa e segurança.

"Temos de saber levantar-nos pelos nossos próprios meios", defendeu, pedindo um reforço da indústria da defesa com os olhos postos na Ucrânia.

A Ucrânia desenvolveu uma "impressionante indústria da defesa, produzindo mais e com mais rapidez" do que a UE, enquanto "está a combater numa guerra".

"Devemos continuar a apoiá-los, como pudermos e pelo tempo que for necessário", acrescentou.

Mette Frederiksen considerou que os 27 países do bloco político-económico são "muito mais do que o alcance dos países e a soma das populações".

Para a primeira-ministra dinamarquesa, a UE é, "acima de tudo, uma ideia", que se escreve pelo respeito "pela liberdade, democracia e o Estado de direito".

A Dinamarca vai encabeçar a presidência rotativa do Conselho da União Europeia até dezembro de 2025.ANG/Lusa

Médio Oriente/Negociações entre Hamas e Israel: "Não foram alcançados avanços"

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - As negociações indiretas entre o grupo islamita palestiniano Hamas e Israel para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, que estão a decorrer em Doha, no Qatar, não tiveram "qualquer avanço" hoje, segundo uma fonte palestiniana próxima das negociações.

 

Não foram alcançados avanços até ao momento, mas as negociações continuam", disse a mesma fonte, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Este é o terceiro dia de negociações realizadas sob os auspícios de mediadores estrangeiros, mais de 21 meses após o início da guerra em Gaza.

As negociações, que visam alcançar tréguas na Faixa de Gaza, tem-se focado nos "mecanismos de implementação" de um acordo de cessar-fogo e numa "troca dos reféns" israelitas mantidos em Gaza por palestinianos mantidos em Israel, acrescentou a mesma fonte.

A mesma autoridade palestiniana já tinha avançado que, no domingo à noite, foi realizada uma sessão exploratória em Doha, entre os mediadores, para uma "troca de opiniões sobre o mecanismo para a troca de reféns e prisioneiros, o cessar-fogo e a retirada [israelita]" da Faixa de Gaza.

A delegação do Hamas estava numa sala e a delegação israelita noutra, no mesmo edifício, relatou.

"O Hamas está a falar a sério e empenhado em chegar a um acordo para pôr fim à guerra e ao sofrimento do nosso povo, desde que o lado israelita demonstre boa-fé e não procure obstruir ou atrasar o processo", afirmou ainda.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 57 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas. ANG/Lusa

EUA/Trump fala em "caça às bruxas" a "amigo" Bolsonaro e Lula responde à letra

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) -Donald Trump decidiu interferir, esta segunda-feira, na atualidade política e judicial do Brasil, causando um reboliço de reações no seu país vizinho.

Tudo começou com uma publicação nas redes sociais, onde Donald Trump dirigiu vários elogios ao antigo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, considerando-o, entre outras coisas, um “líder forte” e que “amava o seu país”.

"O Brasil está a fazer uma coisa terrível no tratamento dado ao antigo presidente Jair Bolsonaro. Eu assisti, tal como o mundo, ao facto de não terem feito outra coisa senão persegui-lo, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada, exceto de ter lutado pelo povo", escreveu o republicano numa publicação na sua plataforma, a Truth Social, sem mencionar diretamente os processos judiciais nos quais o antigo presidente do Brasil está envolvido.

O norte-americano prossegue ainda, considerando que Bolsonaro está a ser alvo de uma "caça às bruxas”, garantindo que acompanhará “de perto” a situação que envolve o ex-governante.

As reações à publicação de Trump não se fizeram esperar, com Lula da Silva a remeter um comunicado curto, para avisar o norte-americano para não se meter onde não é chamado.

Para isso, lembrou que "a defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros”. 

“Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja", atirou, considerando que “ninguém está acima da lei”.

Também a ministra das Relações Institucionais do Brasil, Gleisi Hoffmann, aconselhou Donald Trump a "cuidar dos seus próprios problemas". 

"Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil", começou por escrever numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

O responsável pela troca 'azeda' entre Trump e Lula também viria a público para mostrar a sua posição, aproveitando para salientar que a relação com Trump sempre se destacou por ambos defenderem "os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos".

"Convivi por dois anos com o presidente Trump, onde sempre defendemos os interesses dos nossos povos e a liberdade de todos. Este processo ao qual respondo é uma aberração jurídica (Lawfare), clara perseguição política, já percebida por todos de bom senso", escreveu na sua conta de Twitter.

Jair Bolsonaro, recorde-se, é acusado de estar envolvido num golpe de Estado no país, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de outubro de 2022.

Além de Bolsonaro, são réus neste processo o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha brasileira Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno,  o ex-assessor da Presidência e delator do processo Mauro Cid, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto.

Todos os réus foram pronunciados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.

Bolsonaro tentava a reeleição e não aceitou a derrota nas urnas. Segundo a acusação, foi então elaborado um plano de golpe de Estado para impedir a posse de Lula da Silva, que culminou com a invasão das sedes dos três poderes em 08 de janeiro de 2023.ANG/Lusa

Moçambique/ MISA exige investigação a actos de “tortura psicológica e intimidação" contra jornalistas

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) - Ο MISA Moçambique exige que ministério da Defesa Nacional que investigue e se pronuncie sobre os actos de “tortura psicológica, intimidação e confisco temporário de material jornalístico” levados a cabo por agentes das Forças de Defesa e Segurança contra um grupo de 16 jornalistas.

O acto ocorreu, na semana passada, no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado.

O director do Instituto de Comunicação Social da África Austral, Misa-Moçambique, Ernesto Nhanale, vincou a posição do órgão face às denúncias de sevícias de que foram alvo 16 jornalistas, no distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, norte do país.

Os 16 jornalistas de diversos órgãos de comunicação social seguiam, na semana passada, para o distrito de Mueda, em Cabo Delgado, a convite da Direcção Nacional de Estradas para realizar cobertura das obras de asfaltagem do troço Mueda-Negomano, integrado no Corredor de Desenvolvimento de Mtwara. Nesse momento, teriam sido abordados por um contingente das Forças de Defesa e Segurança, que acusam de “tortura psicológica, intimidação e confisco temporário de material jornalístico”.

Ernesto Nhanale, director do Instituto de Comunicação Social da África Austral, exige que o Ministério da Defesa conclua esta investigação por forma não só a responsabilizar, mas também que sirva de lição para todos”, Nhanale acrescenta que os agentes de segurança ordenaram os jornalistas a ficarem “em fila, foram fotografados e depois levaram-lhe o material, prenderam-nos por duas horas, entre torturas, questionários e eles ficaram sem saber o que se havia passado, porque em nenhum momento tinham desobedecido às ordens dos militares”. ANG/RFI

Brasil/Cimeira dos BRICS encerra com ameaças de novas taxas alfandegárias por parte dos EUA

Bissau, 08 Jul 25 (ANG) -  A cimeira dos BRICS, a aliança composta por 11 países do chamado Sul Global, foi encerrada segunda-feira, no Rio de janeiro.

 O encontro terminou sob tensão, após o presidente norte-americano Donald Trump ter anunciado, na madrugada de domingo para segunda-feira, a implementação de novas taxas alfandegárias contra qualquer país que se alinhe com as posições do grupo.

Apesar do contexto internacional agitado, os 11 países optaram por uma postura cautelosa. A declaração final, assinada ontem, condena os ataques contra o Irão e expressa preocupação face à guerra comercial em curso — mas sem mencionar directamente Israel e os Estados Unidos.

A declaração também menciona uma proposta sobre o conflito entre Israel e a autoridade Palestiniana. A declaração propõe uma solução de dois Estados, mas o ministro dos negócios estrangeiros iraniano Abbas Araghchi expressou “reserva” e afirmou que o Irão ia prestar propostas unilaterais.

