Campanha de promoção na UEMOA: Taxa de bancarização na Guiné-Bissau sobe 0,2 % em seis meses
Bissau, ANG – Pelo menos 0,2 por cento é a subida da taxa de bancarização registada na Guiné-Bissau durante os seis meses que durou a Campanha de Comunicação de Promoção da Bancarização e Utilização dos Meios de Pagamento Escriturais no Espaço da União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA).
O anúncio foi feito hoje pelo Director Nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) que recordou que agora a taxa saiu dos 3,2 por cento para 3,4, mas mesmo assim o país se situa na cauda da tabela dos países da UEMOA em termos do nível de bancarização.
“Podemos dizer que foi um pequeno mas significativo movimento para a alta em termos de taxa de bancarização das populações da Guiné-Bissau”, qualificaria o mesmo responsável da maior instituição financeira da UEMOA no país, em relação a campanha que inciou na ultima semana de Setembro de 2010.
Aladje Mamadú Fadia atribuiu o sucesso desta campanha, sobretudo, aos órgãos de comunicação social pelo papel desempenhado e exortou-os a prosseguirem com os seus trabalhos, pois disse que é do interesse nacional que os mesmos continuem a informar e sensibilizar a população sobre as vantagens da bancarização e utilização de meios de pagamento no seio da UEMOA.
“Os guineenses gostam de guardar dinheiro debaixo da almofada ao invés de encaminha-lo para os bancos”, brincou na altura o Director Nacional do BCEAO que lembrou que tal constitui um risco, por exemplo no caso de deflagração de um incêndio.
As poupanças de famílias, aconselhou Mamadú Fadia, ao invés de ficarem tesouradas em casa, onde correm o risco de serem destruídas pelo fogo, devem ser encaminhadas para os bancos de forma a engrossar a capacidade destes em conceder créditos, que possui um efeito de “alavanca na economia”.
No rol das vantagem que podem beneficiar as pessoas que optarem por guardar seu dinheiro em estabelecimentos bancários, o DN voltou a repisar o facto de correrem menos riscos de serem agredidos e roubados e, utilizando os novos meios de pagamentos, como cartões de pagamento, a qualquer hora do dia e, desde que tenham dinheiro na respectiva conta, podem ir retirar o montante pretendido.
“Para alem disso, estes podem ser atendidos nos bancos a nível da sub-região, e dentro em breve poderão utilizar os mesmos cartões fora da zona UEMOA”, sublinhou Aladje Mamadú Fadia que revelou que as condições para abertura de contas em qualquer estabelecimento bancário do país hoje tornou-se mais acessíveis e fácil.
Explicou que o dinheiro depositado no banco, geralmente é utilizado para investimentos, os quais geram mais postos de trabalho que, por sua vez, faz diminuir a pobreza, através de aumento de produção”.
A campanha visando elevar, nos próximos 5 anos, a taxa de bancarização para 20 por cento, contra os actuais 3 à 8 que se registam nos países membros da UEMOA, havia sido lançado em Setembro do ano findo, através duma difusão simultânea em vídeo-conferência para os 8 Estados membros e foi presidida pelo então governador do BCEAO, Philip-Henry Dacoury Tabley.
Trata-se duma campanha que compreendem acções mediáticas e de terreno implementadas no conjunto dos “8” , nomeadamente Benim, Burkina-Faso, Costa de Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Nigel, Senegal e Togo.
Dar a conhecer a população sobre novos sistemas de pagamento implementados pelo BCEAO na UEMOA, os quais obedecem os padrões internacionais, ou seja, Sistema Interbancário de Compensação Automatizada, conhecido por SICA-UEMOA, foi um dos aspectos abordados na campanha.
A SICA-UEMOA é dedicada a telecompensação dos meios de pagamento de massa, nomeadamente através de cheques, efeitos comerciais e transferências inferiores a 50 milhões de Francos CFA, moeda em circulação no espaço da União.
Existe ainda o Sistema Automatizado de Pagamento na UEMOA (STAR-UEMOA), que se destina a pagamentos brutos e em tempo real de transacções de grandes montantes ou importância julgada sistemática.
Ao longo dos 6 meses foram abordados temas tais como a promoção do uso de meios de pagamento escriturais, da bancarização e o acesso aos serviços de pagamento e informação sobre funcionamento e oportunidades que os novos sistemas de pagamento oferecem e incitamento a sua utilização.
Promoção do novo quadro jurídico dos sistemas de pagamento, da monetária interbancária no espaço da UEMOA e informação sobre a Central de Incidentes de Pagamentos (CIP), constituem ainda outro dos temas em que a campanha se incidiu junto ao público em geral.
a campanha privilegiou a difusão de mensagens radiofónicos em diferentes línguas nacionais sobre o assunto e manifestou seu optimismo que de que a mensagem chegou e como prova disso foi o aumento da taxa de bancarização acima mencionada.
Presidentes no encontro, representantes de vários sectores da vida económica do país puderam expressar seus sentimentos em relação a campanha, nomeadamente o Presidente da Associação dos Agricultores, Mama Samba Embaló que realçou sua importância na redução de riscos de perda de dinheiro em caso de incêndio e promete continuar com a campanha no seio dos associados.
Igualmente, Alassana Balde, em representação da Associação dos Retalhistas do Mercado de Bandim, alinhou na mesma diapasão, contudo, criticou os serviços que se prestam em alguns estabelecimentos bancários relativamente a concessão de créditos.
ANG/José Augusto Mendonça
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