Bruxelas quer nova aliança África-Europa
Bissau, 13 set 18 (ANG) - O presidente da
Comissão Europeia, Jean Claude-Juncker, quer uma nova aliança África-Europa com
o objectivo de aumentar o investimento no continente africano e fomentar
emprego e trocas comerciais.
Esta quarta-feira, durante o seu último
discurso sobre o “Estado da União”, no Parlamento Europeu, na cidade francesa
de Estrasburgo, Jean Claude-Juncker disse que “África não precisa de caridade”
mas de uma “parceria equilibrada” e que os europeus também precisam dessa
parceria.
O presidente da Comissão Europeia afirmou
que falou com o presidente da União Africana, Paul Kagame, e que quer construir
uma nova parceria com África.
Essa aliança passa por investimentos nos
sectores público e privado e pelo aumento do apoio aos estudantes e
investigadores africanos graças a programas de intercâmbio. O objectivo é criar
“até 10 milhões de empregos em África ao longo dos próximos cinco anos”.
Jean Claude-Juncker quer, ainda,
“transformar os numerosos acordos comerciais existentes entre a UE e África num
acordo de comércio livre entre os dois continentes”, a Zona Continental
Africana de Comércio Livre.
Por outro lado, o presidente do executivo
comunitário propôs o reforço da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e
Costeira (FRONTEX), com 10.000 agentes até 2020.
Jean Claude-Juncker disse que o objectivo é
“proteger as fronteiras exteriores” face à pressão migratória, sobretudo
nos países do sul da Europa.
Com esta medida, os agentes da FRONTEX vão
poder fazer controlos de identidade e autorizar ou recusar a entrada nas
fronteiras externas. Sob reserva de acordo prévio do país em causa,
a agência também poderá lançar operações conjuntas e destacar pessoal para
fora da UE.
Jean Claude-Juncker lembrou, ainda, o papel
da União Europeia como um garante de paz para a Europa e condenou o “nacionalismo
exagerado”, mediante a subida dos nacionalismos e da extrema-direita no bloco
comunitário.
No discurso, Juncker pronunciou-se também
sobre a Síria e defendeu que a Europa não pode ficar silenciosa perante a
“iminência de um desastre humanitário anunciado” na província de Idlib, onde se
concentram três milhões de pessoas e onde as forças governamentais parecem
preparar-se para atacar.
O reforço da luta contra o terrorismo, as
eleições europeias de Maio de 2019, o Brexit e o combate ao branqueamento de capitais
foram outros dos temas abordados.
ANG/RFI
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