Essa prudência, no entanto, não terá sido suficiente para Donald Trump. Através da rede social Truth Social, o presidente norte-americano anunciou a aplicação de uma taxa alfandegária adicional de 10% sobre todos os países que, segundo ele, se alinhem com as chamadas “políticas antiamericanas” dos BRICS. A medida deverá entrar em vigor a 1 de Agosto.

Um contexto que não impediu o presidente de Angola João Lourenço que também preside a União Africana pedir à aliança dos BRICS para se virarem para o continente africano.

"Sentimos que estamos agora diante de uma possibilidade real, ao nível dos BRICS e das suas instituições, de podermos falar sobre o financiamento para o desenvolvimento de África e das infra-estruturas de que necessita para corresponder mais cabalmente aos desafios que enfrenta, de modo a transpor os obstáculos que condicionam a realização de projectos essenciais na área da agricultura, saúde,  educação,  ciência e da tecnologia,  energia, dos transportes, das telecomunicações e de outros domínios”, disse João Lourenço.

O Chefe de Estado de Angola acrescentou: "os BRICS podem ter um desempenho relevante e actuante no sentido de se construir o maior equilíbrio na discussão sobre os temas referentes à governação mundial entre o sul global e os países desenvolvidos. Os BRICS têm neste contexto um campo de intervenção decisivo e fundamental para que se reequilibre a abordagem relativa à ordem económica mundial em que sobressaem as questões que dizem respeito ao comércio, assente sobre bases mais justas ao investimento e ao financiamento em moldes menos onerosos para os mais necessitados." ANG/RFI

 

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Diplomacia/Presidente da República diz que sua viagem aos EUA tem um   “significado importante” para o país

Bissau, 07 Jul 25(ANG) – O Presidente da República disse hoje que a sua deslocação hoje para os EUA tem um “significado importante” para o país, na medida em que vai  reunir na próxima quarta-feira, (9), com o  Presidente Donald Trump, em Washington, para discutir possibilidades  de investimento e cooperação económica.

Umaro Embaló falava hoje  à imprensa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira momentos antes de partir para os EUA.

“A Guiné-Bissau hoje em dia saiu de um Estado de desordem para um Estado real. Os americanos não convidam para o seu país um Estado qualquer, mas sim um Estado estruturado”, disse.

O chefe de Estado acrescentou que , em termos económicos, a sua visita aos EUA,  será uma porta aberta para grandes oportunidades de negócios.

“Agora vamos sentar com o Presidente americano, para abordarmos as questões de cooperação entre os dois países”, afirmou.

O Presidente da República disse que a Guiné-Bissau passou por muitos anos sem se beneficiar de um apoio direto dos EUA, tal como outros países, dentre os quais o Senegal.

“Temos vários projetos em carteira com os EUA, e  já estávamos a  negociá-los. Agora vamos tentar implementá-los na prática com o Presidente Donald Trump”, disse.

Para além de Sissoco Embaló o Presidente Trump receberá igualmente os presidentes do Gabão, da Mauritânia e do Senegal, estando   previsto um almoço entre o chefe de Estado norte-americano e os quatro líderes africanos. ANG/ÂC//SG

  Regiões/Inspetor e Delegado Regional de Educação de Oio homenageados

 Bissorã, 07 Julho 25(ANG) – O  Diretor das  Escolas de Ensino Básico do sector de Mansaba, e da secção de Morés, na região de Oio, norte do país,  homenageou, Domingo, o Inspetor Paulo Vaz e o Delegado Regional da Educação Abubacar Demba Camará, durante a cerimónia do enceramento do ano letivo 2024/2025.

Em entrevista ao Correspondente da ANG na Região de Oio, Quimontche Joaquim N´fule Lopes, disse que homenageou os dois pelos trabalhos que têm  desenvolvido durante o ano lectivo, nomeadamente , em relação  ao aumento do nível de 4º para 6º ano de escolaridade.

Aquele responsável considerou este ano letivo de positivo, apesar de algumas dificuldades, nomeadamente  a falta de professores,  infraestruturas escolares.

