terça-feira, 18 de setembro de 2018

Direito das crianças


AMIC confirma registo de 92 casos de casamento forçado entre  2009 e 2017 

Bissau, 18 set 18 (ANG) – O Administrador de Associação dos Amigos das Crianças na Guiné-Bissau (AMIC), confirmou hoje que de acordo com os estudos feitos pelos técnicos da organização, de 2009 à 2017, o país  registou 92 casos de casamento forçado.

Em entrevista exclusiva à Agência de Notícias da Guiné (ANG), Fernando Cá destacou que nesse período a  AMIC trabalhou muito no sentido de por fim a prática, em todas as regiões do país, assim como na própria capital Bissau.

“Podemos confirmar que o flagelo de casamento forçado  é frequente em todas as regiões do país, incluindo a capital Bissau, onde actualmente se regista mais casos dessa prática”, disse.

Fernando Cá acrescenta que, de acordo com os dados estatísticos apurados, a capital Bissau conta com 21 casos de casamento forçado, de seguida vem a região de Oio, no Norte da Guiné-Bissau com 18 casos, Tombali com 14, a região de Biombo e Quinara ambos com 11, Bafatá com 7, Gabu com 4, na região de Cacheu foi registado 5 casos, e por último, Bolama Bijagós com um caso, bem como um registado junto a comunidade guineense residente na Gâmbia.

De acordo com  aquele responsável, o casamento forçado provoca várias consequências negativas às raparigas, acrescentando que pode mudar o estado moral do individuo, assim como lhes  levar  a tomar  decisão negativa contra a própria  vida.

De acordo como Administrador da AMIC, os trabalhos realizados durante estes anos, tiveram impactos positivos, porque com a colaboração das pessoas nas comunidades através de denúncias, contribuiram muito para que a AMIC conseguisse neutralizar alguns casos.

“Não vamos parar de lançar apelo ao governo da Guiné-Bissau, porque, na verdade, o seu papel é dar protecção aos seus cidadãos. Nos trabalhos que temos feito durante longo período, sentimos muita ausência do Estado, e se assim continuar, não havendo a mão dura das autoridades no sentido de abolição da prática, continuará sem sucesso todo o trabalho feito no país”, alertou o responsável.

Cá referiu  que a AMIC  construiu um Centro de Acolhimento das crianças talibés assim como aquelas que foram forçadas a casar. 

Acrescentou ainda que a recolha é temporária porque as crianças depois são reconduzidas para se untarem aos  seus familiares.  

 ANG/LLA/ÂC//SG
   


           

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