OMC conclui acordo histórico sobre comércio mundial
Bissau, 11 Dez 13 (ANG/RFI)- Pela primeira vez desde a criação da OMC(Organização Mundial do Comércio), em 1995, um acordo sobre o comércio mundial foi assinado neste sábado, 7 de Dezembro de 2013, em Bali, na Indonésia.
Os ministros dos 159 países que integram a organização estavam reunidos desde a última terça-feira negociando este acordo considerado “histórico”. O texto é modesto, mas salva a Organização Mundial do Comércio dirigida pelo brasileiro Roberto Azevedo.
O acordo foi aprovado por unanimidade na manhã deste
sábado, em Bali, na Indonésia. “Pela primeira vez na sua história, a OMC
cumpriu suas promessas”, disse emocionado o director-geral da instituição, o
brasileiro Roberto Azevedo, durante colectiva à imprensa. Ele ressaltou que a
palavra “mundial” voltou a integrar o nome da organização multilateral.
Roberto Azevedo avalia que o acordo, mesmo modesto, é um
passo importante para a realização da Rodada Doha de liberalização do comércio
internacional, lançada em 2001, mas desde então bloqueada.
A OMC estima em 1
trilião de dólares a riqueza que o pacote negociado em Bali trará ao comércio
mundial. Ele deve estimular o emprego e a economia mundial ainda em crise.
O acordo de Bali representa apenas 10% da ambiciosa
Rodada Doha e já é chamado de “Doha light”. O pacote é dividido em três temas:
agricultura, com a promessa de redução dos subsídios à exportação; ajuda ao
desenvolvimento, prevendo a isenção de taxas aduaneiras sobre produtos
provenientes de países pobres; e a desburocratização nas fronteiras para
facilitar as trocas comerciais.
“É um acordo bem-vindo, mas limitado. Passamos de Doha a
Doha light” ironizou o especialista em OMC da Universidade suíça de
Saint-Gallen, Simon Evenett. Ele ressalta que nenhum progresso importante foi
obtido em relação aos subsídios agrícolas, ao comércio virtual ou aos subsídios
aos exportadores de algodão.
Com este acordo “nós salvamos a OMC”, festejou o
comissário europeu para o Comércio, Karel De Gucht. Vários negociadores temiam
que a falta de um acordo em Bali colocasse em risco o futuro da Organização
Mundial do Comércio.
A ministra francesa do Comércio Exterior, Nicole Bricq,
também saudou esse texto determinante que “vai abrir uma nova página no sistema
comercial multilateral”.
A conclusão do acordo é considerada uma vitória pessoal
do novo director-geral da OMC, Roberto Azevêdo. O brasileiro assumiu o comando
da organização em Setembro com a ambição de desbloquear as negociações sobre a
Rodada Doha, travadas durante a administração de seu antecessor, o francês
Pascal Lamy.
A cúpula de Bali deveria ter sido encerrada na
sexta-feira, mas na falta de um acordo foi prolongada até hoje. Em vários
momentos se pensou que um consenso não seria possível, devido a posição de
alguns países.
O governo indiano, por exemplo, exigia a possibilidade de
aumentar seus subsídios agrícolas, antes de aceitar um compromisso de última
hora. Quando a conclusão parecia próxima, foi a vez de Cuba,
Nicarágua, Bolívia e Venezuela rejeitarem no meio da noite o projecto de texto que não previa
o fim do embargo americano a Cuba.
O último acordo visando a liberalização do comércio
mundial, a Rodada do Uruguai, foi assinado em 1994, em Marrakesh , quando foi
decidido a criação da OMC.
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