Lopes defendeu que o Ministério da Educação deve  construir um liceu em Morés, por ser uma secção com mais de 30 tabancas, com longas distâncias entre elas.

O Delegado da Educação da  Região de Oio, Abubacar Demba Camará disse estar  satisfeito com a iniciativa da direção implementada com a colaboração de  pais e encarregados da educação dos alunos.

Garantiu que, no próximo  ano letivo,   a escola do Ensino Básico de Morés vai aumentar  de nível de 4 ano para   7º ano de escolaridade.

A escola neste momento conta com mais de  15 professores dentre os quais seis de novos ingressos, cinco contratados e os restantes pagos  pela comunidade e 419 alunos.

Camará pede ao Governo apoios para  finalização da obra do pavilhão em construção, desde 2016. ANG/AD/JD/ÂC//SG

 

 

Cultura/Jovens músicos da região de Biombo recebem formação sobre “resgate de valores culturais”

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Cerca de 20 jovens músicos da região de Biombo, norte do país,  receberam no fim-de-semana, uma formação sobre a valorização e resgate dos valores culturais daquela zona, com a finalidade de alcançar um alto patamar no mundo da música e na promoção da cultura local.

Na ocasião, o formador Moisés Aleluia Lopes explicou que a formação foi feita de uma forma interativa tendo  os jovens músicos  feito uma análise geral do projeto resgate cultural denominado “Biombo Corda” e a sua visão futura.

“A análise geral sobre o projeto e a sua visão futura vai permitir trabalhar arduamente para melhorar, não só a classe artística da região de Biombo, mas também diferentes áreas que fazem parte da cultura”, disse Moisés .

A atual geração de músicos, segundo Moisés desconhece os valores éticos, comportamentais, morais e alguns costumes dos seus antepassados, e que isso merece especial atenção, uma vez que segundo ele, estes valores têm grande importância cultural.

“O mais importante consiste em trabalhar na base de união e de ter em conta e respeitando a  opinião dos outros , para que, juntos, possamos  procurar a forma ideal para atingir melhores resultados", disse o formador.

Por sua vez, o Coordenador do Projeto Resgate, Alberto Cá, disse que a iniciativa de formação de músicos visa a promoção da imagem  cultural da região de Biombo, de modo a levar a música ao alto nível, com base na união no seio dos músicos
daquela zona norte da Guiné-Bissau.

Alberto sublinhou que, na realidade, as pessoas devem valorizar os seus costumes locais tendo em conta a importância que representa  nas suas vidas e nos seus valores culturais.

O músico participante na formação, Mister G, disse estar confiante que, com a capacitação que receberam vão fazer algo de melhor para a promoção da cultura na região de Biombo, uma vez que têm talento para tal.

“Na realidade, esta formação vai nos incentivar a se focar no essencial, sobretudo na criação com base em aspectos relevantes da cultura e no resgate das tradições que correm o risco de desaparecer”, sublinhou o  Mister G.ANG/AALS/ÂC//SG

 

Política/Presidente da República diz que elementos do MMS foram longe demais nas suas provocações

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) – O Presidente da República disse hoje que os elementos do grupo denominado Movimento Manta Sagrada(MMS), foram longe demais com as suas provocações  ao confrontarem-se com os guardas presidenciais  em Lisboa/Portugal, no passado dia 03 de Julho.

Umaro Sissoco Embaló falava à imprensa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira de Bissau,  à chegada da viagem que o levou a Espanha, Portugal e finalmente Cabo Verde, onde participou nas comemorações dos 50º aniversário da independência deste país.

Questionado pelos jornalistas sobre os acontecimentos que culminaram com o espancamento de um dos elementos do MMS pelas guardas do Chefe de Estado, disse que apesar de serem marginais não deixem de ser filhos da Guiné-Bissau, considerando o acto de uma vergonha.

