sexta-feira, 4 de março de 2011

Política

Familiares de Nino Vieira e Tagme Na Wae exigem demissões do Governo e PGR

Bissau, ANG – Os familiares do ex Presidente da República, Nino Vieira e do chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Tagme Na Wae, assassinados em Março de 2010, procederam hoje a deposição de coroas de flores nas respectivas campas no Cemitério Municipal de Bissau.
Roberto Ferreira Cacheu, porta-voz dos familiares de Nino Vieira instou ao Procurador-geral da República a demitir-se do cargo se entender que não existem condições para prosseguir com as investigações conducentes ao esclarecimento da verdade dos factos.
“Nino Vieira e Tagme Na Wae foram figuras cimeiras do Estado da Guiné-Bissau e que empenharam suas juventudes para que a pátria guineense possa existir. São pessoas que deram tudo deles e das suas famílias, lutando sempre pela causa deste Povo”, elogiou, tendo lamentado que o país perdeu estas duas figuras em circunstâncias “completamente estranhas” e a justiça nada pronunciou até a data presente.
Explicou que, o seu grito visa demonstrar a todos o seu empenho e a dos seus seguidores em continuar a exigir para que a justiça seja feita de forma a desencorajar eventuais casos de género na Guiné-Bissau.
“Chegamos ao ponto de ver um CEMGFA, que possuía controlo total sobre os militares, a ser assassinado dentro do aquartelamento do Estado-maior e vimos o Presidente da República, na qualidade do nosso símbolo e para além da sua história de combatente lendário, a ser morto dentro da sua residência e seguida de ondas de violência e pancadaria contra políticos, culminando em outros assassinatos, nomeadamente de Hélder Proença e Baciro Dabó, e não conseguimos fazer a justiça, o que podemos dizer de um simples cidadão”, questionou.
Roberto Ferreira Cacheu, apelou ao Presidente da República para que assuma as suas responsabilidades, pois todos ouviram sua voz durante a campanha eleitoral e na tomada de posse, quando prometeu tudo fazer para desvendar os dois casos.
“O actual CEMGFA, disse claramente durante a sublevação militar de 1 de Abril do ano findo, de quem são os assassinos neste país”, sublinhou lembrando ainda que o próprio Presidente da República havia afirmado que “as pessoas que participaram nos assassinatos de Nino e Tagmé, são figuras políticas importantes do país”.
Entretanto, estranhou, passados dois anos desde os factos, até agora não foi mexido nem uma palha para fazer justiça e sempre se alega a mesma coisa a falta de meios financeiros para a prossecução das investigações.
 “Se ao PGR não é dado os recursos para este trabalho importante, é porque o governo está a bloquear o trabalho e quem está a testa da justiça é que deve dignificar a sua pessoa, neste caso o Procurador Geral, pondo seu cargo a disposição”, salientou.
Roberto Cacheu estranhou o porque do governo possuir condições de pagar subsídios avultados a todos os seus membros bem como os titulares de órgãos de soberania e, apenas neste caso, não tem dinheiro para fazer a justiça. Assim, exorta o PR a demitir o executivo.
Estiveram presentes na cerimónia, três dos filhos de Nino Vieira, Conselheiros do Presidente da República, respectivamente, Braima Camará e Octávio Lopes, o deputado Daniel Gomes e representantes do PRID e UPG.
ANG/ÂC





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