AMIC confirma
registo de 92 casos de casamento forçado entre 2009 e 2017
Bissau, 18 set 18 (ANG)
– O Administrador de Associação dos Amigos das Crianças na Guiné-Bissau (AMIC),
confirmou hoje que de acordo com os estudos feitos pelos técnicos da
organização, de 2009 à 2017, o país
registou 92 casos de casamento forçado.
Em entrevista exclusiva
à Agência de Notícias da Guiné (ANG), Fernando Cá destacou que nesse período a AMIC trabalhou muito no sentido de por fim a
prática, em todas as regiões do país, assim como na própria capital Bissau.
“Podemos confirmar que
o flagelo de casamento forçado é
frequente em todas as regiões do país, incluindo a capital Bissau, onde actualmente
se regista mais casos dessa prática”, disse.
Fernando Cá acrescenta
que, de acordo com os dados estatísticos apurados, a capital Bissau conta com
21 casos de casamento forçado, de seguida vem a região de Oio, no Norte da
Guiné-Bissau com 18 casos, Tombali com 14, a região de Biombo e Quinara ambos
com 11, Bafatá com 7, Gabu com 4, na região de Cacheu foi registado 5 casos, e
por último, Bolama Bijagós com um caso, bem como um registado junto a
comunidade guineense residente na Gâmbia.
De acordo com aquele responsável, o casamento forçado
provoca várias consequências negativas às raparigas, acrescentando que pode
mudar o estado moral do individuo, assim como lhes levar a
tomar decisão negativa contra a própria vida.
De acordo como
Administrador da AMIC, os trabalhos realizados durante estes anos, tiveram
impactos positivos, porque com a colaboração das pessoas nas comunidades
através de denúncias, contribuiram muito para que a AMIC conseguisse
neutralizar alguns casos.
“Não vamos parar de
lançar apelo ao governo da Guiné-Bissau, porque, na verdade, o seu papel é dar
protecção aos seus cidadãos. Nos trabalhos que temos feito durante longo
período, sentimos muita ausência do Estado, e se assim continuar, não havendo a
mão dura das autoridades no sentido de abolição da prática, continuará sem
sucesso todo o trabalho feito no país”, alertou o responsável.
Cá referiu que a AMIC construiu um Centro de Acolhimento das crianças
talibés assim como aquelas que foram forçadas a casar.
Acrescentou ainda que a
recolha é temporária porque as crianças depois são reconduzidas para se untarem
aos seus familiares.
ANG/LLA/ÂC//SG
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