“Cada acto tem a sua resposta adequada e há uma coisa que as pessoas não sabem. Todos os corpos da guarda presidencial têm imunidade, estas pessoas foram longe demais, são irresponsáveis e infantis, mas apesar de tudo  fiquei com pena dele quando vi o vídeo do seu espancamento", disse.

O Presidente da República  promete acabar, de vez, com  actos de gênero, tendo lamentado o comportamento de certos imigrantes, sobretudo em França e Portugal. “Fazem o que nenhum outro povo faz aos seus governantes”, disse.

O Chefe de Estado disse que vai voltar a Portugal no próximo mês e que agora vai passar a informar onde está hospedado, e quem criar desordem a resposta será adequada,  realçando que o cidadão espancado de nome Mario Biaguê vulgo Marius Dji, podia ter perdido a sua vida e que nada iria acontecer.

 “Deixei uma instrução muito firme e estamos a trabalhar com as autoridades portuguesas,  esta situação vai acabar , mesmo se alguém tiver duas nacionalidades", disse.

O Chefe de Estado que deixou Bissau esta segunda-feira rumo aos Estados Unidos de América, enalteceu a cultura democrática dos cabo-verdianos e o amor a pátria, que diz ter constatado na sua passagem àquele país, para assistir os festejos dos 50 anos de independência do país irmão, celebrado no dia 05 de Julho. ANG/MSC/ÂC//SG

                Sudão do Sul/ONU lança alimentos do ar para evitar  catástrofe

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Programa  Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM) começou a lançar ajuda alimentar de emergência do ar para milhares de famílias no estado do Alto Nilo, no Sudão do Sul, anunciou hoje aquela agência da ONU.

Esta é a primeira vez em mais de quatro meses que o PAM consegue "fornecer assistência alimentar e nutricional vital a mais de 40.000 pessoas que enfrentam uma fome catastrófica nas partes mais remotas dos condados de Nasir e Ulang, áreas que só podem ser acedidas por via aérea", indicou a agência em comunicado.

Mais de um milhão de pessoas no Alto Nilo enfrentam fome aguda, incluindo mais de 32.000 que já experimentam níveis extremos de fome (IPC5), o nível mais alto de insegurança alimentar, de acordo com a ONU.

Esse número triplicou desde o início do conflito armado em março, provocando deslocamentos em massa, inclusive através da fronteira com a Etiópia, onde o PAM fornece ajuda alimentar vital a cerca de 50.000 pessoas que fugiram do Alto Nilo em busca de alimentos e segurança, explica.

"A ligação entre o conflito e a fome é tragicamente evidente no Sudão do Sul, e temos visto isso nos últimos meses no Alto Nilo", afirmou Mary-Ellen McGroarty, diretora do PAM no Sudão do Sul.

"Sem um aumento significativo da assistência, os condados de Nasir e Ulang correm o risco de cair numa fome generalizada. Precisamos urgentemente de levar alimentos a estas famílias e estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance para chegar àqueles que mais precisam antes que a situação se agrave", acrescentou McGroarty na nota.

O PAM pretende chegar a 470.000 pessoas no Alto Nilo e no norte de Jonglei durante a época de escassez --- a época de maior fome do ano, que se estende até agosto ---, mas os combates contínuos e as limitações logísticas têm dificultado o acesso e uma resposta abrangente. Até agora, só foi possível chegar a 300.000 pessoas no Alto Nilo.

"As principais rotas fluviais que conduzem ao estado devem ser reabertas com urgência para prestar apoio humanitário contínuo às famílias necessitadas", uma vez que se trata das rotas mais adequadas para chegar a vastas zonas dos estados do Alto Nilo e do norte de Jonglei, mas que estão bloqueadas devido aos combates ativos desde meados de abril, indica-se no comunicado.

O PAM tem 1.500 toneladas métricas de alimentos prontas para serem transportadas assim que as rotas fluviais voltarem a funcionar, explicou a agência da ONU.

"Onde conseguimos fazer entregas de forma constante, vimos um progresso real", disse McGroarty, acrescentando que, no entanto, se não conseguirem fazer com que os alimentos cheguem às pessoas "a fome agravar-se-á e tornar-se-á uma ameaça real e presente".

