Bissau, 26 Set 18 (ANG) - O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disse que o mundo
não está a ganhar a guerra contra a fome e disse haver dados que mostram que há
menos pessoas na pobreza.
"Não nos podemos deixar levar; não estamos a
ganhar a luta contra a fome global", disse Akinwumi Adesina durante a sua
intervenção numa conferência sobre agricultura na Universidade Purdue, em Indianápolis.
As declarações de Adesina surgem poucos dias depois
da divulgação de dados sobre a descida do número de pessoas que vivem com menos
de 2 dólares por dia, mas o presidente do banco vincou que os números das
Nações Unidas, que mostra uma subida das pessoas com fome, de 777 milhões em
2015 para mais de 820 milhões no ano passado.
Perante uma plateia de investigadores, líderes empresariais,
decisores políticos e doadores, o banqueiro defendeu mais ajuda desta
comunidade e lembrou o compromisso de investir 24 mil milhões de dólares na
agricultura africana nos próximos 10 anos, o maior esforço de sempre.
Apontou que a situação na África subsariana precisa de
"intervenção particularmente urgente devido às mudanças climatéricas e referiu citando um comunicado do banco, que dá conta de um
aumento de 38 milhões de pessoas com fome em África em 2050 só devido a estas
alterações.
Cerca de 821 milhões de pessoas no mundo passam
fome, revelou a ONU, traduzindo um aumento para níveis de há dez anos que se
sente mais na América do Sul e na maior parte de África, disse a agência das
Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO, na sigla em inglês) no
relatório sobre o estado da segurança alimentar e nutrição de 2018, em que se
confirma a tendência para o aumento da fome no mundo pelo terceiro ano
consecutivo, passando de 804 milhões em 2016 para 821 milhões em 2017.
Angola, Moçambique e Guiné-Bissau estão entre os
países africanos onde os choques climáticos foram uma das causas de crises
alimentares em 2017, segundo a avaliação global sobre segurança alimentar e
nutricional (SOFI 2018), elaborada por cinco agências da ONU, incluindo a
Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A avaliação é pessimista, realçando que os
objetivos de erradicação da fome em 2030 estão em risco, face ao crescimento da
situação de fome, que atingiu 821 milhões de pessoas em 2017, ou seja, um em cada
nove habitantes do mundo. ANG/Lusa
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