Alta figura do MPLA em prisão domiciliária
Bissau, 21 set 18 (ANG) - A justiça angolana ordenou a
prisão domiciliaria contra Norberto Garcia, ex porta voz do Comité Central do
MPLA, partido no poder. A justiça angolana confirmou a prisão preventiva para
oito dos arguidos como medida de coacção do caso conhecido como “Burla
tailandesa".
Norberto Garcia |
Um caso implicando 50 mil milhões de dólares e que
levou à exoneração do ex chefe de Estado Maior das Forças Armadas Angolanas,
FAA, General Geraldo Sachipengo Nunda, este foi agora ilibado das acusações por
falta de provas.
Segundo a acusação “um grupo de cidadãos
estrangeiros, maioritariamente tailandeses, canadianos, eritreus e angolanos
tentaram burlar o Estado num montante de 50 mil milhões de dólares".
Eles são indiciados por crimes como associação
criminosa, falsificação de documentos e títulos de créditos, burla por defraudação
e tráfico de influência lê-se, nomeadamente, no comunicado do Tribunal Supremo
Angolano, consultado pela RFI.
Foi decretada a prisão preventiva a 4 arguidos de
nacionalidade tailandesa, a um canadiano, a um eritreu bem como contra os
angolanos Celeste Marcolino de Brito António e Christian Albando de Lemos.
Tratar-se-ia de uma rede que estaria por detrás de uma
operação de financiamento internacional de 50 mil milhões de dólares, da
autoria de uma empresa tailandesa destinada a vários projectos em Angola.
No mesmo documento, o Tribunal Supremo ordenou a
prisão domiciliária contra Norberto Garcia, porta voz do comité central do
MPLA, partido no poder desde a independência de Angola em 1975, e ex director
da Unidade técnica para o investimento privado.
Idêntica medida foi pedida contra o General das Forças
Armadas Angolanas, José Arsénio Manuel.
Em declarações à imprensa o jurista e advogado Benja
Satula qualificou a medida de “excessiva” por se tratar de pessoas
identificadas, e salienta que “caso a câmara que está com o processo não
tenha muitos trabalho, o julgamento pode acontecer dentro de 8 dias"
como prazo normal para tratar destas matérias.
A empresa teria começado as suas actividades, tidas
como criminosas, desde Novembro de 2017, com a chegada a Angola de um grupo
proveniente da Tailândia.
O grupo em causa seria chefiado por Raveeroj
Ritchchoteanan, criador e presidente da alegada Fundação Mundial com o seu
nome, com o objectivo de erradicar a pobreza e promover educação e saúde de
qualidade na Ásia e em África.
A empresa chegou a Angola por intermédio da arguida
Celeste de Brito, que foi estudante naquele país asiático.
O grupo terá simulado dispor de acesso a uma linha de
crédito num banco Bangko Sentral NG Filipinas, conta orçada em 50 mil milhões
de dólares.
O SIC, Serviço de informação criminal, teria, porém,
na sua posse provas da inexistência dessa linha de crédito. ANG/RFI
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