O Sudão do Sul é palco de tensões crescentes que se agravaram em março passado com a detenção de várias figuras-chave do principal partido da oposição, o Movimento de Libertação do Povo do Sudão na Oposição (SPLM-IO, na sigla em inglês), liderado pelo primeiro vice-Presidente do país, Riek Machar, que se encontra em prisão domiciliária.

O país africano sofreu uma guerra de cinco anos que matou cerca de 400.000 pessoas e terminou com o acordo de paz de 2018, que estipulava um acordo de partilha de poder entre o Governo e a oposição, mas cujas principais disposições nunca foram aplicadas.ANG/Lusa

 

Saúde pública/Um  hospital para   23 ilhas habitadas do Arquipélago de Bijagós

Bissau, 07 Jul 25(ANG) - O Arquipélago de Bijagós com cerca de 33 mil pessoas divididas por 23 ilhas habitadas, conta com um único hospital, instalado em Bubaque, salientou à Lusa Élcio Marques Vieira, enfermeiro na ilha de Formosa.

Élcio e dois outros enfermeiros trabalham no centro de saúde de Formosa, mas deviam atender de forma regular as populações das ilhas vizinhas de Tchedignha, Nghago e Maio, o que nem sempre conseguem devido à falta de meios de transporte.


Mesmo para casos graves de crianças ou grávidas, Élcio e a sua equipa sentem "muitas dificuldades" para transportar os doentes para o hospital de Bubaque, contou à Lusa.

"Somos um centro de saúde tipo C para cuidados primários. Recebemos o doente e damos assistência durante três dias, se não melhorar teremos de o levar para Bubaque, onde existe um hospital regional", explicou.

Para estas e outras deslocações, a equipa de Élcio acaba por recorrer às canoas de pescadores, mesmo sabendo que "não têm as mínimas condições" para transportar doentes ou medicamentos em condições de segurança.

"Por exemplo, neste momento, não temos paracetamol em xarope, só vamos ter isso talvez para a semana", observou.

O enfermeiro gostava que o Governo ampliasse o centro de saúde de Formosa para albergar mais técnicos que atualmente praticamente partilham o mesmo espaço.

"É preciso ampliar o centro para criar uma pequena pediatria e também separar as salas de consultas para adultos e para crianças", defendeu Élcio Marques Vieira, que trabalha nas ilhas Bijagós há cerca de dez anos.

Antes de chegar ao centro de saúde de Formosa, Élcio trabalhou nas ilhas de Unhocume e Sogá.

A enfermeira Tamara Fernandes Monteiro Sá trabalhou nas ilhas de Caravela, Bubaque e Uno entre 2014 e 2020, até regressar ao Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, mas não se esqueceu das dificuldades experimentadas para "resolver os problemas dos doentes, sobretudo das grávidas".

"Há ilhas perto de Bubaque às quais  não é fácil aceder, a não ser que a pessoa venha até Bissau e apanhar uma piroga", exemplificou Tamara Sá, enaltecendo os apoios que recebia de um projeto das Organizações Não Governamentais (ONG) que trabalham na zona.

A enfermeira considera as ilhas Bijagós como zona rica, mas onde existe "pouca produtividade" e "falta de tudo", nomeadamente transportes e agências de transferência de dinheiro, o que acaba por encarecer os produtos de primeira necessidade.

O arroz, base da dieta alimentar dos guineenses, é vendido quase ao dobro do preço em relação à zona continental do país, disse Tamara Sá, salientando que o produto vem de Bissau.

"Digamos que não há dinheiro em circulação nas ilhas" Bijagós, observou a enfermeira.

O pescador Ibraima Barros, baseado na ilha de João Vieira Poilão, está contente que o arquipélago dos Bijagós seja considerado Património Mundial Natural pela UNESCO, mas já vê com maus olhos a possibilidade de aumentar o interesse de mais visitantes à região.

