Má campanha de caju afetou receitas do estado
Bissau,19 set 18(ANG) - O Primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, disse hoje que a campanha de caju não correu
como esperado e que isso teve implicações nas receitas do Estado, que
diminuíram.
"Tivemos a situação do caju que não correu
muito bem porque o preço que o mercado pode oferecer revelou-se mais baixo em
relação ao preço do mercado do ano passado, isto é que é o mercado, e isso tem
implicações na nossa receita, que baixou", afirmou Aristides Gomes.
O Primeiro-ministro falava aos jornalistas depois
de um encontro com a missão do Fundo Monetário Internacional que iniciou hoje a
sexta avaliação ao Programa de Crédito Alargado à Guiné-Bissau.
Aristides Gomes afirmou recentemente que a campanha
de caju deste ano está longe das
expetativas e que o Estado perdeu cerca de 21 milhões de euros devido aos atrasos registados.
Em causa esteve o preço anunciado pelo Presidente
em março na cerimónia de lançamento da campanha, em que o chefe de Estado pediu aos produtores para
não venderem a castanha de caju a menos de 1000 francos cfa (1,5 euros), o que
afastou exportadores e intermediários.
O Fundo Monetário Internacional, que tem alertado
as autoridades guineenses para a necessidade de diversificar a economia,
demasiado dependente daquele fruto, iniciou hoje uma visita de trabalho no
âmbito da sexta avaliação ao Programa de Crédito Alargado, que foi prolongado
por mais um ano, até 2019.
Durante a sua estada em Bissau, que termina a 02 de
outubro, a missão do FMI vai reunir-se com as autoridades guineenses de vários
setores, com o Banco Central dos Estados da África Ocidental, Tribunal de
Contas, instituições bancárias, União Europeia, sociedade civil e com várias
empresas a operar no país.
O FMI vai também reunir-se com responsáveis para
analisar os "planos de investimento no setor energético, compensação das
pescas e receitas relacionadas" e produção e exportação da castanha de
caju.
Em junho, o conselho de administração do FMI
aprovou a quinta tranche no âmbito do Programa de Crédito Alargado à
Guiné-Bissau, que teve início em 2015, no valor de 4,3 milhões de dólares
(cerca de 3,6 milhões de euros), totalizando 24,2 milhões de dólares (20,6
milhões de euros) de empréstimo.
O FMI aprovou também um pedido das autoridades
guineenses para a extensão do programa por mais um ano até meados de 2019.
Segundo o FMI, o aumento do programa vai ajudar à
estabilidade macroeconómica durante o período eleitoral e ajudar às
necessidades da balança de pagamentos.
Com a extensão do programa, a Guiné-Bissau vai
beneficiar de um empréstimo total de 32,2 milhões de dólares (27,4 milhões de
euros). ANG/Lusa
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