Cidadãos consideram acto de moroso e quase inexistente
Bissau 26 Set. 18
(ANG) – Alguns cidadãos da capital Bissau consideraram hoje o acto de
recenseamento eleitoral em curso de muito moroso e quase inexistente por falta
de presença das brigadas recenseadoras
nos bairros.
De acordo com uma
auscultação feita pela ANG, os conterrâneos entrevistados foram unânimes em
considerar que o recenseamento deste ano é diferente de todas as outras que já
assistiram.
Eugénio Té Correia, estudante e pequeno
comerciante morador no bairro de Bór, arredores de Bissau disse que ainda não
viram a mesa de recenseamento naquela zona.
“Eu vou recensear com
certeza, mas não vou estar a correr atrás das mesas para o fazer deixando o meu
ganha-pão de dia a dia e ao fim ao cabo votamos para nada, porque os políticos,
depois de serem eleitos, ignoram completamente o povo, vivendo na corrupção e impunidade”,
disse.
Domingos Horácio da
Silva, agente de segurança da empresa Masa Segurança, morador no bairro Cuntum
Madina, afirmou que ainda não se recenseou por não dispor de tempo e também porque
não viu nenhuma mesa de recenseamento na
sua área.
Sublinhou que, como
cidadão que pensa vir a exercer o seu direito de voto, pensa recensear,
salientando que acredita na realização das eleições legislativas ainda este
ano, mesmo não sendo na data prevista, 18 de Novembro.
Salimato Vieira,
morador de Chão de Papel Varela, vendedeira de frutas e estudante disse que não
vai recensear nem votar, porque já está cansada das promessas dos políticos que
só falam, mas na prática não fazem nada para o povo que os votam.
“O nosso voto é a
nossa actividade de venda. Aqui é que ganhamos o sustento para as nossas famílias,
pagar escola para nossos filhos porque o Estado esqueceu de nós. Não vi mesa
nenhuma para recensear. Aqui ao lado é que costumava estar a brigada de recenseamento,
mas ainda não encontramos nada e pouco me importa isso”, rematou Vieira.
Por seu turno,
Osvaldo Gomes, morador no bairro de Mindará igualmente frisou que ainda não
alistou devido ao contra tempo, salientando que no seu bairro ainda não viram
as mesas dos agentes recenseadores. Contudo, frisou que vai cumprir com o seu
dever cívico como cidadão.
Gomes disse que o
acto não está a decorrer de uma forma normal como acontecia nos anos anteriores
porque, segundo ele, o país já tem experiência bastante na realização de eleições,
tendo pedido o aumento das mesas de recenseamento nos bairros para facilitar o
registo de eleitores.
O recenseamento
decorre com insuficiência de kits, de agentes de recenseamento(em formação) e
de meios financeiros, segundo o governo.
A ANG soube que as
partes envolvidas no processo de eleições legislativas devem discutir hoje um
novo cronograma eleitoral feita pela Comissão Nacional de Eleições, respeitando
os prazos de recenseamento, o que implicará a indicação de uma nova data de
realização do acto eleitoral. ANG/MSC/ÂC//SG
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