"Haverá grande vantagem para o Estado da Guiné-Bissau, mas desde que não traga restrições na zona de pesca, porque isso poderá impactar negativamente nas nossas atividades", afirmou Ibraima Barros.

O jornalista da rádio comunitária Okimka Pampa, na ilha de Orango Grande, Domingos Alves não tem dúvidas sobre "a bondade" do reconhecimento para o arquipélago das Bijagós, mas já não tem certeza sobre se o Estado da Guiné-Bissau terá a capacidade para fiscalizar as atividades de pesca na zona envolvida, ilhas de João Vieira Poilão, Orango e Formosa.

Domingos Alves apontou como estratégia "a sensibilização contínua" das populações do arquipélago de Bijagós.

As ilhas, consideradas um tesouro natural e cultural, fazem parte da lista de 32 sítios de todo o mundo candidatos à Património Mundial, que vão conhecer a decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, a 11 de Julho, em França.

A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre até 16 de Julho, na sede da UNESCO em Paris, França.ANG/Lusa

 

França/Bijagós e Parque Nacional de Maputo na corrida a Património Mundial da UNESCO

Bissau, 07 Jul 25 (ANG) - Arranque este domingo, 06 de Julho, A 47.ª reunião do Comité do Património Mundial decorre desde domingo, na sede da UNESCO em Paris, França.

Em cima da mesa a decisão sobre as candidaturas de locais que esperam ser reconhecidos como Património Mundial.

Na lista está o arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, e o Parque Nacional de Maputo, em Moçambique. A decisão está prevista para o dia 11 de Julho.

Até ao dia 16 de Julho, o Comité do Património Mundial da UNESCO reúne-se, em Paris, para analisar as candidaturas de locais que esperam ser reconhecidos como Património Mundial. Entre os 32 dossiers provenientes de todo o mundo, estão as candidaturas do arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, e do Parque Nacional de Maputo, em Moçambique.

Há mais de uma década que a Guiné-Bissau tenta elevar as ilhas dos Bijagós a Património MundialAo confirmar-se essa conquista, será o primeiro do país reconhecido com o estatuto mundial.

O relatório da União Internacional para a Conservação da Natureza sublinha que o arquipélago é “provavelmente o mais importante local em África e um dos mais importantes do mundo em termos de ninhos de tartarugas marinhas, e o segundo mais importante de recolha de comida em África para a rota de migração do Atlântico Este, que é de importância global para as aves migratórias”, avança a agência de notícias Lusa.

O Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas, organismo público guineense que coordenou a candidatura, assegura que “o estatuto de Património Mundial não impede o desenvolvimento.”

A candidatura do “Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós – OMATÍ MINHÕ” não abrange todas as ilhas, foca-se nos seguintes pontos: Parque Natural das Ilhas de Orango, Parque Nacional Marinho João Vieira e Poilão e a Área Marinha Protegida Comunitária das Ilhas Urok e a ligação entre esses três parques.

O Governo da Guiné-Bissau está confiante nesta elevação das ilhas Bijagós a Património Natural Mundial. Citado pela agência Lusa, o ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática, Viriato Cassamá, que chefia a delegação guineense na 47.ª reunião do Comité do Património Mundial, disse acreditar que a declaração das Bijagós como Património Natural Mundial “trará muita mais-valia às comunidade Bijagós, porque irá ser uma porta de entrada de financiamento para conservação da biodiversidade e também a implementação de alguns projectos, ambientais, sociais, culturais”.

A decisão da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, está prevista para o dia 11 de Julho.

Moçambique submeteu a candidatura do Parque Nacional de Maputo ao estatuto de Património MundialEsta área faz fronteira com o parque das Zonas Húmidas de iSimangaliso, na África do Sul, que já foi reconhecido pela UNESCO.

Caso a candidatura moçambicana seja aprovada, os dois países poderão avançar com um modelo de gestão conjunta, centrado na protecção da biodiversidade e na circulação das espécies entre os dois territórios. ANG/RFI