Lançamento da MISSANG/GB: Delegação angolana chega ao país
Bissau, ANG - Uma robusta delegação angolana, integrando os Ministros da Defesa e da Comunicação Social, bem como do vice-chefe de Estado-maior General das Forças Armadas daquele país austral, chegou sábado ao país para proceder ao lançamento oficial, dia 21, da Missão Militar Angolana na Guiné-Bissau (MISSANG/GB).
A MISSANG/GB vai-se encarregar, doravante, do processo de reformas no sector da Defesa e Segurança, inicialmente concebida e financiada pela União Europeia, cuja implementação viria a ser interrompida pelos acontecimentos de 1 de Abril de 2010, co-encabeçados por António Injai e Bubo na Tchuto.
Em declarações a imprensa, momentos após chegada ao aeroporto Osvaldo Vieira, o Ministro angolano da Defesa confirmou que efectivamente a vinda da delegação enquadra-se no âmbito do entendimento existente entre os dois executivos no domínio da defesa.
“Trazemos na nossa bagagem uma agenda relacionada com um contacto directo com as autoridades guineenses na perspectiva da implementação do protocolo recentemente rubricado entre os dois governos no que concerne aos apoios que Angola vai prestar a Guiné-Bissau”, explicou Cândido Pereira dos Santos Van-Dúnem.
O governante angolano acrescentou que tais apoios se inserem na perspectiva de ajudar “este país irmão” a criar uma capacidade para sair da actual crise com que se debate e a qual disse ser um apanágio de “todos nós africanos”.
“Por esta razão sentimo-nos no dever de comparticipar nela”, manifestou justificando esta predisposição como razão da vinda desta delegação ao país, ou seja, para participar na resolução desta crise, Angola enquanto “país irmão e presidente da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) ”.
Argumentou que Angola, ao constatar que um país irmão tem problemas, a semelhança daquilo que havia sido a postura dos guineenses em relação a si - militares guineenses haviam integrado missões de pacificação de Angola durante a sua luta contra guerrilheiros da UNITA de Jonas Savimbi - achou que seria de justiça retribuir apoio aos “irmãos” da Guiné-Bissau.
No que concerne concretamente a MISSANG/GB, Cândido Van-Dúnem explicou que os dois governos haviam rubricado acordo neste sentido e a mesma têm por propósito de, enquanto desejo e com a participação dos guineenses, prestar assistência nos domínios da defesa e onde as autoridades nacionais acharem útil a intervenção angolana vai ajudar a organizar as suas Forças Armadas (FA, s).
Por seu lado, o Ministro da Defesa Nacional confessou que as expectativas do governo são enormes e correspondem ao espírito que presidiu a assinatura do protocolo de acordo para a implementação de um programa de assistência técnico/militar e de segurança entre os dois países.
“Para reestruturarmos e modernizarmos as nossas forças de Defesa e Segurança precisamos de meios materiais, técnicos e financeiros, assim como de recursos humanos”, sintetizou Aristides Ocante da Silva que sublinha que tal desiderato é que explica a vinda desta missão que se resume em retribuir apoio a um “irmão” necessitado.
Quanto a reacção sobre a vinda desta missão, o ministro caracterizou-a de “extremamente positiva”, na medida em que os fundamentos da sua presença foram bem expostos e clarificados perante o povo e todas as instituições.
“Tudo foi tratado na base de acordo que se seguiu a um protocolo aprovado pelo governo e parlamento e promulgado pelo Presidente guineenses” lembrou Aristides Ocante da Silva que frisa que todas as instituições de república tiveram oportunidade de pronunciar sobre a matéria.
Inclusive, acrescentou o Ministro da Defesa, as FA, s guineenses teriam trabalhado com seus homólogos angolanos na concepção deste protocolo e no levantamento das suas necessidades para que depois sejam traduzidas em acções concretas.
Descartou liminarmente a possibilidade duma intervenção dos soldados angolanos que integram a MISSANG/GB num eventual cenário de instabilidade no país, dizendo que apesar de sermos irmão cada país possui a respectiva soberania.
“Isso significa que, enquanto Estado independente, mantemos até aqui a nossa política. Em situação de instabilidade, seremos nós guineenses a resolver os nossos problemas”, clarificou considerando de rumores as informações que davam conta que a presente missão seria composta por uns 600 homens.
A este propósito informou, a concluir a sua breve intervenção, que a MISSANG/GB vai possuir componentes de defesa e policial, ou seja, de assistência as forças militares e contingente policial.
A delegação que integra também o embaixador deste país na CPLP é composta por 30 elementos e durante sua estada de quatro dias irá manter contactos com o Presidente da República, Primeiro-ministro e visitar o mausoléu Amílcar Cabral entre outras acções perspectivadas.
ANG/José A. Mendonça
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